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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Pensamentos de janeiro (2021)

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Finalmente, ela chegou! A passo de tartaruga, como é típico de um país que ainda lista entre os subdesenvolvidos (no Brasil, o que corre é a corrupção, o maldito "jeitinho", a apropriação do dinheiro público, os conluios políticos...), a vacina está aí. Não são poucos os que estão pousando para foto, buscando tirar proveito deste momento, sem dúvida, importante. A chegada da vacina não pode servir para apagar a memória de quem são os grandes inimigos desta nação. Não falam chinês, inglês, espanhol... Ao contrário, estão bem perto de ti, ocupando cargos e funções públicos. Apegam-se a mandatos, imunidades (soam como "impunidades"), estabilidades para manterem o triste e pérfido círculo vicioso da corrupção, que há muito vem carcomendo as estruturas deste arremedo de democracia, com imensuráveis prejuízos à população, especialmente aos mais pobres. (19/01/21)

Não são poucos os que criticam a demonização, a criminalização da política. Por certo é algo preocupante, pois que ela é a principal (única!) forma de construirmos uma sociedade melhor. Entretanto, a imagem negativa que a política hoje tem no país só será desconstruída a partir das boas práticas daqueles que ocupam os espaços públicos, em especial daqueles que detêm mandatos. Discursos, ainda que bem elaborados, já não têm o poder de convencimento. Urge vermos representantes que ajam, que pautem suas ações na ética e no respeito às expectativas criadas em período de campanha. (19/01/21)

Estava lendo o Capítulo 7 do livro de Atos. É a narrativa de Estêvão, pouco antes de ser apedrejado e morto, sobre as inúmeras mensagens trazidas pelos profetas, mensagens estas ignoradas pelo povo. Quantas vezes ouvimos, mas não entendemos? Quantas vezes entendemos, mas não aceitamos? Quantas vezes aceitamos, mas não mudamos e nem tampouco persistimos? (21/01/21)

O amor de Deus é incondicional. Por isso, és tão especial, independentemente de tua cor, opção sexual, gosto musical, credo, ideologia... Nossas diferenças podem e devem, algumas delas, suscitar a discussão e o embate de ideias, mas jamais criar muros que nos desumanizem. O céu é um espaço multicolorido, verdadeira aquarela onde todos são bem-vindos. Não fosse assim, Deus teria entregue seu amado Filho para morrer por TODOS nós? Portanto, tua vida importa, independente de tuas escolhas! (22/01/21)

Que o sangue das milhares de vítimas, não apenas da Covid-19, mas de todas as outras "epidemias", como a da violência e da fome, recaia sobre aqueles que, de forma intencional, fazem mal uso do dinheiro público. Recaia, ainda, sobre aqueles que, apesar da função ou cargo público que ocupam, reproduzem, fortalecem e perpetuam com sua ação/omissão os ignóbeis abusos que têm ceifado não apenas vidas, mas a esperança de dias melhores. Ante a letargia do Estado, seja - se necessário - usado o fórceps para apear do poder os amaldiçoados furúnculos que, despojados de ética e humanidade, escravizam nossa gente. (24/01/21)

Pensamentos de fevereiro (2021)

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Existe amor à moda antiga e também mãe à moda antiga. Minha mãe é assim. A Gegê não usa celular, por isso tive que repassar as inúmeras felicitações recebidas pelo aniversário. Ela agradeceu a cada um e cada uma pelas "curtidas", figurinhas e mensagens enviadas. Hora dessas, fará um arroz com galinha (insuperável...) e convidará a todos e todas (é duvidar, não sobrará nem a raspa). Meus queridos amigos e amigas, muito obrigado pelo carinho demonstrado pelo minha mãe. Fui e sou abençoado por tê-la, assim como por contar com vocês. (08/02/21)

A escolha ou simpatia por este ou aquele partido político pode, quando muito, indicar a opção ideológica do sujeito, mas JAMAIS seu caráter, honestidade, competência, inteligência, compromisso com a ética ou com o bem comum. Não fosse assim, os inúmeros e graves casos de corrupção, por exemplo, estariam associados apenas a uma ou outra bandeira, o que - sabemos - não é verdade. Corrupção é corrupção, desonestidade é desonestidade, mentira é mentira independentemente da tez partidária ou ideológica. Relativizar tais vícios em nome de um perverso pragmatismo maquiavélico soa como um verdadeiro atentado aos que, de fato, buscam construir um país mais justo. (14/02/21)

Os inúmeros ataques ao STF nascem, sobretudo, da fragilidade ética da própria Corte. O flagrante corporativismo, a perpetuação de privilégios, a indicação política de seus membros, o egocentrismo bizarro de quem a integra, a fragilidade argumentativa envolta nos intermináveis e pedantes discursos, o abissal fosso social a separar tais servidores (sim, pasmem, SERVIDORES...) de quem os sustenta, a incapacidade de fazer do Direito um instrumento de justiça, a falta de celeridade são apenas alguns dos fatores que têm feito do STF o verdadeiro quadro da dor. Lamentável, repugnante e vergonhoso! Verdadeiro lamaçal, ambiente propício para proliferação de críticas de toda espécie, ainda que propagadas por politiqueiros oportunistas e nada confiáveis. (16/02/21)

"Se algum de vocês tem cem ovelhas e perde uma, por acaso não vai procurá-la? Assim, deixa no campo as outras noventa e nove e vai procurar a ovelha perdida até achá-la. Quando a encontra, fica muito contente e volta com ela nos ombros" (Lucas, 15:4-5). Linda parábola, mas - infelizmente - cada vez mais distante da realidade. Tristes tempos estes! Quantas ovelhas desgarradas pelos grilhões do vício, da fome, da dor física e da alma, da falta de oportunidade, do medo, do abandono, da síndrome da desistência... Não temos dado conta nem de uma, menos ainda das noventa e nove. Não temos dado conta das noventa e nove, menos ainda de uma. Mais do que um mero trocadilho, pura e triste realidade! Para cuidar de uma ou de todas, é necessário olhar cuidadoso e atento. Ao perdermos uma, perdemos todas! Portanto, lutemos por nossas ovelhas. Lute por aqueles e aquelas a quem amas. Não façamos de nossos apriscos lugares vazios, onde - apesar da aparente beleza e conforto - falte o essencial: nossas amadas ovelhas! (19/02/21)

Somos o país da falsa coerência. Saímos em defesa deste ou daquele grupo político, ainda que flagrantemente marcado pela corrupção, apadrinhamento e descaso com o interesse público. Mais vale atacar o outro do que tratar as próprias feridas e corrigir o tortuoso itinerário. Levantamos a bandeira da saúde, mas nos aglomeramos de forma irresponsável. Pregamos o "fique em casa", mas esquecemos a imperiosa necessidade de muitos em saírem na busca do pão. Defendemos o cerceamento das atividades econômicas, mas não abrimos mão do salário (e, por vezes, dos pesados penduricalhos perpetuados por um questionável e imoral "direito adquirido") advindo da arrecadação tributária e da movimentação da economia. Condenamos o gestor, mas olvidamos de nossas obrigações, por mais básicas que sejam, enquanto pais, filhos, patrões, empregados, condôminos, estudantes... Somos incoerentes em nome de uma falsa coerência! A sociedade, meus amigos, é complexa. Os interesses, distintos, quando não antagônicos. Deixar de reconhecer isso e acreditar numa "vontade única" soa como infantil e em nada contribui para o diálogo e busca de saídas. Deixemos de olhar para o umbigo como se fosse o mundo. Atentemos para o outro, pois sem ele nada somos. (20/02/21)

