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domingo, 4 de dezembro de 2022

Pensamentos de dezembro (2022)

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Ética e Justiça (a dos homens, é claro) não são sinônimos. Esta última é eivada de vícios, atrelada a interesses de toda sorte, alguns legítimos e outros nem um pouco. A condenação ou absolvição, muitas vezes, não guarda qualquer relação com a ética, mas é fruto de inúmeros fatores: inquérito mal conduzido, melhor ou menor desenvoltura dos que acusam e defendem, maior ou menor preparo intelectual e/ou emocional do júri, maior ou menor pressão da imprensa e da dita "opinião pública", (im)parcialidade (por vezes velada) do magistrado, etc.. Daí não ser tão incomum a condenação de quem, do ponto de vista ético, deveria ser absolvido ou a absolvição de quem, sob a ótica dos valores universais e atemporais, deveria ser condenado. Não surpreende, portanto, a profunda e inegável desconfiança em relação aos que, vestidos em suas togas, proferem sentenças. A verborragia pedante - incompreensível para os que pagam a conta - nada mais faz do que alargar ainda mais o fosso. O juiz, importante lembrar, dá a sentença, não profere, necessária e obrigatoriamente, a verdade. Até porque é humano (sim, ele nasce, bebe, come, faz sexo - ou tenta -, defeca, ama, odeia, diz a verdade, mente, acorda, dorme, morre...) e, como tal, vive sob a égide das imperfeições da carne. Juiz não é Deus, apesar de acreditar, muitas vezes, sê-lo. É um servidor público e ao contribuinte precisa prestar contas. Sua carreira deve balizar-se na competência e não na indicação política, apadrinhamento ou conluio com grupos econômicos, sob risco de ver suas decisões vistas com desconfiança. Ressalta-se que a crítica a pairar sobre a magistratura não compromete - ao contrário do que tentam nos fazer crer - o Estado Democrático de Direito. O juiz não é a materialização do Estado de Direito. Ou o é, como são tantos outros profissionais (médicos, engenheiros, professores, garis, empregadas domésticas, etc.), como são todos os homens e mulheres deste país. O Estado de Direito não deve ser uma abstração jurídica, mas precisa o ser de fato. Precisa vir ao encontro do interesse público, promover inclusão social, qualidade dos serviços públicos, rompendo com o clientelismo histórico. O Judiciário brasileiro precisa debruçar-se sobre si, depurar-se, ser humilde, cumprir com seu papel constitucional e, sobretudo, com sua função ética. Somente assim irá ser motivo de orgulho nacional, independente dos posicionamentos político-ideológicos existentes. Beijo no coração de todos e todas.


Cargos em Comissão, os CCs, já ouviste falar? Talvez não, mas estão por todo lado. Como câncer, corroem as entranhas e estruturas do Estado, promovendo a metástase social. Salvo raras exceções, seus malefícios são imensamente maiores do que os benefícios. Ingressam no serviço público pela porta dos fundos, sem concurso ou qualquer outra seleção pautada no mérito, conhecimento ou competência. Dentre as exigências para ser um CC, o puxa-saquismo e certa habilidade para tremular bandeiras em período eleitoral. Boca de urna, distribuição de "santinhos, cooptação de eleitores são algumas "tarefas" a serem cumpridas. Como prêmio frente à obediência desses "eunucos", um lugar ao sol na Administração Pública. Feito "encostos" nas Secretarias e repartições, mais fazem lembrar baratas tontas a transitarem de um lado para outro, sem função definida. É bem verdade que existem aqueles que, por estarem no topo da hierarquia dessa aberração política, assumem funções de chefia, direção, coordenação, em que pese a boçalidade, inépcia e absoluta falta de experiência. O resultado não poderia ser pior. Serviço público de péssima qualidade, pessoalidade, confusão entre público e privado, descontinuidade no atendimento à população e tantos outros atentados aos princípios mais elementares da Administração Pública. Esta precisa ser depurada sob pena de continuarmos vendo o Estado refém de grupos político-partidários (por vezes a confundirem-se com organizações criminosas) a fazerem dos espaços públicos covis e "prostíbulos éticos" (que me perdoem as meretrizes...), locupletando-se dos recursos indispensáveis à educação, saúde, segurança, etc.. Grande abraço a todos e todas, em especial aos meus colegas servidores públicos concursados e aos contribuintes (que pagam o meu salário!).


As torcidas agitadas, já posicionadas, cada qual no seu campo ideológico: a da "direita" e a da "esquerda". A maioria, sem nenhuma clareza sobre o que mesmo defender. Feito gado, simplesmente viram-se embretadas e, para não divergirem (medo, vergonha, comodismo, preguiça intelectual, conveniência...), permaneciam ali. Entre as torcidas, a linha de tiro. Num dos extremos, o atirador. No outro, o "alvo". Não um alvo qualquer, mas um corpo com todas as características de um jovem. Não fosse o capuz, ter-se-ia a certeza tratar-se de um adolescente. Talvez uns quinze ou dezesseis anos. O corpo ainda meio franzino, sem as conhecidas marcas do tempo. Amarrado a um poste, os membros inferiores e superiores não se mexiam. O que se via era o tórax a inflar e desinflar desesperadamente, como num pedido de socorro. O atirador, já adulto, sentia-se empoderado com a arma em punho, já engatilhada para o tiro. Acima de tudo, mostrava-se encorajado pelos gritos da sua torcida. Esta muito mais preocupada em "ganhar" do "inimigo" do que com o infortúnio do encapuzado. Era só atirar e correr para o abraço! Simples assim. Sem culpa, afinal o alvo era um "anônimo", muito provavelmente pertencente aos raivosos do outro lado. Por um instante, titubeara. O corpo à frente da mira de sua arma fazia lembrar o próprio filho, seu maior amor. Vieram-lhe à lembrança bons momentos com o unigênito. O dia do nascimento, os primeiros passos, as brincadeiras com a bola, o beijo de despedida para a escola, as histórias contadas na falta da luz, quando os dois, sobre a cama, rolavam de tanto rir. Ah, parecia sentir o cheiro gostoso do cabelo do piá. Onde estaria? Talvez na casa de um amigo agora... Andava meio estranho ultimamente... Coisas de adolescente, por certo. Logo tudo estaria bem. O negócio era focar no alvo. Foi... Tiro certeiro! A cabeça a pender para o lado denunciava o sucesso da empreitada. A sua torcida agora pulava, gesticulava, tremulava as bandeiras. Já os adversários juravam vingança... Dirigiu-se, então, ao encontro do alvo. Como troféu, o capuz... Sob ele, o rosto do filho amado!

