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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Pensamentos de março (2021)

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Sou servidor público e, também, profissional da área privada. Trabalho de forma remota e presencial. Sigo, apesar das dificuldades, recebendo meus salários (até quando?), o que me permite garantir um certo equilíbrio orçamentário. Por isso não me sinto autorizado a tecer qualquer crítica aos que precisam sair em busca do sustento. Também o faço e o faria, por certo. Discurso, ainda que pautado em bons argumentos, não enche barriga, não paga boletos e nem, tampouco, é garantia de sucesso em qualquer empreitada. Por isso, quem precisa trabalhar, que o faça, com cuidado e responsabilidade, jamais perdendo de vista a cumplicidade com o interesse coletivo. Um Estado que, historicamente, tem virado as costas para quem o sustenta não tem autoridade moral para exigir sacrifícios ainda maiores de uma população já sofrida e explorada. Um Estado que tem sido um fim em si mesmo, perpetuando privilégios de poucos, carece de legitimidade para obrigar nossa gente a submeter-se à penúria e fome maiores do que as já existentes. Entidades que alegam representar patrões e empregados - eivadas dos mesmos vícios do Estado que alegam, por vezes, combater - padecem da confiabilidade suficiente para apontar saídas, pois que muito comumente pouco dadas a cortarem na própria carne. Sinto-me autorizado, isso sim, a condenar práticas irresponsáveis que levam às aglomerações insanas e desnecessárias. Condeno o superfaturamento de preços, o apadrinhamento político a favorecer pessoas e grupos em detrimento da ética, a manutenção de altos salários sob o manto da imoral "legalidade", a oposição vazia e incoerente que faz do campo da política uma partida de futebol, a falta de planejamento e de competência de quem exerce cargos de gestão. Quem são nossos verdadeiros inimigos? O trabalhador que, desesperadamente, sai em busca do pão? Não! Solidarizo-me contigo, meu irmão. Sinto-me profundamente envergonhado deste ignóbil país que demoniza importantes valores e premia o "jeitinho", a "malandragem" e a preguiça. Não precisamos, em absoluto, escolher entre a saúde "ou" a renda advinda da labuta. Ambas são imprescindíveis e umbilicalmente associadas. Precisamos presevar ambas. É em momentos como este que reconhecemos o verdadeiro gestor. A superlotação dos hospitais não é fruto do trabalho e empreendedorismo, mas de políticas públicas ineficientes e criminosas. Recaia o sangue dos inocentes não sobre o operário que, feito gado, ruma para o abatedouro em ônibus superlotados, mas sobre aqueles que vêm se locupletando em prejuízo da maioria. Recaia o sangue das incontáveis vítimas (da Covid-19, do câncer, das doenças cardiovasculares, da violência, da subnutrição, etc) sobre a cabeça dos que fazem de seus mandatos, togas e demais símbolos de poder, instrumentos de benefício próprio. Quem puder ficar em casa, o faça, pois que isso em nada o (me) desabona (é uma dádiva!) Quem não puder, que Deus o abençoe e proteja. Estamos, nós trabalhadores (remotos ou não), juntos! (06/03/21)

"Pois o corpo não é feito de uma só parte, mas de muitas. (....) Se o corpo todo fosse uma parte só, não existiria corpo. (...) Desse modo não existe divisão no corpo, mas todas as suas partes têm o mesmo interesse umas pelas outras. Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela" (1 Coríntios, 12:12-31).
Parabéns
às mulheres, pois que sem vocês inexistiria "corpo". Minha gratidão e reconhecimento pela força, coragem, competência, solidariedade, resiliência e tantas outras e incontáveis virtudes tão bem representadas em cada uma de vocês. Um beijo deste eterno admirador! (08/03/21)

Assistindo uma matéria jornalística agora há pouco, reforcei ainda mais minha convicção do quanto precisamos avançar, caso queiramos um país melhor. Vamos aos dados: o Brasil gasta 4,4% do PIB em educação, 8% em saúde e 28% para pagamento do funcionalismo público (ativos e inativos). Continuemos: em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), nossa Republiqueta gasta 1,4% com o Judiciário, enquanto Estados Unidos (0,14%), Itália (0,19%) e Alemanha (0,4%), por exemplo, gastam muito menos, proporcionalmente. Vivemos num país subdesenvolvido, marcado por profundas desigualdades sociais, onde privilégios históricos são mantidos e reforçados por meio de uma legislação que fere princípios éticos elementares. As famigeradas reformas política, administrativa e tributária seguem ou no plano do discurso ou, feito tartaruga aleijada, caminham sofregamente em direção ao desconhecido. Enquanto o contribuinte segue sufocado por uma carga tributária insana e irresponsável, servidores públicos (obviamente, uma pequena mas onerosa parte deles) do Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunais de Conta, Ministério Público, engordam não apenas suas panças, mas suas contas, quase sempre "ligeiras" na arte da sonegação. Para o prato de comida que falta na mesa do trabalhador, sobra o banquete nos palácios e tribunais. Para o mocambo que falta para o descamisado, sobra o imóvel sustentado com o dinheiro público. Para o transporte que falta ao operário que cedo madruga, sobram os carros oficiais bancados com o dinheiro de um povo sofrido. Para o leito de hospital, respirador mecânico e medicamentos que faltam para nossa gente que, feito mosca, morre sem o atendimento adequado, sobram incontáveis recursos desviados à luz do dia, sem dó ou piedade. Somos reféns de uma elite boçal, preguiçosa e dada à mentira. Fardada, togada ou engravatada, ela fede. Passou da hora do Brasil pertencer a quem trabalha, a quem diuturnamente, com sua mão-de-obra ou seu capital, gera riqueza. Rompamos com este sistema cartorial e patriarcal que, não por acaso, rima com "lamaçal". Façamos do país um verdadeiro Estado DEMOCRÁTICO de Direito, onde quem é pago com dinheiro público aja como SERVIDOR! O poder emana do POVO, não dos tribunais ou dos gabinetes. Coloquemos os pingos nos is e os bois na frente da carroça. (11/03/21)