Assistindo o jogo entre Inter e Flamengo. Como bom gremista, obviamente "secando" o rival aqui do Sul. Sob o ponto de vista prático, quais são as reais consequências da minha torcida? Nenhuma, é claro. Não ficarei mais pobre ou rico, não comprometerá meus relacionamentos (sempre levei essa rivalidade na esportiva), não trará alívio às dívidas e preocupações... Já na política, não devo agir como torcedor, pois que o infortúnio na gestão de meu "adversário" trará, muito possivelmente, sérias consequências não apenas para ele e seu partido, mas para mim e boa parte da coletividade. A política não é espaço para "torcedores", nem tampouco a arena de quem acredita ser o mundo dividido entre gremistas e colorados. O maniqueísmo doentio e irresponsável precisa ser superado pelo diálogo entre os diferentes, buscando construir uma pauta voltada ao interesse público, fundada na busca de respostas a problemas que sejam comuns à maioria: combate à corrupção e malversação do dinheiro público, saúde, saneamento básico, segurança, educação, renda, mobilidade urbana... (21/02/21)

A história ensina! A queda da Bastilha traz consigo um importante recado: ou o Estado passa a servir aos que o sustentam e lhe dão sentido, ou imperará o fórceps que nasce da indignação de um povo sofrido. Onde falha o Direito (não este arremedo que temos) é possível que entre a guilhotina. Ou os Poderes (que mais fazem lembrar "os três patetas") honram com o papel que deles se espera, ou corre-se o risco de serem seus sanguessugas apeados a força. Ou os ditos "homens públicos" se portam como tal, ou serão extirpados feito câncer. Ou se dá um basta às formas, ainda que "subtendidas", de ditadura e tirania (sob paletós, togas ou fardas), ou trilharemos o perigoso caminho que atenta contra a real - e jamais vista por estas bandas - democracia. A fome supera o medo! O instinto de sobrevivência supera a caneta indiferente do burocrata, do gestor ou do juiz. Ninguém segura a turba. Sirva a fumaça da Bastilha como sinal! (21/02/21)

Pensamentos de março (2021)

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Sou servidor público e, também, profissional da área privada. Trabalho de forma remota e presencial. Sigo, apesar das dificuldades, recebendo meus salários (até quando?), o que me permite garantir um certo equilíbrio orçamentário. Por isso não me sinto autorizado a tecer qualquer crítica aos que precisam sair em busca do sustento. Também o faço e o faria, por certo. Discurso, ainda que pautado em bons argumentos, não enche barriga, não paga boletos e nem, tampouco, é garantia de sucesso em qualquer empreitada. Por isso, quem precisa trabalhar, que o faça, com cuidado e responsabilidade, jamais perdendo de vista a cumplicidade com o interesse coletivo. Um Estado que, historicamente, tem virado as costas para quem o sustenta não tem autoridade moral para exigir sacrifícios ainda maiores de uma população já sofrida e explorada. Um Estado que tem sido um fim em si mesmo, perpetuando privilégios de poucos, carece de legitimidade para obrigar nossa gente a submeter-se à penúria e fome maiores do que as já existentes. Entidades que alegam representar patrões e empregados - eivadas dos mesmos vícios do Estado que alegam, por vezes, combater - padecem da confiabilidade suficiente para apontar saídas, pois que muito comumente pouco dadas a cortarem na própria carne. Sinto-me autorizado, isso sim, a condenar práticas irresponsáveis que levam às aglomerações insanas e desnecessárias. Condeno o superfaturamento de preços, o apadrinhamento político a favorecer pessoas e grupos em detrimento da ética, a manutenção de altos salários sob o manto da imoral "legalidade", a oposição vazia e incoerente que faz do campo da política uma partida de futebol, a falta de planejamento e de competência de quem exerce cargos de gestão. Quem são nossos verdadeiros inimigos? O trabalhador que, desesperadamente, sai em busca do pão? Não! Solidarizo-me contigo, meu irmão. Sinto-me profundamente envergonhado deste ignóbil país que demoniza importantes valores e premia o "jeitinho", a "malandragem" e a preguiça. Não precisamos, em absoluto, escolher entre a saúde "ou" a renda advinda da labuta. Ambas são imprescindíveis e umbilicalmente associadas. Precisamos presevar ambas. É em momentos como este que reconhecemos o verdadeiro gestor. A superlotação dos hospitais não é fruto do trabalho e empreendedorismo, mas de políticas públicas ineficientes e criminosas. Recaia o sangue dos inocentes não sobre o operário que, feito gado, ruma para o abatedouro em ônibus superlotados, mas sobre aqueles que vêm se locupletando em prejuízo da maioria. Recaia o sangue das incontáveis vítimas (da Covid-19, do câncer, das doenças cardiovasculares, da violência, da subnutrição, etc) sobre a cabeça dos que fazem de seus mandatos, togas e demais símbolos de poder, instrumentos de benefício próprio. Quem puder ficar em casa, o faça, pois que isso em nada o (me) desabona (é uma dádiva!) Quem não puder, que Deus o abençoe e proteja. Estamos, nós trabalhadores (remotos ou não), juntos! (06/03/21)

"Pois o corpo não é feito de uma só parte, mas de muitas. (....) Se o corpo todo fosse uma parte só, não existiria corpo. (...) Desse modo não existe divisão no corpo, mas todas as suas partes têm o mesmo interesse umas pelas outras. Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela" (1 Coríntios, 12:12-31).
Parabéns
às mulheres, pois que sem vocês inexistiria "corpo". Minha gratidão e reconhecimento pela força, coragem, competência, solidariedade, resiliência e tantas outras e incontáveis virtudes tão bem representadas em cada uma de vocês. Um beijo deste eterno admirador! (08/03/21)

Assistindo uma matéria jornalística agora há pouco, reforcei ainda mais minha convicção do quanto precisamos avançar, caso queiramos um país melhor. Vamos aos dados: o Brasil gasta 4,4% do PIB em educação, 8% em saúde e 28% para pagamento do funcionalismo público (ativos e inativos). Continuemos: em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), nossa Republiqueta gasta 1,4% com o Judiciário, enquanto Estados Unidos (0,14%), Itália (0,19%) e Alemanha (0,4%), por exemplo, gastam muito menos, proporcionalmente. Vivemos num país subdesenvolvido, marcado por profundas desigualdades sociais, onde privilégios históricos são mantidos e reforçados por meio de uma legislação que fere princípios éticos elementares. As famigeradas reformas política, administrativa e tributária seguem ou no plano do discurso ou, feito tartaruga aleijada, caminham sofregamente em direção ao desconhecido. Enquanto o contribuinte segue sufocado por uma carga tributária insana e irresponsável, servidores públicos (obviamente, uma pequena mas onerosa parte deles) do Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunais de Conta, Ministério Público, engordam não apenas suas panças, mas suas contas, quase sempre "ligeiras" na arte da sonegação. Para o prato de comida que falta na mesa do trabalhador, sobra o banquete nos palácios e tribunais. Para o mocambo que falta para o descamisado, sobra o imóvel sustentado com o dinheiro público. Para o transporte que falta ao operário que cedo madruga, sobram os carros oficiais bancados com o dinheiro de um povo sofrido. Para o leito de hospital, respirador mecânico e medicamentos que faltam para nossa gente que, feito mosca, morre sem o atendimento adequado, sobram incontáveis recursos desviados à luz do dia, sem dó ou piedade. Somos reféns de uma elite boçal, preguiçosa e dada à mentira. Fardada, togada ou engravatada, ela fede. Passou da hora do Brasil pertencer a quem trabalha, a quem diuturnamente, com sua mão-de-obra ou seu capital, gera riqueza. Rompamos com este sistema cartorial e patriarcal que, não por acaso, rima com "lamaçal". Façamos do país um verdadeiro Estado DEMOCRÁTICO de Direito, onde quem é pago com dinheiro público aja como SERVIDOR! O poder emana do POVO, não dos tribunais ou dos gabinetes. Coloquemos os pingos nos is e os bois na frente da carroça. (11/03/21)