"Quem odeia o seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem em si a vida eterna" (1 João, 3:15). Abraço no coração de vocês e abençoada semana.


Acusam um conhecido jogador da seleção brasileira de ser "cai-cai". Não que a alcunha seja inverídica ou exagerada. O que chama atenção é a "surpresa" intrínseca na acusação. Ora, o brasileiro carrega a "fama" de ser um simulador por natureza. O famoso "jeitinho" revela a tendência em "fazer de conta". Faz-se de conta que estuda, trabalha, cumpre as leis, é fiel no casamento, legisla para o "povo", julga com imparcialidade, governa para maioria... O jogador, portanto, é tão somente o "ato falho" de nossa "cultura". Na escola, por exemplo, o que vale é a aprovação e certificação, não o que está por detrás delas. O aluno aprendeu ou não? O professor fez seu melhor ou não? A gestão da escola foi competente ou não? A política pública adotada pela Administração foi acertada ou não? Quem se importa? Mais vale a aparência, ainda que frágil e sofrível, do que a essência. Pura simulação! No Legislativo, sobram Projetos de Lei (a maioria, um misto de aberração, inconstitucionalidade e/ou destituído de qualquer relevância social), homenagens (curiosamente, não raras vezes, de "personalidades" muito próximas de quem as homenageia) e discursos a revelarem a pífia inteligência dos ditos representantes do povo. Simulação! Os rodeios tão comuns na nossa cultura corroboram a certeza de que a indolência é uma triste marca na contrução da dita identidade nacional. Simulam-se ganhos, hora aumentando (visando crédito), hora diminuindo (quando da Declaração do Imposto de Renda), quando não sumindo por completo com eles (para botar a mão nos "auxílios" governamentais). Simulam-se comprovante de residência, certificados, carteiras de trabalho e de motorista, atestados médicos... Como o brasileiro parece gostar de simular, fazer de conta. Não por acaso, aqueles que são "diretos" e avessos à confusão entre público e privado veem-se escanteados, sob a pecha de "antipáticos", "mal-amados" e "frios". O caldo cultural acima descrito atinge a todos? Obviamente que não. Todavia, a exceção só confirma a regra. Portanto, mais paciência com o atleta canarinho, representante fiel de "nosso" (????) país. Mais cedo ou mais tarde, a conta virá e por ela todos pagaremos (já estamos pagando...). Feito a Croácia, a verdade é implacável. Beijão!

Pensamentos de novembro (2022)

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 Rede de escolas São Francisco. Sessenta anos de muitas histórias. Entrei na Rede em 1992! Lá se vão trinta anos dedicados à Instituição, dos quais um ausentei-me, numa espécie de "ano sabático". Têm sido anos de muitas conquistas e desafios, mas, acima de tudo, de criação e fortalecimento de vínculos. Milhares de pessoas ajudei a formar, deixando uma marca - ainda que tênue, em suas vidas. Não menos importantes foram as lembranças, a esmagadora maioria boas, deixadas por elas. Incontáveis alunos e professores fizeram e vêm fazendo parte desta história. Alguns brilham, feito estrelas, no céu. A maioria segue fazendo a diferença entre nós como pais, alunos, profissionais das mais diversas áreas e, acima de tudo, como amigos e amigas, ainda que distantes no espaço. O que é este frente ao poder do afeto? Pode haver maior homenagem do que um abraço carinhoso ou palavras verdadeiras de reconhecimento? Medalhas ou placas comemorativas, não as tenho para todos aqueles que, tijolo por tijolo, fizeram da Rede o que é hoje. Porém, fica meu mais sincero e apertado abraço a cada um e cada uma que, seja sob os holofotes, seja no anonimato, dá "sabor" à escola.



Pensamentos de outubro (2022)

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Anular o voto ou optar pelo voto em branco faz parte do jogo democrático. Falacioso é associar tais votos a um ato de covardia ou aquiescência a este ou aquele grupo político. Ao fazê-lo, demonstra-se pouco conhecimento do assunto e profundo desprezo pela liberdade do eleitor em manifestar seu descontentamento frente às "opções" oferecidas a ele. Soa como pouco ou nada razoável, ainda, querer atribuir ao eleitor que vota em branco ou anula seu voto a responsabilidade sobre o desfecho do pleito. Seu direito/obrigação à vigilância e cobrança sobre os eleitos não é menor e nem, tampouco, maior do que qualquer outro eleitor. Os votos em branco ou nulos trazem, isto sim, uma mensagem clara, a do profundo descrédito acerca das "peças" postas sobre o "tabuleiro". São produto, muitas vezes, da falta de confiança não apenas no sistema político flagrantemente viciado, mas também no rol de figuras que buscam abocanhar uma teta no "úbere" estatal. Assim, amados e amadas, sintam-se à vontade de votarem em branco ou, então, anularem o voto, pois que este a ti, e somente a ti, pertence! Faça de teu voto uma mensagem de apoio a este ou aquele candidato, ou, ainda, de protesto aos que disputam o pleito. Importa é que seja um voto consciente, fundamentado naquilo que acreditas. O "cabresto", ainda que sutil, não combina com o verdadeiro espírito democrático. Eleição não é corrida de cavalos, onde se busca saber qual é o favorito. Deveria ser, isto sim, espaço para escolha de projetos para cidade/estado/país. Grande e fraternal abraço.


