O SOCIALISMO E AS TRANSFORMAÇÕES
DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Prof. Gilvan
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blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Apesar de serem
muitos os conceitos envolvendo o termo “Socialismo”, quase todos têm em comum a
defesa de uma sociedade pautada na igualdade. Contudo, ao contrário do que
possa parecer, o próprio conceito de “igualdade” traz consigo opiniões nem
sempre concordantes, especialmente se analisarmos tal ideia ao longo da história
da humanidade. Platão (Grécia Antiga), por exemplo, tinha um conceito de
sociedade ideal distinta da Thomas Morus (século XVI), enquanto este último
trazia uma concepção de sociedade perfeita diferente daquela defendida por Karl
Marx (século XIX). Vale lembrar, ainda, que ao falarmos em Socialismo, é
fundamental que façamos distinção entre os chamados Socialismos “Utópico”, “Cristão”
e “Científico” (Marxista), distinção esta trabalhada e discutida ao longo de
nossas aulas. Além disso, precisamos, ainda, distinguir os Socialismos Real e
Ideal, ou seja, o Socialismo de fato vivenciado daquele que, segundo Marx,
deveria ser.
Independentemente
das discussões teóricas ou ideológicas acerca do Socialismo, o certo é que o
referido “modo de produção” trouxe profundas transformações no espaço geográfico
de uma forma geral e na Ordem Mundial de forma particular. Não por acaso, o
mundo do Pós-Guerra (1945) passou a conviver com uma Ordem assentada na chamada
“bipolaridade”, onde a Guerra Fria representou o tensionamento entre os mundos
Capitalista (sob a liderança dos Estados Unidos) e Socialista (liderado pela
ex-União Soviética), enfrentamento este com inúmeras consequências políticas,
culturais, econômicas e militares, por exemplo. A Ordem Bipolar (1945 – 1985),
aos poucos, foi dando lugar à atual Ordem, onde os antigos países ditos “socialistas”
passaram a constituir o grupo das “Economias de Transição”, verificando-se a
passagem de uma economia socialista para uma economia capitalista ou, ainda, de
uma economia planificada para uma de mercado. Vale lembrar, contudo, que nem
todos os autores concordam com tal conceito, haja visto dividirem o mundo de
hoje em Norte e Sul. Para entendermos o conceito de Economias de Transição,
devemos, antes, lembrarmos o que se entende por “economia planificada” e
“economia de mercado”. Sucintamente, a chamada “economia planificada” seria
aquela marcada pela centralização, onde o Estado detém o controle sobre os
meios de produção (máquinas, terras, fábricas, entre outros). Já a chamada “economia
de mercado”, típica do Capitalismo, é aquela marcada, ao menos em tese, pela
livre iniciativa, onde o principal objetivo do empreendimento é a busca do
lucro.
Para
entendermos as Economias de Transição precisamos, ainda, lançar um olhar sobre
a história do Socialismo Real, especialmente, o período que coincide com a
chamada crise desse modo de produção. Tomemos a título de exemplo o caso da
antiga União Soviética (URSS). Esta, como Estado, surgiu em 1922, especialmente
com o expansionismo russo em relação aos territórios contíguos. Vale lembrar
que a Rússia foi o primeiro país do mundo a adotar, em 1917, o Socialismo. A
história da URSS, como a de qualquer outro Estado, está marcada por altos e
baixos, momentos de hegemonia e de crise. Durante muito tempo (período da
“Guerra Fria”) ela dividiu a liderança política, militar e ideológica com os
Estados Unidos da América. Contudo, entre o final da década de 1980 e início da
década de 1990, especialmente durante o governo do presidente Gorbachev, a URSS
presenciou um rápido processo de reestruturação econômica e de “abertura”
política, com a “perestroika” e a “glasnost”, respectivamente. Aos poucos, a
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi se desintegrando, sendo que
suas repúblicas foram buscando a independência e a autonomia em relação ao governo
central.
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