As muralhas de Jericó! Aparentemente intransponíveis, elas davam, por um lado, uma sensação de absoluta segurança para os que delas se aproveitavam e, por outro, um sentimento de impotência para aqueles que desejavam transpô-las. Pois é, meus amados, as muralhas da grande cidade caíram... Para isso, foi necessário, primeiro, um sonho. Segundo, a mobilização. Terceiro, a marcha e o cerco ao lugar. Quarto, paciência, pois que, durante dias, feito leão à espreita da gazela, o exército sob a liderança de Josué aguardou o momento certo para o ataque. Quinto e último, a fé inabalável nas promessas do Senhor. Onde fica Jericó, senão no Planalto Central, na capital de teu estado ou no centro de tua cidade? Onde fica Jericó, senão no centro da tua vida? Jericó representa nossos algozes, aqueles que zombam de tua miséria e penúria, enquanto se lambuzam em meio ao luxo às custas de teu sangue. Jericó representa, ainda, os teus medos, que paralisam e embotam a consciência e prejudicam a ação. Diz respeito, ainda, aos preconceitos que nos afastam e enfraquecem enquanto nação, levando o caçador acreditar ser a caça. Jericó materializa, também, nosso ímpeto na busca do não essencial, da mera aparência, do consumismo insano que leva à coisificação dos que estão em nosso entorno. Marchemos contra Jericó e, por certo, as muralhas ruirão. Deus abençoe o seu povo! (14/03/21)

"Escutem o que Deus diz:
'Quando chegar o tempo de mostrar a minha bondade, eu atendi o pedido e o socorri quando chegou o dia da salvação'
Escutem! Este é o tempo em que Deus mostra a sua bondade. Hoje é o dia de ser salvo" (2 Coríntios, 6:2). Tempos difíceis, sem dúvida. Contudo, não percas a fé (esperança naquilo que não se vê) e mantenhas acesa a esperança. Caso sintas em teu coração vontade ou necessidade de falar com Deus, não tenhas vergonha, o faça em silêncio, somente tu e Ele, numa conversa íntima entre filho e um Pai muito amoroso. Tua alma se alegrará e a tempestade, por mais tenebrosa que pareça, dará lugar à bonança. (18/03/21)

Tenho visto alguns ataques - provavelmente impensados, movidos pelo radicalismo que se alimenta de momentos difíceis como o que vivemos - aos servidores públicos. Vale lembrar que são, em sua maioria, trabalhadores como quaisquer outros (assalariados da iniciativa privada, autônomos, etc.), trabalhando muito e recebendo parcos salários. Existem exceções? Obviamente que sim. Tristes e vergonhosas exceções que, acobertados pela sensação de uma pretensa estabilidade, não cumprem com suas obrigações funcionais. Esquecem eles que o concurso público não é passaporte para incompetência, desleixo e ofensa aos princípios da Administração Pública. Esquecem, ainda, que concurso público não atesta capacidade intelectual, idoneidade ou compromisso com a ética. A "segurança" advinda do certame é tão somente uma proteção contra os abusos de poder que, eventualmente, possam ocorrer, colocando em risco o livre exercício funcional do servidor e, por conseguinte, o interesse público. Portanto, não tem o condão de abonar o descumprimento das obrigações previstas nos estatutos que regram o servidor (pontualidade, assiduidade, eficiência, zelo, moralidade, respeito à hierarquia, cordialidade e bom atendimento à comunidade, etc.). Todavia esses maus servidores (que devem responder nas esferas admiistrativa, cível, criminal, conforme o caso) não representam a classe. Assim como também não a representa aqueles servidores não concursados que, seja por meio de um mandato, seja por meio de favores prestados (CCs), atendem a outros interesses que não os da coletividade. Fazem da política um fim em si mesmo, perpetuando os conhecidos e pérfidos vícios por nós conhecidos e pagos às duras penas. Portanto, separemos o joio do trigo, meus queridos. Valorize o bom servidor público (maioria), pois que o mesmo - lecionando, estando na linha de frente dos hospitais, acolhendo nas repartições, colocando a vida em risco no combate à violência, etc. - é essencial na garantia do bom serviço que a sociedade merece. Não faça dele teu inimigo e nem o veja como algoz, pois que vítima como tu deste país desigual. (18/03/21)

O Brasil é o país da banalização. Banalizamos a morte, assim como o fazemos com a violência, o preconceito, a ignorância, a corrupção, a incompetência, a desigualdade social... Banalizamos a precariedade dos serviços públicos, o fracasso escolar, os privilégios de uma casta acastelada em seus palácios, quartéis e tribunais... Banalizamos a mentira, o relativismo doentio, a impunidade, a troca de favores, a confusão entre público e privado. Banalizamos o tráfico de drogas, a ação de milicianos, a venda de sentenças, o loteamento de cargos públicos, a perpetuação de grupos oligárquicos. Banalizamos a extorsão de agentes públicos, a agiotagem sob a roupagem de bancos, a carga tributária criminosa e desumana. Banalizamos o desrespeito à Constituição, a ofensa à dignidade da pessoa humana, o arbítrio do Estado, o descaso com os valores da República. Banalizamos o racismo, o sexismo e toda sorte de sufixos que nos envergonham. O Brasil é o país da banalização! (22/03/21)

Gostas de uma cerveja? Pagas por ela? Eu também! Gostas de assistir um jogo de futebol? Pagas por ele? Eu, embora raramente, também! Gostas de comprar, ainda que seja algo não essencial? Eu também! Tenho o direito de criticá-lo(a) por tais escolhas? Entendo que não, pois somado à liberdade que te diz respeito, o recurso utilizado saiu da tua e não da minha guaiaca. Tais escolhas te fazem mais ou menos inteligente, mais ou menos ético, mais ou menos trabalhador, mais ou menos cidadão? Acredito que não, pois tua beleza e singularidade vão muito além dessas escolhas. Por isso, meu querido e minha amada, não te sintas constrangido(a) e nem tampouco diminuído(a) em ofertares na tua igreja, seja a denominação que for. "Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza e nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria" (2 Coríntios, 9:7). Assim como o dinheiro é necessário para movimentar a economia, saciar nossos caprichos, manter nosso time do coração, também o é para manutenção da igreja. Obviamente que tens o direito/dever de acompanhar e zelar pelo bom uso desses recursos, de forma a que os mesmos sirvam a propósitos nobres e não para o enriquecimento seja da instituição, seja de seus líderes. O pecado e a vergonha não recaia sobre quem dá, mas sobre quem recebe a oferta, caso a use de maneira contrária aos princípios bíblicos. (23/03/21)

Somos o país da aparência, não da essência! A regra no Judiciário tem sido a análise dos aspectos formais do processo, deixando às escuras o mérito. Ganham aqueles que desejam a protelação das decisões e o transcurso do prazo, onde tudo acaba em pizza. Assim, os crimes de toda espécie caem ou no esquecimento ou na prescrição, esta última nada mais do que sinônimo de incompetência do Estado, especialmente do julgador. Fortalece-se o sentimento (certeza) da impunidade e a convicção de que vivemos num país nada sério. A aplicação da lei, ao que tudo indica, é seletiva, tem cor e condição social. Nossa Republiqueta parece não ter jeito. (23/03/21)