Alguns poucos países adotam a pena de morte aos condenados por corrupção. Chama atenção que nesses países (marcados, diga-se de passagem, pela precariedade democrática), a corrupção segue representando um sério problema. À primeira vista, portanto, a aplicação da pena capital não é garantia do fim de práticas corruptas, em especial aquelas envolvendo recursos públicos. Por que trago a temática aqui? Infelizmente, o Brasil historicamente vem sendo vítima de corruptos que, ocupando os espaços públicos (em TODOS os Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário), fazem uso do Estado para obtenção de vantagens ilícitas, com sérios prejuízos à população. Enquanto esta segue à míngua, sobrevivendo das migalhas que caem da mesa dos poderosos, alguns grupos criminosos locupletam-se e perpetuam suas práticas sob o olhar cego e viciado de uma legislação que, apesar de farta, pouco ou nenhuma efetividade produz. Fica a triste, lamentável e revoltante sensação de impunidade, além de alimentar-se a ideia de "soluções" radicais, como a pena de morte aos corruptos deste país. Importante lembrar que tal possibilidade é vedada (cláusula pétrea) por nossa Carta Maior, a mesma que, é verdade, vem sendo diuturnamente rasgada por aqueles que deveriam defendê-la e respeitá-la. Contudo, ante à inércia, omissão, condescendência e cumplicidade do Judiciário, por exemplo, inegável é a vontade, cada vez mais forte, de colocar em prática medidas drásticas, ainda que sem eficácia garantida e à margem da lei. O desespero e absoluta falta de esperança tendem alimentar o "mostro" que em nós habita. Uma vez solto, difícil segurá-lo. Tempos difíceis! Grande beijo no coração de vocês.


15 de outubro, Dia do Professor. Motivos para comemorar, talvez. Razões para lamentar, inúmeras. Apesar do discurso recheado de palavras bonitas, motivacionais, elogiosas, na prática a função docente tem sido espezinhada, maltratada, relegada a quase nada. Quanto vale o trabalho do professor? Salários vexatórios, carga horária extenuante, escolas (especialmente públicas) precárias, serviços de apoio capengos ou inexistentes, descaso e permissividade das famílias, apatia e desleixo dos educandos, sindicatos voltados para o umbigo de seus dirigentes, políticas públicas pífias, falta de reconhecimento social... O resultado não poderia ser diferente: caos absoluto na educação, onde há muito a escola deixou de lado sua principal função, a de ensinar. O quadro da dor é pior ainda ao não se vislumbrar no horizonte, mesmo que a longuíssimo prazo, mudanças positivas. O flagrante descaso em relação ao professor atesta a própria mediocridade social, a displicência frente a qualquer projeto sério de desenvolvimento socioeconômico. Denuncia, também, a involução e desumanização, onde a "aparência" destrona a "essência" e a futilidade toma as rédeas da insignificante existência.




Pensamentos de setembro (2022)

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Relendo "1984", de George Orwell... Quantas semelhanças com o que vejo hoje! A passagem referente à "produção de botas" faz lembrar os números e estatísticas "fabricados" e apresentados à população, especialmente em períodos de campanha eleitoral. Raramente casam com a realidade. As cifras astronômicas, alegadamente investidas em educação, segurança, saúde, infraestrutura, etc. não são confirmadas no cotidiano de nossa gente. Esta, em sua maioria, segue completamente esquecida, jogada às traças, ofendida em seus mais elementares direitos. Ótimo dia a todos nós! Beijo no coração.


Dia dos Filhos, 23 de setembro? Há controvérsias... Contudo, seja nesta ou naquela data, de uma coisa não tenho dúvidas: filhos são uma bênção. Existem problemas? Obviamente, pois do contrário não estaríamos falando de pessoas. Porém, os bônus são infinitamente maiores do que os ônus. Agradeço a Deus e a Ele tenho consagrado a Thamires, o Matheus e a Thaíse. Representam o que tenho de melhor. Amo-os incondicionalmente, sem deixar de repreendê-los quando necessário (o amor é exigente...). Desejo vida e que esta seja abundante, tomada de sabedoria, paz, saúde e prosperidade. Jamais esqueçam que a vida SEMPRE vale a pena. Ao parabenizar os meus filhos, o faço também a todos os demais filhos. Deus abençoe ricamente vocês. Façam a diferença! Beijo no coração.

Não são poucos os que dizem ser a vida um "livro". Alguns deles mais densos, outros aparentemente simples demais. "Livros" com muitas páginas (jamais incontáveis, o que os torna sempre e necessariamente passageiros...), outros nem tantas. Não que o número delas seja sinônimo de qualidade. É bem verdade que alguns "livros" mereciam não mais do que uma meia dúzia de laudas, tamanha sua mesquinhez. Existem "livros" com capas belas e chamativas, mas sem conteúdo. Existem também aqueles que trazem sua capa surrada e páginas amareladas pelo uso, tomadas de glosas, deixando claro o quanto foram úteis. "Livros" novos e antigos. "Livros" marcados pelo romance, ficção, drama, tragédia... Que tipo de "livro" somos afinal? Que tipo queremos ser? Sobre quais páginas nos debruçamos? Aquelas do passado, já lidas, em que pese amargas e dolorosas? Sobre as vindouras, não menos importantes, ainda que encobertas pela incerteza do porvir? Sobre a de agora (presente)? "Livro" precisa ser lido, pois que não o sendo, perde sua essência. Não será hora de virar a página, ainda que sob o risco de dissabores e infortúnios? Avancemos na leitura de nossa própria "obra", sem o temor paralisante de chegarmos a seu término.




sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Pensamentos de agosto (2022)

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A eleição é transformadora! Indescritível o poder que tem um pleito na vida das pessoas, especialmente (ou seria "somente"?) em período de campanha (esta, convenhamos, na prática, pouco difere da pré -campanha). Figurinhas conhecidas da cidade tecem discursos bem elaborados, fazendo uso de expressões (ética, competência, respeito, espírito público, democracia, honestidade, trabalho, etc.) que, sabidamente, sempre passaram de largo das relações estabelecidas por elas junto à coletividade. Condenam a incoerência dos adversários (na prática, vistos e tratados hora como inimigos, hora como amantes), mas têm a vida pretérita maculada pelos ajeitamentos, gambiarras e apadrinhamentos. Figurinhas que fazem da política não uma ferramenta para promoção da equidade social, mas para a manutenção de privilégios seus e de seus familiares. Figurinhas que, como por obra de um milagre, convertem-se e aproximam-se de grupos religiosos, feito lobos em pele de cordeiro. Figurinhas patrocinadas por dinheiro duvidoso, alimentando o triste círculo do crime organizado. Eleitores, troquemos as figurinhas já amareladas e opacas (sujas) por outras, sob risco de não o fazendo, comprometermos o álbum da cidade! Grande beijo no coração.