As muralhas de Jericó! Aparentemente intransponíveis, elas davam, por um lado, uma sensação de absoluta segurança para os que delas se aproveitavam e, por outro, um sentimento de impotência para aqueles que desejavam transpô-las. Pois é, meus amados, as muralhas da grande cidade caíram... Para isso, foi necessário, primeiro, um sonho. Segundo, a mobilização. Terceiro, a marcha e o cerco ao lugar. Quarto, paciência, pois que, durante dias, feito leão à espreita da gazela, o exército sob a liderança de Josué aguardou o momento certo para o ataque. Quinto e último, a fé inabalável nas promessas do Senhor. Onde fica Jericó, senão no Planalto Central, na capital de teu estado ou no centro de tua cidade? Onde fica Jericó, senão no centro da tua vida? Jericó representa nossos algozes, aqueles que zombam de tua miséria e penúria, enquanto se lambuzam em meio ao luxo às custas de teu sangue. Jericó representa, ainda, os teus medos, que paralisam e embotam a consciência e prejudicam a ação. Diz respeito, ainda, aos preconceitos que nos afastam e enfraquecem enquanto nação, levando o caçador acreditar ser a caça. Jericó materializa, também, nosso ímpeto na busca do não essencial, da mera aparência, do consumismo insano que leva à coisificação dos que estão em nosso entorno. Marchemos contra Jericó e, por certo, as muralhas ruirão. Deus abençoe o seu povo! (14/03/21)

"Escutem o que Deus diz:
'Quando chegar o tempo de mostrar a minha bondade, eu atendi o pedido e o socorri quando chegou o dia da salvação'
Escutem! Este é o tempo em que Deus mostra a sua bondade. Hoje é o dia de ser salvo" (2 Coríntios, 6:2). Tempos difíceis, sem dúvida. Contudo, não percas a fé (esperança naquilo que não se vê) e mantenhas acesa a esperança. Caso sintas em teu coração vontade ou necessidade de falar com Deus, não tenhas vergonha, o faça em silêncio, somente tu e Ele, numa conversa íntima entre filho e um Pai muito amoroso. Tua alma se alegrará e a tempestade, por mais tenebrosa que pareça, dará lugar à bonança. (18/03/21)

Tenho visto alguns ataques - provavelmente impensados, movidos pelo radicalismo que se alimenta de momentos difíceis como o que vivemos - aos servidores públicos. Vale lembrar que são, em sua maioria, trabalhadores como quaisquer outros (assalariados da iniciativa privada, autônomos, etc.), trabalhando muito e recebendo parcos salários. Existem exceções? Obviamente que sim. Tristes e vergonhosas exceções que, acobertados pela sensação de uma pretensa estabilidade, não cumprem com suas obrigações funcionais. Esquecem eles que o concurso público não é passaporte para incompetência, desleixo e ofensa aos princípios da Administração Pública. Esquecem, ainda, que concurso público não atesta capacidade intelectual, idoneidade ou compromisso com a ética. A "segurança" advinda do certame é tão somente uma proteção contra os abusos de poder que, eventualmente, possam ocorrer, colocando em risco o livre exercício funcional do servidor e, por conseguinte, o interesse público. Portanto, não tem o condão de abonar o descumprimento das obrigações previstas nos estatutos que regram o servidor (pontualidade, assiduidade, eficiência, zelo, moralidade, respeito à hierarquia, cordialidade e bom atendimento à comunidade, etc.). Todavia esses maus servidores (que devem responder nas esferas admiistrativa, cível, criminal, conforme o caso) não representam a classe. Assim como também não a representa aqueles servidores não concursados que, seja por meio de um mandato, seja por meio de favores prestados (CCs), atendem a outros interesses que não os da coletividade. Fazem da política um fim em si mesmo, perpetuando os conhecidos e pérfidos vícios por nós conhecidos e pagos às duras penas. Portanto, separemos o joio do trigo, meus queridos. Valorize o bom servidor público (maioria), pois que o mesmo - lecionando, estando na linha de frente dos hospitais, acolhendo nas repartições, colocando a vida em risco no combate à violência, etc. - é essencial na garantia do bom serviço que a sociedade merece. Não faça dele teu inimigo e nem o veja como algoz, pois que vítima como tu deste país desigual. (18/03/21)