300! Poderia ser a narrativa acerca das façanhas do exército espartano quando da luta contra Xerxes, o "deus-rei" da Pérsia. Não! O Brasil chegou à triste marca de 300 (TREZENTAS) mil mortes em decorrência da pandemia, vítimas desprovidas de qualquer chance diante de uma praga alimentada pela irresponsabilidade de quem mostra-se desprovido de empatia - embriagado pelos embalos de sábado à noite -, pela histórica precariedade da saúde pública, pela imbecilidade de governantes despreparados moral e intelectualmente, pela flagrante inexistência de planejamento. Uma batalha aparentemente perdida, em que pese o esforço hercúleo dos profissionais da saúde. Quantos Xerxes a serem vencidos? Inimigos que juram ser deuses, julgando-se seguros por detrás de suas togas e mandatos. Portam-se como divindades a exigirem ouro e sangue, seja para ornamentarem suas pocilgas, seja para encher os odres das orgias pagas com dinheiro público. Quantos sobrarão para contar a história? (25/03/21)

Independente de tua posição político-ideológica, saibas que és muito, mas muito especial, não mais e nem menos do que teus desafetos. Faças do monólogo raivoso um diálogo, poderosa (p)fonte de transformação. Saibas identificar teus verdadeiros inimigos que, por certo, não são as pessoas simples e bem intencionadas como tu. (27/03/21)

Admitamos, que dá vontade, ah isso dá... Aplicar para todo servidor público, de todos os Poderes, pena similar frente ao serviço mal prestado, à corrupção, à venda de sentenças, ao enriquecimento ilícito, ao uso do mandato para benefício próprio, etc. Tão sórdido quanto à aplicação do ordálio, é a existência de um Direito que benefia poucos e perpetua privilégios, onde a interpretação da lei passa longe da ética e ofende o real sentido da justiça. (27/03/21)

Pensamentos de abril (2021)

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"Pois a lei inteira se resume em um mandamento só: 'Ame os outros como você ama a você mesmo'. Mas, se vocês agem como animais selvagens, ferindo e prejudicando uns aos outros, então cuidado para não acabarem se matando" (Gálatas, 5:14-15). Façamos da Páscoa momento de reflexão e, sobretudo, de mudança. Um mundo, um país, um estado, uma cidade, uma família melhores dependem de um sujeito melhor. Quem é ele, senão eu? Quem é ele, senão tu? (02/04/21)

Placebo? Sabes o que significa? É tipo Denorex, ou seja, "parece, mas não é". Placebo é um engodo e, como tal, merece ser tratado. Pode ser bem-vindo, quando usado nas indispensáveis pesquisas voltadas à defesa da vida (tá bom, também no aumento astronômico das ações dos grandes laboratórios...). Pode ser, também, imprestável, como aquele que à custa de teu voto jura fazer política, mas nada mais faz do que olhar para o próprio umbigo. Grande embuste que, não raramente, cria raízes trazendo para próximo de si a família inteira. Despotismo direto, cruzado, mas despotismo. Prática tão criminosa, quanto comum, alimentada que é pelo já conhecido analfabetismo político. Placebo da pior espécie. Esperar o que dele? Nada que preste, obviamente. Daí a importância de expurgá-lo, vomitá-lo da vida pública. Faça isso! (04/04/21)

Thamires, Matheus e Thaíse... O que eles têm em comum? São MEUS FILHOS! Verdadeiras bênçãos em minha vida. Lembro (e olha que minha memória não é boa) do primeiro chorinho, palavra, passo de cada um deles. São muito especiais, pois que éticos, responsáveis, amorosos, estudiosos, comprometidos. Superaram, de longe, este que vos escreve, o que é, por certo, motivo de imensa alegria e honra. Agradeço a Deus por tê-los ao meu lado, pela paciência que têm frente às manias do velho pai. Amo-os muito e, por eles, labuto cada dia, não com outro propósito senão o de deixar a grande herança do exemplo. Sigam sendo abençoados e jamais desistam de seus sonhos. (05/04/21)

A qualidade dos maus políticos neste país é tão ruim que nem para sacrifício servem... Os deuses recusam e mandam de volta, na forma de vereadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores, presidente... Da "sobra", do "resto" desses, os deuses não satisfeitos, ainda as enviam materializados em juízes, desembargadores, ministros... (15/04/21)

Pensamentos de maio (2021)

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Dia do Trabalhador! Pouco a comemorar, pois que vítima histórica de maus governos (de "direita", de "centro" e de "esquerda"), do corporativismo sindical (eivado dos mesmos vícios que alega combater), do lucro sem medida, de decisões políticas voltadas a interesses outros que não o do compromisso com a ética e a verdade. Quem há muito carrega o piano neste país, fica com as migalhas que caem da mesa farta de uma elite boçal, preconceituosa, arrogante e nem um pouco disposta a dividir o pão. Sobra discurso (oportunista, incoerente e vazio), enquanto falta ação realmente comprometida com a maioria. Joga-se a culpa sobre a pandemia, como se antes dela deitássemos em berço esplêndido. A maior praga, por certo, é aquela em forma dos falsos homens públicos, vestidos em seus ternos, fardas e togas. Sangram o "gado" até esvair-se o sangue, tosam a "ovelha" até fazer-se feridas, daquelas que não cicatrizam. Feito joguete, o trabalhador é lançado de um lado para outro, sem norte e sem esperança. Fazem-lhe acreditar ser o culpado pela própria sina, ora porque fica em casa, ora porque sai na busca desesperada pela comida indispensável à prole. Verdadeiro beco sem saída. (01/05/21)

Tens ouvido o que queres ou o que precisas? O que se vê é uma infinidade de pessoas enfiadas em suas "bolhas", onde veem e escutam somente uma visão de mundo, sem nenhuma garantia de que seja a melhor. Perde-se a oportunidade de contato com outros pontos de vista, com o necessário diálogo e com a possibilidade de um "caminhar" coletivo de homens e mulheres que, apesar de suas salutares diferenças, têm muito em comum. Quem ganha com os muros erguidos por essa "nova" (perversa) forma de comunicação? Quem lucra com tamanha desumanização? Quem vence com nossa desmobilização? Há muito, apontamos a arma contra a própria cabeça, sob o olhar debochado de nossos verdadeiros algozes. Estes fazem conosco o que se faz com o numeroso rebanho que, apesar da sua força, segue quieto para o abate. O temido estouro da boiada fica no campo das ideias e dos discursos, nada mais. (04/05/21)

Credibilidade não é algo dado ou herdado, mas trata-se de uma qualidade forjada no tempo, por meio de ações. Como levar a sério CPIs que têm surgido a todo instante Brasil a fora, pois que de cunho flagrantemente político-partidário, atendendo a interesses quase sempre nada republicanos e compostas por personagens nada confiáveis? Crimes precisam ser investigados, mas não por criminosos. Abusos precisam ser apurados, mas não por homens e/ou mulheres sem a mínima bagagem ética. Assim não sendo, contamina-se o processo e as decisões dele advindas. Desnecessário dizer o desfecho de colocar-se a raposa a cuidar do galinheiro. O Direito moderno, em qualquer país minimamente civilizado, não tem espaço para conluios e condescendência com a desonestidade, seja do investigado, seja de quem o investiga! (06/05/21)

Pensamentos de julho (2021)

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No Brasil, a corrupção tem acompanhado nossa história. A "Independência", a "República", a "democratização" em meados da década de 1980, nenhum desses eventos mostrou-se capaz de banir o uso do Estado para benefício de alguns poucos, em detrimento da maioria. Sobra discurso, quase sempre vazio e incoerente, enquanto falta ação convincente. Enquanto isso, educação, saúde, segurança, geração de renda e tantas outras necessidades (direitos básicos) são deixadas de lado. O mais triste é não conseguir ver uma vela (menos ainda uma "luz") no final do túnel. Diante da inexistência de um Estado verdadeiramente democrático e de um efetivo "contrato social", pouco sobra senão a barbárie que nasce e se alimenta da indignação e desespero de quem diuturnamente convive com a desesperança. (07/07/21)