Rosana, minha querida esposa, completando mais uma primavera (inverno, na verdade...). Impossível descrevê-la, pois que faltariam adjetivos para isso. Companheira, mulher, mãe, educadora (com um pé na aposentadoria, heim?)... São mais de duas décadas ao teu lado, aprendendo - ainda que aos trancos e barrancos (admito, sou por vezes um péssimo aluno) - contigo, partilhando de incontáveis momentos maravilhosos e, claro, alguns deles difíceis. Mesmo nestes últimos tens resistido bravamente, dando mostra do quanto és especial. Desejo muitos e muitos anos de vida, com saúde, paz, prosperidade, paciência (tá bom, é pedir demais... Kkkkk) e sabedoria, pois que desta nascem todas as riquezas. Deus siga te abençoando e permitindo que eu possa estar, por um longo tempo (até que a morte nos separe, lembras? Kkkk), ao teu lado. Parabéns! Te amo...

Um dia muito especial pode tornar-se melhor ainda? Sim! Dia 10 de agosto de 2022, aniversário de minha esposa e FORMATURA de minha filha primogênita, THAMIRES. Alegria que mal cabe no meu coração. Filha, parabéns! Agora, oficialmente, és uma FONOAUDIÓLOGA. Profetizo incontáveis vitórias na tua vida profissional. O mercado da fonoaudiologia, tenho certeza, ganhará e muito com tua competência, dedicação e seriedade. Deus te abençoe e que sigas fazendo a diferença na vida das pessoas. Beijo deste pai tomado de orgulho.

Até que gostaria, mas tornou-se impraticável (como tantos outros professores, trabalho sessenta horas) responder as inúmeras mensagens de carinho recebidas pelo aniversário da Rosana e pela formatura da Thamires. Dizer o quê? Impossível retribuir tamanho afeto de cada um e cada uma de vocês. Resta AGRADECER e pedir a Deus que me dê, por longos anos, o privilégio de chamá-los (as) de amigos (as). Vocês são verdadeiramente ESPECIAIS. Obrigado, obrigado e obrigado! Durmam bem e que os sonhos (os justos e bons... Ah, tá bom, os exagerados também... Kkkkk) virem realidade. Beijo no coração!

Pai... Três, somente três letras, mas trazendo um oceano de significados... No Dia dos Pais, registro primeiro minha gratidão a Deus, um Pai que, no Seu infinito amor, tem me sustentado e fortalecido. Meu reconhecimento, ainda, ao meu pai Antônio (in memoriam), pelos ensinamentos, proteção e carinho, não medindo esforços para dar aos filhos aquilo que jamais teve. Foi, é e continuará sendo minha inspiração! Um abraço, também, ao Neizito, meu querido irmão e pai de três filhos (olha o número aparecendo novamente... Sabem o que isso significa? Acredito que nada, mas...). Muitos são os outros PAIS a serem homenageados: cunhados, primos, compadres, padrinhos, afilhados, amigos, colegas... Todos vocês são muito ESPECIAIS. Usemos e honremos esse título ("PAI"), pois que somos (deveríamos ser...) os forjadores de mulheres e homens cada vez melhores, resilientes, responsáveis, confiáveis, solidários, trabalhadores, competentes... Sintamo-nos lisonjeados por sermos chamados de Pai, pois enquanto o somos é porque nosso bem maior (os filhos!) está próximo. Parabéns a todos os pais!

Experiência com Deus, já tiveste? Pergunto porque talvez, assim como eu o fiz tantas vezes, burocratiza-se e teoriza-se a relação com Ele, tornando-a fria, distante, formal, meramente ritualística. Tenho aprendido (é no caminhar que os grandes aprendizados acontecem) a confiar e esperar n'Ele, até porque o tempo d'Ele não é o mesmo meu (teu) e nem tampouco Seu querer é, necessariamente, o meu (teu). Ele vê o que não vemos, sonda o que desconhecemos ou, conhecendo, tentamos inutilmente esconder. Uma relação próxima do Pai nos livra da dor, da saudade, da tristeza, dos dissabores da vida? Geralmente não, mas nos fortalece nesses momentos difíceis. O amor de Deus é garantia de bonança e prosperidade, como alguns falsos mestres tentam nos convencer? Digo que muitas vezes não, porém age como bálsamo a corroborar a certeza de que a incorruptibilidade dos bens do espírito superam, de longe, a fragilidade daquilo que se obtém por meio do dinheiro. Este é bem-vindo, importante lembrar, mas deve servir de meio para abençoar e ser abençoado, jamais um fim em si mesmo. Deve gerar conforto, qualidade de vida, prazer (sim, Deus quer que tenhamos "tesão" em viver), mas com responsabilidade, equilíbrio, empatia, solidariedade. Estreitemos a relação com Deus, deixando-nos amar e ser abraçado por Ele. Derramemos nossas lágrimas, de preferência em segredo, diante d'Ele e permitamos que sejam nossas feridas físicas e emocionais tratadas pelo Espírito, sem nenhum custo! Uma ótima noite a vocês, pois que muito ESPECIAIS para mim e, sem dúvida, para Deus! Beijo no coração.