O Brasil é o país da banalização. Banalizamos a morte, assim como o fazemos com a violência, o preconceito, a ignorância, a corrupção, a incompetência, a desigualdade social... Banalizamos a precariedade dos serviços públicos, o fracasso escolar, os privilégios de uma casta acastelada em seus palácios, quartéis e tribunais... Banalizamos a mentira, o relativismo doentio, a impunidade, a troca de favores, a confusão entre público e privado. Banalizamos o tráfico de drogas, a ação de milicianos, a venda de sentenças, o loteamento de cargos públicos, a perpetuação de grupos oligárquicos. Banalizamos a extorsão de agentes públicos, a agiotagem sob a roupagem de bancos, a carga tributária criminosa e desumana. Banalizamos o desrespeito à Constituição, a ofensa à dignidade da pessoa humana, o arbítrio do Estado, o descaso com os valores da República. Banalizamos o racismo, o sexismo e toda sorte de sufixos que nos envergonham. O Brasil é o país da banalização! (22/03/21)

Gostas de uma cerveja? Pagas por ela? Eu também! Gostas de assistir um jogo de futebol? Pagas por ele? Eu, embora raramente, também! Gostas de comprar, ainda que seja algo não essencial? Eu também! Tenho o direito de criticá-lo(a) por tais escolhas? Entendo que não, pois somado à liberdade que te diz respeito, o recurso utilizado saiu da tua e não da minha guaiaca. Tais escolhas te fazem mais ou menos inteligente, mais ou menos ético, mais ou menos trabalhador, mais ou menos cidadão? Acredito que não, pois tua beleza e singularidade vão muito além dessas escolhas. Por isso, meu querido e minha amada, não te sintas constrangido(a) e nem tampouco diminuído(a) em ofertares na tua igreja, seja a denominação que for. "Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza e nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria" (2 Coríntios, 9:7). Assim como o dinheiro é necessário para movimentar a economia, saciar nossos caprichos, manter nosso time do coração, também o é para manutenção da igreja. Obviamente que tens o direito/dever de acompanhar e zelar pelo bom uso desses recursos, de forma a que os mesmos sirvam a propósitos nobres e não para o enriquecimento seja da instituição, seja de seus líderes. O pecado e a vergonha não recaia sobre quem dá, mas sobre quem recebe a oferta, caso a use de maneira contrária aos princípios bíblicos. (23/03/21)

Somos o país da aparência, não da essência! A regra no Judiciário tem sido a análise dos aspectos formais do processo, deixando às escuras o mérito. Ganham aqueles que desejam a protelação das decisões e o transcurso do prazo, onde tudo acaba em pizza. Assim, os crimes de toda espécie caem ou no esquecimento ou na prescrição, esta última nada mais do que sinônimo de incompetência do Estado, especialmente do julgador. Fortalece-se o sentimento (certeza) da impunidade e a convicção de que vivemos num país nada sério. A aplicação da lei, ao que tudo indica, é seletiva, tem cor e condição social. Nossa Republiqueta parece não ter jeito. (23/03/21)

300! Poderia ser a narrativa acerca das façanhas do exército espartano quando da luta contra Xerxes, o "deus-rei" da Pérsia. Não! O Brasil chegou à triste marca de 300 (TREZENTAS) mil mortes em decorrência da pandemia, vítimas desprovidas de qualquer chance diante de uma praga alimentada pela irresponsabilidade de quem mostra-se desprovido de empatia - embriagado pelos embalos de sábado à noite -, pela histórica precariedade da saúde pública, pela imbecilidade de governantes despreparados moral e intelectualmente, pela flagrante inexistência de planejamento. Uma batalha aparentemente perdida, em que pese o esforço hercúleo dos profissionais da saúde. Quantos Xerxes a serem vencidos? Inimigos que juram ser deuses, julgando-se seguros por detrás de suas togas e mandatos. Portam-se como divindades a exigirem ouro e sangue, seja para ornamentarem suas pocilgas, seja para encher os odres das orgias pagas com dinheiro público. Quantos sobrarão para contar a história? (25/03/21)

Independente de tua posição político-ideológica, saibas que és muito, mas muito especial, não mais e nem menos do que teus desafetos. Faças do monólogo raivoso um diálogo, poderosa (p)fonte de transformação. Saibas identificar teus verdadeiros inimigos que, por certo, não são as pessoas simples e bem intencionadas como tu. (27/03/21)

Admitamos, que dá vontade, ah isso dá... Aplicar para todo servidor público, de todos os Poderes, pena similar frente ao serviço mal prestado, à corrupção, à venda de sentenças, ao enriquecimento ilícito, ao uso do mandato para benefício próprio, etc. Tão sórdido quanto à aplicação do ordálio, é a existência de um Direito que benefia poucos e perpetua privilégios, onde a interpretação da lei passa longe da ética e ofende o real sentido da justiça. (27/03/21)

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