"Cringe"! As redes sociais impulsionam o que, outrora, não passaria de uma bobagem, verdadeira perda de tempo. Vergonha alheia, onde está ela, de fato? Nesta ou naquela geração? No uso desta ou daquela expressão? Neste ou naquele hábito? Parece-me que não. A vergonha está, creio, é nas escolhas que fazemos ou deixamos de fazer, nas posturas que assumimos ou deixamos de assumir, nas relações que temos ou deixamos de ter com o outro ou com as coisas. Vergonhoso é corromper e/ou corromper-se, é esquivar-se das obrigações enquanto filho, pai, empregado, esposo, cidadão... Vergonhoso é flertar com a mentira ou fazer desta uma companheira. Vergonhoso é faltar com a palavra empenhada ou fazer dela pena levada pelo vento. Vergonhoso é, ainda, fazer uso do maquiavelismo doentio e rasteiro para alavancar o "sucesso". É coisificar o outro, precificando-o como se mercadoria fosse. Vergonhoso é desonrar aqueles que te amam, é passar de largo frente à dor alheia. Sintamos vergonha daquilo que mereça tamanho sentimento. Beijo, sem vergonha, no coração de todos vocês! (08/07/21)

Ser militar ou pertencer às Forças Armadas é sinônimo de quê? Idoneidade, competência, ética, honradez ou brio? Absolutamente! Assim como não o é ser qualquer outro servidor público: professor, médico, engenheiro, advogado, juiz... A corrupção, em todas suas facetas ("jeitinhos", privilégios, "atalhos" para acessar serviços que deveriam estar à disposição de todos, etc.), faz-se presente dentro e fora dos quartéis, escolas, sindicatos, partidos políticos, câmaras legislativas, prefeituras, palácios, tribunais, secretarias, ONGs... Feito metástase, espalha-se por todos os lados, e assim como baratas esconde-se nas frestas perpetuadas pela impunidade. Fardas, paletós e jalecos não atestam nada, mas tão somente devem servir para aumentar a cobrança sobre quem as veste. (08/07/21)

Suricatos e escorpiões! Ainda hoje, ao assistir uma matéria, chamou atenção a forma como os suricatos adultos preparam os filhotes para a sobrevivência. Nos primeiros dias, matam os escorpiões e só aí oferecem aos "aprendizes". Mais alguns dias, oferecem os escorpiões vivos, não sem antes arrancar seus ferrões. Finalmente, por volta de poucos meses, permitem que os filhotes, sozinhos, deem cabo das presas: escorpiões vivos e altamente venenosos... Como temos educado, seja como pais, seja como professores, nossos filhos e alunos? Nos primeiros dias e meses de vida, servimos a eles "escorpiões" mortos, completamente inofensivos... Absolutamente aceitável e justificável! Todavia, passam os meses, os anos, as décadas e seguimos servindo aos que estão sob nossa responsabilidade não mais do que "escorpiões" inertes, sem vida, sem qualquer risco, incapazes de servirem de desafio. Atrofiamos a inteligência, iniciativa, confiança, esforço e coragem de quem está sob nossos cuidados, em nome de um amor equivocado. A família e a escola precisam, urgentemente, repensar seus papéis formativos. "Escorpiões" mortos não devem ser um cardápio "ad aeternum", sob risco de formarmos presas fáceis para um mundo que não titubeará em usar seus ferrões contra a alma e a vida daqueles que dizemos zelar. (18/07/21)

"(...) Um dia Caim pegou alguns produtos da terra e os ofereceu a Deus, o Senhor. Abel, por sua vez, pegou o primeiro carneirinho nascido no seu rebanho, matou-o e ofereceu as melhores partes ao Senhor. O Senhor ficou contente com Abel e sua oferta, mas rejeitou Caim e sua oferta" (Gênesis, 4:3-5). O que temos oferecido a Deus, senão aquilo que oferecemos para os que estão a nossa volta? Como Caim, oferecemos "alguns produtos", a sobra, o resto, o que não nos é caro? Ou, feito Abel, temos oferecido nossas "melhores partes", o que temos de mais valioso? Ofereçamos ao outro o que há de melhor em nós. Nosso melhor tempo, melhor atenção, melhor esforço, melhor trabalho, melhor carinho... Não esqueçamos que o amor ao outro é condição "sine qua non" para uma boa e saudável relação com Deus. (19/07/21)

Dia dos Avós! O amor dos pais é algo sublime, sem dúvida, mas traz consigo a disciplina e os limites necessários à formação do sujeito. Já o amor dos avós é diferente, sem qualquer compromisso com horário, dieta alimentar, lição de casa e tantas outras obrigações que fazem (ou deveriam fazer) parte da criação de bons filhos e filhas. Trata-se de um amor condescendente, cúmplice das peraltices e molecagens sadias. Ter os avós presentes é uma grande dádiva! Por isso, aproveite este Dia para homenageá-los, dizer que os ama. Parabéns, especialmente aos avós de meus filhos e aos meus amigos e amigas que, independente da idade, têm a honra de carregarem essa linda qualidade. (26/07/21)

FUNDÃO ELEITORAL para quem deveria nos representar e FUNDO DO POÇO para quem paga a conta: nós! Lamentável, vergonhoso, revoltante. Até quando a miséria e desesperança de muitos patrocinará os privilégios de uma casta política, despreparada, boçal, ultrapassada e sem nenhum compromisso com o bem comum? Câmaras legislativas, Assembleias Legislativas, Congresso Nacional... Verdadeiro prostíbulo de interesses espúrios, inconfessáveis, onde resta uma só certeza, qual seja, a de que nós - pobres mortais - seguiremos à margem da dignidade estampada na Constituição. Nunca fomos, não somos e talvez jamais sejamos uma verdadeira democracia. Até quando seguiremos reproduzindo tamanhas e repugnantes desigualdades sociais? Uma abençoada semana a todos os que acreditam e lutam por justiça! (26/07/21)

Pensamentos de agosto (2021)

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Sodoma, a cidade do pecado! Segundo as Escrituras (Gênesis, 18:26-32), Abraão ao parlar com o Senhor, tentando convencê-Lo a não destruir a dita cidade, teria, lá pelas tantas, perguntado: e se houver só dez pessoas direitas, porás fim ao lugar? "Por causa desses dez, não destruirei a cidade - Deus respondeu". Perdoem-me os sodomitas, mas a passagem bíblica me fez lembrar Brasília, a cidade que há muito, vergonhosa e tristemente, representa o que há de pior na espécie humana. Estatelado na Praça dos Três Poderes, jaz o "corpo" de uma democracia putrefata, velada pela desesperança de uma maioria sofrida que sequer chora, pois que as lágrimas secaram ante incontáveis sofrimentos. Até quando seguirá o Planalto Central abrigando a pocilga daqueles que, enfiados em suas togas, fardas e paletós alimentam nossa lancinante dor? (04/08/21)

Pagar o preço, dar o que é devido... Outrora, era questão de honra. Hoje, não para poucos, sinal de fraqueza e sinônimo de otarice. Afinal, segundo a "Lei de Gerson", o que vale é levar vantagem em tudo, certo? Cada vez menos são os dispostos a "pagarem o preço", a retribuirem na justa medida por aquilo que recebem. Como pais, filhos, esposos, companheiros, colegas, profissionais, cidadãos, precisamos retribuir com o que temos de melhor. Como bumerangue, o que lançamos também recebemos, o que semeamos também colhemos. Lancemos, portanto, virtudes, valores, bênçãos, ainda que paire alguma desconfiança acerca dos resultados. (11/08/21)