A pergunta a ser feita a teu candidato é "como" e não "o que" será feito. O "que será feito" qualquer imbecil responde, pois não passa de promessas jogadas ao vento, sem qualquer compromisso com a realidade. Boçais, mal intencionados, "políticos de carteirinha", todos eles têm uma (sim, literalmente, UMA pois que sempre a MESMA!) resposta: investir na educação, saúde e segurança, combater a corrupção, blá, blá, blá... Outro cacoete p'rá lá de conhecido do candidato despreparado é pautar sua campanha em ataques diuturnos a adversários políticos (vistos como inimigos...), fazendo lembrar um cachorro na proteção do osso (difícil de largar), osso diga-se de passagem que não é dele, pois que público. Enquanto ataca, não propõe. Não por acaso, o período de campanha eleitoral é o que é, uma verdadeira chatice. Pouco ou nada esclarecedora. No caso de servidores públicos (que, ao contrário dos pobres mortais da iniciativa privada, seguem mantendo o salário ainda que licenciados), os meses de campanha servem, não raras vezes, muito mais como um longo período de "férias", pois que até o bêbado da esquina sabe que o tolo é carta fora do baralho. Quais são as propostas? Como assim, que propostas? A pergunta a ser feita é, portanto, COMO será feito, COMO se operacionalizará a mudança? Questões orçamentárias (sim, dinheiro não nasce em árvore, pressupõe uma fonte de receita), limites legais (a Administração Pública, diferentemente do cidadão comum, só pode agir por meio de leis autorizativas), embates políticos (muitas das decisões passam, obrigatoriamente, pela aprovação do Legislativo, este quase sempre composto por figurinhas despreparadas, sem qualquer compromisso com o interesse público), conjunturas socioeconômicas locais, regionais, nacionais, internacionais... Enfim, o COMO será feito exige do candidato massa cinzenta, conexão entre o "tico e o teco", visão crítica da realidade (esta vai muito além dos muros dos feudinhos construídos por algumas famílias e grupelhos), humildade intelectual, capacidade de diálogo, honestidade (pesquise a fundo a vida pregressa de quem pede teu voto), trabalho em equipe (esta não pode ser confundida com quadrilha ou organização criminosa, nem tampouco com nepotismo)... Faça, portanto, a pergunta certa a teu candidato... Beijo no coração de todos vocês!

Assistindo uma matéria sobre ações policiais no combate ao tráfico de drogas. Confesso que não sei se é para rir ou chorar, pois que deixa claro o quanto apreciamos a "aparência" em detrimento da "essência" em relação a quase tudo, inclusive aquilo que diz respeito às práticas criminosas. Trata-se de um espetáculo circense, onde o verdadeiro palhaço é o contribuinte que paga a conta. Prende-se muito, porém prende-se mal. Prende-se, salvo raras exceções, o "peixe pequeno", enquanto os "tubarões" seguem livres e soltos, além de cada vez mais ricos, ocupando espaços privilegiados do Estado: gabinetes, tribunais e tribunas. Lamentável ver esse mesmo Estado de joelhos e mãos dadas com o crime organizado. Não por acaso, cada vez mais confunde-se polícia e ladrão, em prejuízo dos inúmeros (maioria) bons, honestos, competentes e mal pagos servidores públicos da área de segurança. Não por acaso, ainda, as galerias dos presídios (o que sobrou delas...) estão nas mãos dos "prefeitos" (não poderia ter nome mais apropriado), sob olhar omisso e amedrontado de promotores e magistrados. Não por acaso, também, o tráfico (drogas, armas, etc), contrabando, descaminho, jogos de azar, prostituição, pirataria, avançam de maneira avassaladora. O tiro que sai da arma do policial quase sempre tem endereço certo: do pobre, do preto, do favelado. Até quando seguiremos enxugando gelo? Passou da hora de cortarmos o mal pela raiz. A fonte que alimenta o tráfico não está no beco, na quebrada ou na esquina. Deve ser buscada nas mansões, nos palácios, nos gabinetes, nos presídios. Bom descanso a todos. Beijo no coração!

O que dizer do perdão? Este serve de bálsamo ao coração de quem é perdoado, mas principalmente de quem perdoa. Soubéssemos o poder do perdão na cura de nossas dores emocionais, na reconstrução e fortalecimento das relações que travamos com o "outro", por certo o exercitaríamos mais. Quantos lares reconstruídos, sociedades refeitas, confianças restabelecidas nasceriam do exercício do perdão. Quem o pede e quem o recebe, demonstram humildade. Fortalece-se o amor, rejuvenesce-se o coração e qualifica-se o tecido social. Uma semana abençoada a vocês, onde o "perdão" faça parte de nosso vocabulário, não como sinônimo da banalização de nossos erros, mas como demostração de verdadeiro arrependimento. Beijo no coração!

Sofrível e previsível o "debate" entre os presidenciáveis, veiculado pela Band. Sofrível porque as propostas, mais uma vez - como tem sido a tônica há muitos anos - sucumbiram frente às acusações recíprocas e já esperadas, acusações estas, sabe-se, quase todas com fundo de verdade. Conclusão: os candidatos - salvo raras e honrosas exceções - têm o rabo preso. Alguns deles, fazendo lembrar a velha briga entre o fedorento e o malcheiroso -, fôssemos um país sério -, estariam num manicômio ou numa prisão, ou nos dois... Triste circo televisionado, parte de uma campanha eleitoral bilionária que, vergonhosamente, pouco ou nada contribui para qualificar a política nacional. As escassas propostas surgidas durante o encontro - quase todas oriundas de candidatos com pouca ou nenhuma chance de passar pelo crivo do primeiro turno -, as boas, muito provavelmente não romperão a barreira das "boas intenções". O "debate" mais pareceu conversa de bar, quando sobra embriaguez e falta lucidez. Quem venceu, não sei. Quem perdeu, sem dúvida, foi o eleitor. Boa semana a vocês. Beijo no coração!


Pensamentos de julho (2022)

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Quais são as características ou virtudes esperadas para o exercício de um mandato? Ao que tudo indica nem o eleitor e nem, tampouco, os (pré)candidatos sabem. As redes sociais têm trazido algumas "figurinhas" que cheiram mal, fazendo lembrar o chorume sórdido associado ao domínio de algumas famílias que, historicamente, vem loteando importantes espaços públicos. Fazem da cidade um vergonhoso feudo, onde apenas os apadrinhados têm vez e voz. Importante lembrar a importância e poder do voto qualificado, consciente, pois somente por meio dele seremos capaz de avançarmos. Não venda e não troque teu voto por promessas, cargos ou quaisquer benesses pessoais, pois que o fazendo seguirás engrossando o mar de lama que condenas. Boa semana e beijo no coração!

