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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Pensamentos de novembro (2021)

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Do "conceito prévio" ao "preconceito". Sob o olhar etmológico soam como sinônimos, mas entendo como coisas distintas. O conceito prévio é indispensável, pois que matéria-prima necessária à reflexão e ao diálogo, portanto fundamental (alicerce) à compreensão e combate ao próprio preconceito. Este, por sua vez, é a desvirtualização do conceito prévio, revelando-se na incapacidade (volitiva ou não), muitas vezes alimentada e reforçada pelos chamados discursos de ódio, de sentar à mesa com o diferente e, quem sabe, perceber que, no fundo, o frágil barco em que estamos é o mesmo. Preocupa-me ver que, em nome do combate ao preconceito, estamos levando à morte o conceito prévio e, por arrasto, como já assinalado, a possibilidade de reflexão e diálogo. O relativismo doentio e avassalador tem aniquilado (por meio de uma perigosa demonização) o conceito prévio e - ao contrário do que muitos acreditam - recrudescido o preconceito. Estratégia diabólica que tem contribuído para o esfarelamento das relações, colocando em risco nosso amanhã. (06/11/21)

No deserto, quando da saída do Egito em direção à "terra prometida", os israelitas levantavam acampamento ou permaneciam no lugar conforme o comportamento da "nuvem" (à noite, uma coluna de fogo). Hoje, o "êxodo" já não é o mesmo e as "nuvens" são um amontoado de amuletos. Não são poucos os líderes religiosos que prometem uma "travessia" tranquila, prazerosa, marcada por lantejoulas e muito brilho. Uma caminhada vitoriosa nas finanças e no casamento, por exemplo. Uma espécie de "viagra espiritual", em forma de flor, água benta ou coisa parecida. Movidos pela fé, não são poucos os que se deixam levar pelo engodo, pagando o que muitas vezes não têm. Engorda-se a conta bancária do safado, em troca de falsas nuvens, pois que nascidas não do amor e cuidado de Deus com seu povo, mas da imensurável ganância dos falsos profetas, enfiados em seus paletós, batinas, abadás e tantos outros paramentos que, como pele de cordeiro sobre o lobo, servem como armadilhas aos incautos. (07/11/21)

O que realmente importa: o que fazes ou o que pensam de ti? Numa sociedade putrefata, marcada pela aparência, não são poucos os que optam pela segunda via. Verdadeiro "faz de conta". Fazem de conta pais, filhos, patrões, empregados, companheiros, "amigos", gestores, diretores, professores, alunos... Ao semear aparências, nada mais óbvio do que colher também aparências. O morto, ainda que bem vestido, perfumado e aprumado no caixão, não deixará de ser um corpo sem vida. Feito as aparências sem conteúdo, logo cheirará mal. Preocupar-se com o que pensam de ti não é sensato e tende a gerar úlceras no corpo e na alma. Tens controle sobre o pensamento alheio? Fazeres o certo, seres bem intencionado, agires de forma ética... Alguma garantia de reconhecimento por parte de terceiros? Não! Ainda assim, deixarás de fazê-lo? Espero que não! Por isso, não deixes turbar teu coração pela opinião deste ou daquele. O que realmente importa é o que fazes. Sobre tua ação (ou omissão, é verdade...) tens não apenas controle, mas responsabilidade. Por ela, acredito piamente, responderás de alguma forma. (13/11/21) 

Quando da divisão das terras entre os israelitas, Deus teria orientado para que fossem criadas algumas "cidades de refúgio", para onde deveriam fugir todos aqueles que de forma involuntária tirassem a vida de alguém. Ao ler sobre o assunto (derradeiros capítulos de Números, no Antigo Testamento), lembrei de nosso Judiciário. Este tem servido, também, de "cidade de refúgio", todavia numa versão desvirtuada daquelas criadas em tempos pretéritos. O Judiciário brasileiro, de maneira tristemente comum, tem socorrido, acobertado, protegido, alimentado (tudo isso, pago a duras penas pelo contribuinte) malfeitores de todo tipo. Assassinos, traficantes, estupradores, larápios, corruptos, estelionatários encontram no Judiciário abrigo seguro. A omissão, condescendência e letargia dos togados - por vezes, sob a desculpa de que o arcabouço legal permite (o que, em parte, é verdade) incontáveis recursos que, na prática, levam à prescrição dos crimes flagrantemente cometidos - alimentam e perpetuam o asqueroso caldo cultural da quase certeza da impunidade. Passou da hora do Judiciário depurar-se ou ser depurado (teimando a criança em nascer, não resta outra alternativa que não o fórceps), servindo de norte confiável aos que o buscam. (27/11/21)

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