O Estado Democrático de Direito está em risco no Brasil? Não! Pode estar em risco o que jamais existiu? Há muito temos sido o país do "faz de conta", da "aparência", do "para inglês ver". O Estado brasileiro, desde a fantasiosa "independência", sempre esteve a serviço de algumas castas privilegiadas, sem nenhum compromisso com a maioria. Não por acaso, todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) carecem de credibilidade, estando eles nas mãos de alguns poucos abastados que, acobertados pela certeza da impunidade, usam do mandato, da magistratura, da autoridade conferida pela lei, para fortalecerem e perpetuarem o crime organizado, o enriquecimento ilícito, a evasão de divisas. Enquanto os três patetas, digo, os três Poderes batem cabeça, a plebe segue à míngua, sem acesso a direitos básicos. Nossa (????) Constituição não passa de um amontoado de pseudo-garantias, verdadeira ficção jurídica, pois que o Estado é o principal violador de importantes princípios. Como sair em defesa de um Estado que dá as costas para quem o sustenta? Como apostar numa "democracia" fajuta, de e para poucos? Como crer em promessas, requentadas a cada campanha, jamais cumpridas? Não caminhamos para o abismo, estamos nele! A boia é uma só. Ou são eles (os que têm saqueado os recursos públicos por meio de supersalários, desvio de recursos, licitações fraudulentas, nepotismos de toda ordem, etc.) ou somos nós, os até hoje alijados de direitos como educação, saúde e segurança. Façamos nossas escolhas e por elas respondamos! (25/08/21)

Pensamentos de setembro (2021)

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Sete de setembro! Independência de quem e para quem? O tempo, ao que tudo indica, foi incapaz de fazer deste pobre país uma verdadeira democracia. Seguimos acreditando que frases de efeito, como "Independência ou morte!", ou tantos outros discursos oportunistas e simplistas, sejam capazes de tranformarem a dura realidade. Lamento informar que morreremos todos - cristãos ou não, esquerdistas ou direitistas (quanta estupidez acreditar que um país de mais de duzentos milhões de pessoas possa ser dividido assim...), gremistas ou colorados - sem ver a tão sonhada "mãe gentil". Sabes por quê? O desenvolvimento social e a justiça social são frutos de ações concretas que passam pelo indivíduo, família, escola, organizações sociais, Estado... Nascem do efetivo exercício da cidadania e, para isso, importante reconhecer os reais inimigos a serem atacados. Não são eles teus familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, professores ou alunos, por exemplo. Estamos todos num mesmo barco que faz água por todos os lados, enquanto batemos cabeça sobre a quem pertencem os remos ou sobre quem deve recair a culpa das ondas assustadoras. Naufragaremos todos! Direcione tua indignação contra aqueles que há muito vem fazendo do Estado abrigo para impunidade, instrumento de enriquecimento próprio ou de grupos, cabide de emprego para os seus "amigos" (comparsas), moeda de troca para pretensões nada republicanas. Somos um país de excluídos, a bancarem privilégios de alguns poucos. Não sejas massa de manobra ou bucha de canhão de grupelhos que não titubearam e nem tampouco titubearão em te dar as costas. A liberdade não nasce do discurso ou do brado retumbante, mas de teu (nosso) agir como pai/mãe, filho, patrão, (des)empregado, eleitor, cidadão. (07/09/21)

São milhões os que, de forma mais ou menos incisiva, mais ou menos radical, mais ou menos convicta, mais ou menos apaixonada, apoiam lideranças como, por exemplo, o presidente Bolsonaro ou o ex-presidente Lula. Negar o óbvio, além de atestar pouca inteligência, em nada contribui para construção de saídas que, no fundo, são do interesse de ambos os grupos. Ofensas mútuas, ameaças recíprocas só agravam o já preocupante quadro do qual todos, sem exceção, fazemos parte. A quem serve um país dividido desta forma, à beira de uma convulsão social? À maioria (composta pelas "minorias" sob o ponto de vista sociológico)? Não! A história tem muito a ensinar. Mudam as "vestimentas", mas as repugnantes traças que corroem nossa esperança permanecem sempre (sim, SEMPRE!) no poder. Alguma dúvida de que a maioria dos "bolsonaristas" e dos "lulistas" deseja prosperidade econômica e justiça social? O brasileiro "médio", simpático ou não a este ou aquele presidente, quer geração de renda, fim da impunidade e dos ignóbeis privilégios, paz social, carga tributária que promova equidade social e produção econômica, educação de qualidade, saúde ao alcance de todos, segurança pública, celeridade judicial, respeito às diferenças... Os pontos convergentes superam, de longe, os divergentes. Quanto a estes últimos, deveriam motivar não o ódio, mas o diálogo. Precisamos, meus amados, de "pontes" capazes de levar este país ao lugar que merecemos. Basta de sermos o "país do futuro", afinal como lá chegar com práticas do passado? Inexiste saída fora da verdadeira democracia, não este arremedo forjado por grupos privilegiados que, apesar das aparentes diferenças, comungam da mesma pocilga. O Brasil deve ser nosso, não deles! (07/09/21)

"Porém, quando o rei viu que tinha parado de chover e que não trovejava mais, nem caía chuva de pedra, ele tornou a pecar. Ele e os seus funcionários continuaram teimando. E, como o Senhor tinha dito por meio de Moisés, o rei não deixou que os israelitas fossem embora" (Êxodo, 9:34-35). Qual é o nível de nossa obediência e fidelidade não apenas a Deus, mas aos princípios éticos? Até que ponto resiste nossa honestidade e honradez? Não abdiquemos delas quando no exercício de uma função pública (feito faraó) ou quando, ainda, diante das mais variadas dificuldades (familiares, profissionais, financeiras, etc.), por mais graves que pareçam. Palavra empenhada deve ser palavra cumprida. Não brinques com a confiança dos que acreditaram em ti e menos ainda busques enganar a Deus, pois que Este tudo (tudo!!!) vê, tudo sabe e tudo pode! (21/09/21)

Dia dos Filhos... O que o mercado não faz para encher a guaiaca? O lado bom é que nos instiga a dizer mesmo aquilo que é óbvio: o valor que os filhos têm! Agradeço a Deus pelo privilégio de ser chamado de pai pela Thamires, Matheus e Thaíse, verdadeiras riquezas de minha vida. Profetizo bênção sobre vocês e que jamais (JAMAIS!) esqueçam o quanto são queridos. Beijo deste que os ama, sem medida... (23/09/21) 

"Tudo o que excede a dois reais não é nossa responsabilidade". A frase saiu da boca do Presidente da Petrobrás, quando questionado sobre o exorbitante preço da gasolina e dos combustíveis em geral. Reveladora e óbvia a afirmação, denunciando também e sobretudo o peso que o Estado representa em nossas vidas. Um Estado que não funciona, embasbacado por uma burocracia cara e voltada a si mesmo, sem nenhum compromisso com quem a sustenta. Sobra incompetência, enquanto falta comida na mesa da maioria. O Estado clientelista, tomado de vícios e privilégios, precisa ser refundado, de modo a cumprir com o que jamais fez: garantir os direitos assegurados na Constituição. (28/09/21)

Pensamentos de outubro (2021)

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"Não espalhe notícias falsas e não minta no tribunal para ajudar alguém. Não siga a maioria quando ela faz o que é errado e não dê testemunho falso para ajudar a maioria a torcer a justiça" (Êxodo, 23:1). Tão atual... (09/10/21)

O que é a "verdade"? Quem a dita? O processo judicial, a decisão do juiz e o trânsito em julgado? Pode o que é imperfeito trazer em si a perfeição? Não parece lógico! A verdade sempre será a verdade, simples assim. A desonestidade de quem é investido de cargo ou função pública, o desvio de recursos, a corrupção sob vários aspectos, nenhum desses crimes - "hediondos" sob o ponto de vista ético, pois sepulta a esperança de uma cidade, estado, país melhores - desaparece, ainda que sob o manto da falsa inocência trazida pelo Judiciário. Seja o larápio tratado assim, execrado da vida pública, pois que altamente nocivo à sociedade. (12/10/21)