Em quem votar? Difícil responder! Mais fácil identificar em quem NÃO VOTAR... Mantenha distância daqueles que, ano após ano, vêm "mamando" nos úberes do Poder Público. Mamam não apenas eles, mas um enorme séquito de familiares (pai, filho, irmão, cachorro, gato...) e "amigos" sustentados por meio de FGs e CCs pagos, a duras penas, pelo contribuinte. Não vote naqueles que já exerceram ou exercem mandatos sem terem contribuído de fato para melhoria da pólis. Não vote naqueles que carregam sobrenomes conhecidos de longa data, sobrenomes estes que fazem lembrar de tudo, menos o que é ético, justo e honesto. Não vote em quem anda de mãos dadas com o crime organizado. Não vote em quem faz uso de "empresas" fajutas para vencer licitações, surrupiando recursos públicos sem prestar o serviço esperado, deixando homens e mulheres a ver navios no que tange aos direitos trabalhistas. Não vote em quem faz da sua placa de igreja, seja ela qual for, trampolim eleitoreiro. Não vote em quem tem sua vida marcada pela mentira e pelo engodo. Não vote em quem faz de teu sofrimento (falta de leito, remédio, asfalto, lâmpada do poste, trabalho, vaga na escola, etc.) motivo para troca de favores. Não vote em quem troca de partido como quem troca de roupa, conforme as conveniências. Não vote em quem faz alianças espúrias em nome da "governabilidade". Não vote em quem tem sua "popularidade" assentada na aparência, esta facilmente criada e impulsionada pelas redes sociais. Não vote em quem tem seu discurso pautado no ódio em relação aos que alinham-se a outras vertentes ideológicas. Não vote em quem faz promessas milagrosas. Não vote em "salvadores da pátria". Não vote em quem responde a processos ou naquele que já recebeu condenação. Todos esses deméritos, acredite, dizem respeito a uma MINORIA, mas uma minoria que vem gerando sérios prejuízos à coletividade. Por meio de teu voto, dê um BASTA! Grande beijo no coração de vocês...

A democracia no Brasil está em risco? Definitivamente, não! Pode estar em risco o que inexiste? A Constituição de 1988, nascida sob um discurso de "redemocratização", tornou-se apenas mais uma obra de ficção. Acenou-se com transformações sociais que jamais chegaram. Saiu-se de um período de censura oficial e aberta, para um de aparente liberdade. Que liberdade? Pode haver liberdade em meio às mazelas existentes, onde a desigualdade é alimentada pela ação/omissão de um Estado a serviço de poucos? Não por acaso, por exemplo, o apelo do Judiciário para que se acredite no processo eleitoral não encontra o esperado eco. A desconfiança paira sobre todos os Poderes desta malfadada República (ou seria "republiqueta"?). É gritar "pega ladrão, não sobra um meu irmão", como diz uma antiga letra musical. As cartas do baralho estão viciadas e, neste jogo, o azar é sempre (principalmente) dos mais pobres. Sobra discurso, falta ação e coerência. Apesar do lamentável quadro, eventuais mudanças passam, necessária e obrigatoriamente, pelo voto. Façamos bom uso dele e, de preferência, lancemos para longe boa parte (outra parte, feito camaleão, consegue esconder-se quando ameaçada) da corja que há muito vem tomando de assalto as riquezas deste país. Beijo no coração!

"Eu te peço que abençoes os meus descendentes para que eles continuem a ter sempre a tua proteção. Tu, ó Senhor, os tens abençoado, e que a tua bênção esteja com eles para sempre" (1 Crônicas, 17:27). Profetizemos bênçãos para nossos filhos e filhas, pois a palavra que sai da boca tem poder. A boca profere aquilo que o coração está cheio. Cuidemos, portanto, com o que dizemos. Boa semana a todos nós!

Tenho visto, nos diversos níveis (federal, estadual e municipal), muitos candidatos pousando ao lado de líderes religiosos. O porquê já sabemos! Importante ressaltar que religião e Estado não devem se misturar, sob risco de confundirmos o papel do ente público com os interesses deste ou daquele grupo. A laicidade do Estado serve não apenas para proteger o interesse público, mas a segurança e o direito à liberdade de culto dos próprios fiéis. Portanto, desconfie dos reais e verdadeiros propósitos de quem faz da religião (seja qual for) degrau para alcançar o poder, em especial no Executivo, já que no Legislativo é natural que os que buscam eleger-se defendam seus respectivos nichos socioeconômicos. Beijo no coração de vocês!


Pensamentos de junho (2022)

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Política! Tão maltratada, mal falada e mal compreendida... Usurpada por alguns e demonizada por muitos. O que é a política senão relação de poder? Portanto, queiramos ou não, saibamos ou não, gostemos ou não, a política sempre esteve, está e estará em nosso meio. A questão é como ela se dá. As relações de poder podem oprimir ou libertar, censurar ou dialogar, distanciar ou aproximar, estigmatizar ou enaltecer a diferença. Portanto, ruim não é a política, mas como lidamos com ela. Não é algo dado, mas sim construído. Somos todos, por meio de nossas ações e/ou omissões, responsáveis pelas relações de poder existentes. A qualidade do cenário político é fruto, sobretudo, de nossas escolhas, ainda que sob a forma de silêncio. As figuras bizarras que, porventura, ocupam os "espaços" formais e de destaque no tabuleiro político-partidário (que é apenas uma ínfima parte da política) resultam de nossas decisões. Qual o papel que reservaste para ti? Protagonista ou coadjuvante? Deixemos de terceirizar responsabilidades. Façamos da política uma poderosa ferramenta de transformação, participando, fiscalizando, questionando, votando (urna não é pinico)... Assumamos, com ética e competência, nosso papel de eleitor, pai, mãe, companheiro(a), trabalhador(a), aluno(a)... Exerçamos, de fato, a cidadania. Grande e fraternal abraço.


Pensamentos de maio (2022)

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"(...) Mas o Senhor não estava no vento. Quando o vento parou de soprar, veio um terremoto; porém o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo veio um sussurro calmo e suave" (1 Reis, 19:11-12). Não são poucas as igrejas que valorizam o "barulho", fazendo lembrar a fúria do vento. Muitos são os "pastores" (o verdadeiro pastor dá a vida pelas ovelhas, não as explora e nem tampouco as ludibria) que levantam a voz e esmurram o púlpito como que jurando serem capazes de abrir, feito terremoto, o chão que os sustenta. Onde está Deus senão e sobretudo no "sussurro calmo e suave"? Sim, Ele encontra-se entre os anônimos a fazerem o bem às viúvas e órfãos, sem holofotes, lantejoulas ou aplausos. Ele está entre os que creem numa Igreja viva, que não se deixa macular pelo brilho do ouro e nem tampouco se rende ao canto da sereia dos que, em nome de interesses inconfessáveis, fazem das congregações um balcão de negócios. A "política", sim tem que estar dentro da igreja, pois que diz respeito à busca de uma sociedade melhor, compromisso este de todos. Porém, a "politicagem" (feito chorume fétido a contaminar as estruturas sociais) não deve ser tolerada, mas abominada pelos que são filhos da Luz. Não por acaso, uma democracia precisa ser laica, sob risco de sucumbir, tal qual ovelha conduzida por lobo em pele de pastor. A todos, em especial aos bons e abnegados líderes espirituais, um abençoado domingo.

