OS MODELOS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Prof. Gilvan
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A indústria, ao longo da história, passou por três
grandes fases. A primeira delas foi a do “Artesanato” (até o século XV). Esteve
marcada, entre outras características, pela inexistência da divisão de
trabalho, pois o trabalhador (artesão) era responsável por todas as etapas da
produção. Outra característica importante de tal fase era a inexistência de
máquinas, sendo que o artesão contava tão-somente com ferramentas. A produção
era bastante limitada, exigindo uma pequena quantidade de matéria-prima, com
pouco impacto ambiental. A segunda fase da indústria foi a da “Manufatura”
(entre os séculos XV e XVIII), fase esta marcada pelo início da divisão do
trabalho. Apesar de ainda não ser rígida, já se percebia uma certa distribuição
de tarefas. É a fase onde surgem algumas máquinas rudimentares, servindo as
mesmas de força “complementar” ao trabalho humano. Há o aumento da produção e
uma maior exigência de matéria-prima, sem contudo representar um impacto
significativo ao meio ambiente. A terceira e última fase é chamada de “Indústria
Moderna” (a partir de meados do século XVIII). Tal fase pode ser subdividida,
por sua vez, em três: Primeira (1750 – 1860), Segunda (1860 – 1970) e Terceira
(1970 - ...) Revoluções Industriais. A última fase da indústria é marcada pela
intensa divisão do trabalho, pelo extraordinário aumento da produção (com
enorme impacto ambiental) e pela importância da máquina (passa a ser o “centro”
do processo produtivo).
Durante a fase da Indústria Moderna, merecem destaque
alguns “modelos de produção industrial”. O taylorismo,
por exemplo, marcou o início do século XX. Caracterizou-se por ser
essencialmente teórico, influenciando outro modelo, qual seja, o chamado fordismo. O taylorismo-fordismo trazia entre suas características: a
especialização, o monitoramento do tempo gasto na produção, a premiação (a
ideia era produzir mais no menor tempo possível), e a supremacia dos métodos
científicos (já comprovadamente funcional, viável e lucrativo) em relação aos
empíricos. Henry Ford buscou colocar em prática a teoria de Taylor. Adotou a
chamada “linha de montagem”, focando na produção em massa, produção esta
pautada na padronização e simplificação. Outra característica do fordismo era a chamada “verticalização”
da produção, onde a empresa buscava depender o mínimo possível de “terceiros”
durante o processo produtivo. Assim, por exemplo, a indústria Ford (o auge do fordismo se deu entre 1945 e 1968), era
responsável desde o plantio da seringueira (matéria-prima da borracha) até a
produção do ferro necessário na linha de montagem do automóvel.
Outro modelo de produção industrial é o chamado toyotismo. Tal modelo nasceu no Japão (década
de 1970, portanto já na Terceira Revolução Industrial) e só pode ser
compreendido dentro de um determinado contexto histórico. Ora, os nipônicos
ainda se recuperavam das tristes consequências da Segunda Guerra (1939-1945),
sendo o Japão um país com escassez de matérias-primas. Ora, o país não podia
portanto se dar ao luxo de uma produção nos mesmos moldes apregoados pelo fordismo. Ao contrário, mister é que
focasse numa produção que fosse “enxuta” e otimizada. Daí nasce a ideia do “just-in-time”,
ou seja uma produção programada, organizada, voltada à racionalização dos
estoques e matérias-primas. O toyotismo nasce
numa época em que a informática e a robótica ganham força, sendo marcado ainda
pela multifuncionalização do trabalhador. Ao contrário do fordismo – onde o operário se atinha a uma só função –, o toyotismo valoriza o profissional
dinâmico, versátil, adaptável às necessidades do mercado. Outra característica
deste modelo é a preocupação com a qualidade (já o fordismo partia da ideia de um “controle por amostragem”, portanto
muito limitado), bem com a personalização do produto, prática esta em
conformidade com o significativo aumento do grau de exigência do consumidor.
Finalmente, outro modelo a ser destacado é o volvismo. Surgido no ocaso do século XX
(na Suécia), tal modelo tem como principais características a busca de uma, por
assim dizer, “conciliação” entre o passado e o que há de mais moderno. É um
modelo assentado na preocupação com a qualidade não apenas do produto, mas de
quem o produz. A criatividade e o trabalho coletivo ganham força.
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