Sou professor! Cansado, mal remunerado, violado no direito a muitos "prazeres" da vida (sonho em viajar com a família sem contar moedinhas), subjugado pela carga insana de trabalho (sessenta horas semanais), triste em ver que a educação, de fato, jamais foi prioridade neste país, preocupado com os resultados pífios quanto à aprendizagem dos educandos, indignado frente às "reformas" que diuturnamente vêm extraindo direitos a duras penas conquistados... Ainda assim, sou professor! Teimoso, insistente, resiliente, sigo em frente. Até quando, não sei... Minha energia, por vezes na reserva, faz lembrar aquelas velinhas teimosas que, embora aparentemente apagadas, mediante sopro, ganham vida novamente. Por isso, minha gratidão a cada aluno(a) e ex-aluno(a) que, com pequenos gestos, singelas palavras ou carinhosas figurinhas demonstram reconhecimento pelo meu trabalho e, ao fazê-lo, evidenciam o respeito a todos os demais PROFESSORES, reacendendo nossa paixão. Parabéns a todos nós! (15/10/21)

Dezesseis de outubro, Dia Mundial do Pão! Assim como eu, provavelmente não sabias... O que eu e tu sabemos é que o "pão", infelizmente, não chega à mesa de muitos de nossos irmãos, num verdadeiro atentado aos princípios cristãos (e de muitas vertentes religiosas). No Brasil, então... Segue uma elite engordando em meio ao banquete pago com o suor de quem, muito comumente, não tem pão. Privilégios acobertados e perpetuados por um arremedo de Estado de Direito, associado a uma "democracia" putrefata, fétida, que segue incólume diante da quase absoluta falta de reação. Até quando o "pão" seguirá concentrado na mesa de poucos, enquanto a maioria vive de migalhas? Sirva o Dia Mundial do Pão para levedar a indignação e, quem sabe, fazer valer a vontade dAquele que, mesmo com alguns poucos pães e peixes, os dividiu, alimentando com fartura a multidão. Os "cristãos" modernos (hipócritas) operam o milagre da multiplicação às avessas, transformando o muito em nada, jogando às moscas nossos "órfãos" e "viúvas". (16/10/21)

O "ensaio da Besta"... Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas! Quando moço (faz tempo... Kkkkk), ficava a pensar sobre como seria possível o Anticristo fazer-se presente. Como estampar o 666 (imperfeição) sobre o corpo de uma multidão sem fim? Como controlar a vida não de uma pequena aldeia, mas de centenas de milhões de pessoas? O último livro bíblico sempre soou como mera simbologia para quem procura, ainda hoje, compreender a realidade sob o viés da ciência, sem jamais perder de vista - quero deixar claro - a espiritualidade. Apesar disso, confesso, tenho a impressão de que o "simbólico" do Apocalipse, cada vez mais, reveste-se de materialidade. Apostasia, a temos de sobra. Perdidos estamos em meio a um relativismo doentio, procurando vender a ideia de que inexiste o "certo" e o "errado", abrindo espaço para posturas que violam os mais elementares princípios éticos (não sejam estes confundidos com valores morais). O que dizer, então, do controle cada vez maior sobre nossas vidas, controle este, é bem verdade, em grande parte, alimentado por nós mesmos (nas redes sociais, entregamos ao inimigo quase todas as informações de que ele precisa). O cruzamento de dados (CPF, Imposto de Renda, cadastros de toda espécie, etc.) se, por um lado, contribui na transparência e fiscalização sobre eventuais crimes, por exemplo, por outro nos torna reféns de um Poder (nem sempre claro e legítimo) pouco confiável. Não bastasse a referida tendência ao controle externo de nossas vidas, a pandemia escancarou, definitiva e preocupantemente, nossas vísceras e vulnerabilidade. Tornamos normal, por exemplo, quase sem contestação (feito gado no brete, próximo ao abate), em nome da saúde pública, o "passaporte vacinal" (faz lembrar o fatídico número da Besta) para ingresso no trabalho, espaços públicos, meios de transporte... Compreensível? Talvez! Contudo, perigoso pelo precedente que representa. Preocupa-me a banalização da morte, quando de posturas irresponsáveis frente aos cuidados necessários numa pandemia? Sem dúvida. Todavia, também me assusta a "naturalização" do controle exposto acima. Hoje, em nome e sob o pretexto da saúde, mas e amanhã? Será tudo isso um "ensaio" para dias ainda mais sombrios? O tempo dirá... Um grande beijo e que Deus abençoe nossas vidas. (20/10/21)

Como mofo, o larápio investido de cargo ou função pública macula o verdadeiro sentido da política. Como mofo, não resiste ele às janelas abertas da transparência e nem tampouco ao vento purificador da consciência trazida pela educação de um povo. Como mofo, o salafrário agarrado aos privilégios do "poder", precisa ser extirpado, sob o sério risco (na verdade, a certeza) da metástase do tecido social. Livremo-nos do mofo! (22/10/21)

Inúmeras críticas têm sido lançadas sobre o Facebook, muitas delas, sem dúvida, pertinentes e oportunas. Os algoritmos da Rede formam perigosas "bolhas", não apenas reforçando extremismos, inverdades e preconceitos, mas sabotando o diálogo (só possível, quando do respeito às diferenças). Resta prejudicada a sociedade como um todo, em nome do extraordinário e infame lucro da empresa. Por outro lado, importante lembrar que somos (ou deveríamos ser) os principais responsáveis pelo que há de melhor ou de pior em todas as relações, virtuais ou não. O ódio presente e veiculado (intencionalmente, ao que tudo indica) nas redes é produto, sobretudo, da minha, da tua, da nossa maldade. Admitamos e assumamos o protagonismo que tanto defendemos por meio de discursos. Paremos com essa lamentável mania de terceirizarmos a "culpa", pois que ao fazê-lo atestamos a própria insignificância. (27/10/21)

Pensamentos de novembro (2021)

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Do "conceito prévio" ao "preconceito". Sob o olhar etmológico soam como sinônimos, mas entendo como coisas distintas. O conceito prévio é indispensável, pois que matéria-prima necessária à reflexão e ao diálogo, portanto fundamental (alicerce) à compreensão e combate ao próprio preconceito. Este, por sua vez, é a desvirtualização do conceito prévio, revelando-se na incapacidade (volitiva ou não), muitas vezes alimentada e reforçada pelos chamados discursos de ódio, de sentar à mesa com o diferente e, quem sabe, perceber que, no fundo, o frágil barco em que estamos é o mesmo. Preocupa-me ver que, em nome do combate ao preconceito, estamos levando à morte o conceito prévio e, por arrasto, como já assinalado, a possibilidade de reflexão e diálogo. O relativismo doentio e avassalador tem aniquilado (por meio de uma perigosa demonização) o conceito prévio e - ao contrário do que muitos acreditam - recrudescido o preconceito. Estratégia diabólica que tem contribuído para o esfarelamento das relações, colocando em risco nosso amanhã. (06/11/21)

No deserto, quando da saída do Egito em direção à "terra prometida", os israelitas levantavam acampamento ou permaneciam no lugar conforme o comportamento da "nuvem" (à noite, uma coluna de fogo). Hoje, o "êxodo" já não é o mesmo e as "nuvens" são um amontoado de amuletos. Não são poucos os líderes religiosos que prometem uma "travessia" tranquila, prazerosa, marcada por lantejoulas e muito brilho. Uma caminhada vitoriosa nas finanças e no casamento, por exemplo. Uma espécie de "viagra espiritual", em forma de flor, água benta ou coisa parecida. Movidos pela fé, não são poucos os que se deixam levar pelo engodo, pagando o que muitas vezes não têm. Engorda-se a conta bancária do safado, em troca de falsas nuvens, pois que nascidas não do amor e cuidado de Deus com seu povo, mas da imensurável ganância dos falsos profetas, enfiados em seus paletós, batinas, abadás e tantos outros paramentos que, como pele de cordeiro sobre o lobo, servem como armadilhas aos incautos. (07/11/21)