"Sou professor, não babá de seu filho!". O óbvio precisa ser dito às famílias, sob risco de seguirmos não apenas adoecendo essa classe há muito maltratada e mal paga, como aprofundando o caos que flagrantemente tomou conta das escolas públicas e privadas. Transferir, sob o olhar omisso dos gestores, a responsabilidade sobre as notas vergonhosamente baixas dos educandos para o professor, soa como desarrazoável e irresponsável. Ao educador cabe o domínio do conhecimento, a metodologia e a mediação do dito processo ensino-aprendizagem. Ao aluno cabe ESTUDAR, sim, estudar (é o que menos tem feito, ao que tudo indica). À família cabe acompanhar, de forma permanente, a vida escolar do infante. O que se vê, infelizmente, são pais mais perdidos do que cego em tiroteio, batendo cabeça na formação de seu rebento e, não bastasse, terceirizando a responsabilidade que lhes cabe. A nota baixa do aluno - mensurada em número, conceito, parecer - é sim, salvo raríssimas exceções, um indicativo de que o mesmo precisa largar um pouco seu mundinho virtual e abrir os olhos para o que é real. A vida é alegria, mas tristeza. É "sim", mas também "não". É vitória, mas derrota. É prazer e também dor. Descansar os dedos, disciplinar o sono e tirar um tempinho para rever os conteúdos trabalhados em aula é como receita da vovó, tão antiga quanto eficaz. Ótima semana de trabalho a todos, em especial aos meus colegas de profissão.

É no Jordão e não no Abana ou no Farpar que precisasamos nos banhar (quem lê, entenda...). Feito criança teimosa, insistimos querendo dar ouvido ao próprio ego, virando à esquerda quando deveríamos ir para o lado contrário. Por que, feito cachorro a lamber o próprio vômito ou porco a revolver-se na lama, teimamos tanto? Já não bastam os inúmeros dissabores? Atentemos, meus queridos e queridas, para o caminho da sabedoria, para o lugar da cura da alma, pois não o fazendo, tal qual Naamã seguiremos tomados pelas feridas que há muito têm nos tirado a paz. Beijo no coração e que Deus nos abençoe!

"Homem, lobo do próprio homem"... A conhecida frase de Hobbes, dita há tanto tempo, segue atual, talvez mais do que nunca. O Estado, segundo ele, surgiu sobretudo para fazer frente à tendência natural de, na busca de nossa sobrevivência e defesa de nossos interesses, nos aniquilarmos mutuamente. Uma espécie de freio necessário à estabilidade e uma forma de garantir certa harmonia da sociedade como um todo. Daí, segundo ele, a necessidade de um Estado forte. Tirando os exageros da teoria e a enorme contribuição que a mesma deu ao surgimento e "legitimação" do Absolutismo Monárquico, precisamos reconhecer que ela nos leva a refletir sobre o país que vivemos. Até quando conseguiremos segurar o "lobo" que existe em nós? Até quando conseguiremos aplacar a fúria do animal que, já sem paciência, pede por vingança? Até quando seremos capaz de manter sob o domínio da coleira jurídica nossos instintos que nascem do dito direito natural? Os limites balizadores da democracia e do famigerado Estado de Direito vêm se esfarelando. As relações sociais, contaminadas pela insana polarização, vêm se deteriorando. As instituições (família, Igreja, Estado, escola...) há muito já não representam o norte que outrora servia de porto seguro. Caminhamos, a passos largos, em direção à selva. Nela, vale lembrar (e que isso sirva de alerta aos que acreditam estar seguros sob suas togas ou sob seus mandatos), vale a lei do mais forte. Quando o lobo sente o cheiro de sangue, nada e ninguém o segura. A turba enfurecida faz coisas impensadas. Abraço no coração de todos, lobos ou AINDA homens...


Pensamentos de abril (2022)

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Ser Gestor (com letra maiúscula) e simplesmente estar à frente de uma Direção, Secretaria, Conselho dito de direitos ou governo, por exemplo, são coisas completamente diferentes. O que motiva alguém assumir a gestão de um espaço público? Que interesses o move? Uma vez assumida a gestão, como se dá a relação com as pessoas e, principalmente, com o interesse público? Comporta-se como verdadeiro servidor ou, ao contrário, procura servir-se do espaço que ocupa? Como chegou à gestão? Fruto do mérito e da competência ou resultado de uma indicação política voltada a atender interesses escusos ou em nome de uma governabilidade" que mais faz lembrar um prostíbulo, onde vende-se até a alma em troca de algumas moedas? As decisões tomadas atendem a quais interesses? A de grupelhos e "amigos do rei" ou aos da população em geral, ainda que os "dividendos" políticos não se deem em forma de votos na próxima eleição? Gente ocupando e se locupletando de espaços públicos (cargos e funções) tem sido comum. O resultado não poderia ser pior! Mal uso de recursos públicos levando a um interminável número de processos e, o que é mais grave, à precarização cada vez mais acentuada dos serviços prestados à população. Ser Gestor (olha aí a inicial maiúscula...) é, sem dúvida, assumir riscos. Um deles é responder, quiçá, por uma ou outra decisão, por uma ou outra conta que não fecha (a contabilidade pública é complexa, quando não confusa). Importante, contudo, que inexista dolo ou que os erros apontados não sejam fruto de omissão ou da incompetência, por exemplo. Ainda assim, sabemos, deve haver apuração e, se for o caso, a responsabilização do Gestor. Porém, existindo dolo, que seja o miserável execrado da vida pública, severa e exemplarmente punido para que a condenável prática não se repita por meio de outros. Gestão, portanto, é coisa séria. Nela não deve haver espaço para aventureiros, vigaristas, mal intencionados, preguiçosos ou incompetentes. Ótima sexta-feira e sigamos lutando por uma gestão pública de qualidade, do Chuí ao Oiapoque. Beijo no coração!