O que realmente importa: o que fazes ou o que pensam de ti? Numa sociedade putrefata, marcada pela aparência, não são poucos os que optam pela segunda via. Verdadeiro "faz de conta". Fazem de conta pais, filhos, patrões, empregados, companheiros, "amigos", gestores, diretores, professores, alunos... Ao semear aparências, nada mais óbvio do que colher também aparências. O morto, ainda que bem vestido, perfumado e aprumado no caixão, não deixará de ser um corpo sem vida. Feito as aparências sem conteúdo, logo cheirará mal. Preocupar-se com o que pensam de ti não é sensato e tende a gerar úlceras no corpo e na alma. Tens controle sobre o pensamento alheio? Fazeres o certo, seres bem intencionado, agires de forma ética... Alguma garantia de reconhecimento por parte de terceiros? Não! Ainda assim, deixarás de fazê-lo? Espero que não! Por isso, não deixes turbar teu coração pela opinião deste ou daquele. O que realmente importa é o que fazes. Sobre tua ação (ou omissão, é verdade...) tens não apenas controle, mas responsabilidade. Por ela, acredito piamente, responderás de alguma forma. (13/11/21) 

Quando da divisão das terras entre os israelitas, Deus teria orientado para que fossem criadas algumas "cidades de refúgio", para onde deveriam fugir todos aqueles que de forma involuntária tirassem a vida de alguém. Ao ler sobre o assunto (derradeiros capítulos de Números, no Antigo Testamento), lembrei de nosso Judiciário. Este tem servido, também, de "cidade de refúgio", todavia numa versão desvirtuada daquelas criadas em tempos pretéritos. O Judiciário brasileiro, de maneira tristemente comum, tem socorrido, acobertado, protegido, alimentado (tudo isso, pago a duras penas pelo contribuinte) malfeitores de todo tipo. Assassinos, traficantes, estupradores, larápios, corruptos, estelionatários encontram no Judiciário abrigo seguro. A omissão, condescendência e letargia dos togados - por vezes, sob a desculpa de que o arcabouço legal permite (o que, em parte, é verdade) incontáveis recursos que, na prática, levam à prescrição dos crimes flagrantemente cometidos - alimentam e perpetuam o asqueroso caldo cultural da quase certeza da impunidade. Passou da hora do Judiciário depurar-se ou ser depurado (teimando a criança em nascer, não resta outra alternativa que não o fórceps), servindo de norte confiável aos que o buscam. (27/11/21)

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

A VIOLÊNCIA VIRTUAL

                                                                 A Violência Virtual 

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 tem como tema: "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor". Esse tema me faz pensar muito sobre as redes sociais, mais especificamente sobre a falta de comunicação nas redes e fora delas. "Compromisso de amor". A escolha da palavra "compromisso" me faz refletir sobre a responsabilidade que temos que ter com o uso das nossas palavras, até porque isso faz toda a diferença em um diálogo. As vezes nas redes sociais nós falamos, falamos e falamos, enquanto pessoalmente não fazemos nada sobre o assunto. Acabamos passando uma ideia de que as coisas são fáceis, de que nossas vidas são perfeitas e que pode ser fácil lidar e discutir sobre algumas coisas. E a verdade é que não é nada fácil. Quantas vezes você já não viu pessoas nas redes sociais tachando suas vidas como perfeitas? Ou então aquela vez que você viu uma pessoa julgar a outra só porque a vida dela é "mais fácil"? Ou o mais comum ainda: quantas vezes já não viu as pessoas julgando as outras, e para piorar, pessoas que nem sequer conhecem? tenho certeza de que você já se deparou com isso mais de uma vez. E sim, tudo isso tem a ver com diálogo. As pessoas simplesmente não sabem dialogar, e a verdade é que elas não se importam com isso. Se as pessoas soubessem usar as palavras da forma correta, não haveria tantas discussões desnecessárias, tantos julgamentos e imaturidade. Toda essa confusão acaba levando ao machismo, desrespeito com pessoas LGBTQIA+, racismo, xenofobia, kink shaming e outras coisas horríveis que não são e nunca serão justificáveis. Talvez algumas pessoas não entendam o porquê de isso ter qualquer relação com a campanha da fraternidade, mas têm vários motivos para falarmos sobre a violência virtual (e não só virtual) quando estamos falando sobre diálogo. As pessoas não dão a mínima para as palavras que elas usam, ainda mais virtualmente, já que elas sabem que provavelmente não vão sofrer consequências por causa de seus atos ignorantes. As pessoas precisam aprender que não é só porque elas podem falar algo sobre uma coisa, que significa que elas devem fazer isso. Dar uma opinião sobre um assunto e ser desrespeitoso e intolerante ão coisas completamente diferentes.  

Contardo Luigi Calligaris, um renomado escritor, psicanalista e dramaturgo italiano radicado no Brasil, fala um pouco sua opinião sobre a violência virtual e a intolerância nas redes sociais:  

"Nas redes sociais, é possível expressar o seu ódio, dar a ele uma dimensão pública, receber aplausos pelos seus amigos e seguidores, e se sentir de alguma coisa validado. Ou seja, as redes sociais produzem uma espécie de validação do seu ódio que era muito mais difícil antes de elas existirem e se tornarem tão importantes na vida das pessoas. Isso não tem remédio porque não podemos voltar atrás, e essa é certamente a parte menos interessante das redes sociais, que em contrapartida têm efeitos sociais muito positivos. É uma coisa um pouco ridícula ouvir isso de um psicanalista, mas eu acho que o discurso de ódio nas redes sociais é algo que deveria ser perseguido, deveríamos ter limites claros ao que é o campo da liberdade de expressão, que é intocável, e o momento em que aquilo se torna uma ameaça e deveria receber imediatamente a atenção da polícia e do Judiciário." 

A violência virtual afeta as pessoas mais do que muitos pensam, muitas vezes causando problemas psicológicos nas vítimas. O hospital Santa Mônica falou um pouco sobre a relação da depressão e do cyberbullying em seu site: "Agora, o que muitos não imaginam é que o bullying e o cyberbullying podem estimular significativamente os quadros de mutilação corporal entre os jovens, e nos casos mais intensos, resultar em suicídio. Para se ter uma ideia, em 2016 a Safernet, uma organização não governamental (ONG), recebeu diversas denúncias de crimes que ocorreram no campo virtual. Dessas acusações, 39,4 mil páginas da internet — entre sites, blogs e publicações nas redes sociais — foram denunciadas por violar os direitos humanos. Nesses conteúdos, foi possível identificar comentários racistas, intimidadores e com incitação à violência. É exatamente aí onde mora o perigo: muitas vezes o cyberbullying passa despercebido pelos adultos. Com isso, os jovens e as vítimas desses crimes se sentem infelizes, os níveis de estresse aumentam e a violência pode acabar provocando depressão profunda. Sem saída e com dificuldades para encontrar uma solução para o problema, o indivíduo acredita que, ao tirar a própria vida, o transtorno acaba." 

Não está tudo bem em sair comentando qualquer coisa e sobre qualquer coisa só porque você sabe que ninguém vai te impedir. Não está tudo bem em ser uma pessoa intolerante. Não está tudo bem em fazer comentários ignorantes e infelizes sobre pessoas e assuntos que muitas vezes você nem tem conhecimento sobre. Não está tudo bem em normalizar essa "liberdade de expressão" se nela também se encaixa essa infelicidade e esse ódio gratuito da sociedade hipócrita em que vivemos. Toda essa intolerância e violência virtual é pura covardia, e nunca deve nem tentar ser justificada.  

"A violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora." 

  - Benedetto Croce 

Thaíse Stecker