Empoderamento tem sido uma expressão por demais usual. O que dizer do desempoderamento ou desapoderamento do professor? Involuiu-se, portanto. Impressão que fica é que o educador está abaixo do "cu do cachorro", situação esta ratificada, por exemplo, pela flagrante desvalorização salarial, só suportável (por enquanto...) devido à extenuante carga horária assumida pelos profissionais da educação. Corre-se, desesperadamente, de uma escola para outra, com jornadas de cinquenta, sessenta horas semanais para, ao final de cada mês, conseguir, milagrosamente, sobreviver. De um lado a crescente e infindável burocracia (que, em nada contribui no processo de aprendizagem), de outro o completo desprestígio social. De um lado, a pressão para que os professores dominem as ditas "ferramentas digitais" e plataformas de toda espécie (que, diga-se de passagem pouco mais fazem do que abarrotar os bolsos de algumas empresas do mercado), de outro a indisciplina correndo solta, sob o olhar omisso e condescendente de gestores e famílias. Não por acaso, são muitos os professores que fogem da sala de aula como o diabo foge da cruz. Negócio, por vezes, é lutar, qual fera na disputa da carniça, por aqueles espaços menos "tensos" dentro da escola. É duvidar, vende-se a própria mãe... Multiplicam-se os "laudados", com "delimitação de tarefas", representantes nos incontáveis "conselhos" (que, da mesma forma que a burocracia e as ferramentas digitais, por vezes, pouco ou nenhum resultado prático têm oferecido...) e por aí vai... Por vezes a saída é, ainda, apelar para os "santos" ou deixar-se apadrinhar por um "político" (na pior acepção da palavra), matando dois coelhos com uma só cajadada: foge-se da sala de aula e engorda-se o salário por meio de uma "função gratificada", prática esta que compromete o quadro funcional da escola e alimenta a ignóbil política do coronelismo. Há luz no final do túnel, que não seja um trem vindo na direção dessa classe tão sofrida? Até quando seguirão os professores sendo menosprezados? Até quando continuarão "terceiros" questionando a ação professoral? Por que não o fazem, também, com médicos, engenheiros, magistrados? Como fica a autoridade acadêmica dos educadores? De nada vale? Não quer o educador ser lembrado apenas num singelo dia de outubro, numa eventual matéria jornalística ou numa "homenagem" na Câmara (é duvidar, sai o vereador e não o professor na foto!). Quer ser, sobretudo, respeitado profissionalmente, ocupando o lugar que há muito lhe foi retirado. Maus professores existem? Sem dúvida, assim como médicos, advogados, motoristas, comerciantes... Sejam eles identificados e expurgados do "mercado" ou do serviço público, fazendo valer os inúmeros instrumentos existentes (CLT, Regime Jurídico, etc.), ainda que contra um ou outro corporativismo doentio e irresponsável. Aos bons profissionais, sem dúvida a maioria, o reconhecimento que lhes é devido.

Firula.. Seja no futebol, seja na educação, não funciona. Apesar da atraente plasticidade, a firula não atinge, nem de perto, o objetivo: o gol dentro das quatro linhas, a aprendizagem na educação. Há muito, a escola vem apostando na firula. Mais vale o professor fazer "embaixadinhas" com as incontáveis ferramentas digitais à disposição do que dirigir-se em direção ao que deveria ser a meta do ensino, rasgando a zaga da ignorância, driblando a barreira do vergonhoso atraso intelectual e fazendo um golaço para o desenvolvimento socioeconômico do país. Privilegia-se a aparência, em prejuízo da essência. O "botox" propiciado por empresas milionárias, além do alto custo para as famílias, mostra-se incapaz de promover a melhoria na qualidade de ensino. Nunca se fez tanta firula na escola e nunca se aprendeu tão pouco! O saber acadêmico do professor, que o torna singular sob o ponto de vista profissional, dá lugar aos arranjos tecnológicos. Mais faz lembrar um operador de máquina, olvidando o protagonismo que lhe cabe. Antes, referência! Depois, "mediador"! Hoje? Amanhã? A "revolução" da educação faz lembrar um amargo Kinder Ovo. É tudo, menos chocolate! O que se espera da escola? Aprendizagem ou maquiagem? O excesso desta, via de regra, esconde a realidade que, no caso do ensino, é inegavelmente caótica. O que se prega não é, por óbvio, uma escola que dê as costas para as inovações tecnológicas, mas que estas não sejam um fim em si mesmas. A qualidade de ensino de uma instituição escolar deve estar centrada, principalmente, nos seus profissionais e jamais nos penduricalhos e firulas que, como iscas, levam o peixe à morte. Beijo no coração!

Portanto, dá-me sabedoria para que eu possa governar (...) com justiça e saber a diferença entre o bem e o mal (...). Deus gostou de Salomão ter pedido isso (...)". Ao que tudo indica, Cachoeirinha caminha para um novo pleito. A sabedoria salomônica tem passado ao largo da cidade. Entra ano e sai ano, entra governo e sai governo, as cartas são sempre as mesmas. Famílias conhecidas seguem fazendo dos espaços públicos extensões de seus quintais, perpetuando-se por meio de um coronelismo assentado no medo e na troca de favores. Até quando Cargos em Comissão (CCs) e Funções Gratificadas (FGs) serão distribuídas sem qualquer critério técnico ou de merecimento, mas a bel-prazer de interesses eleitoreiros e caprichos pessoais? Cachoeirinha não é uma pocilga, portanto passou da hora de avançarmos em direção aos verdadeiros ideais republicanos, onde prepondere a impessoalidade, legalidade, moralidade, eficiência... Discursos não são suficientes e nem, tampouco, promessas vazias. Precisamos de ações concretas, de bons resultados na saúde, segurança, mobilidade, educação, cultura, geração de renda... Sirvam os votos nas urnas como chama na pira a queimar os tristes e históricos vícios da cidade, depurando o que presta daquilo que é imprestável, o que serve daquele que "se serve".