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terça-feira, 13 de novembro de 2012

JUVENTUDE EM AÇÃO



JUVENTUDE EM AÇÃO
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br



                Esperança. Não está morto quem peleia, tchê! A Juventude em Ação está mais viva do que nunca, fazendo (re)nascer uma fagulha de esperança. Como professor, vejo com profunda preocupação a flagrante apatia dos jovens no que tange à efetiva participação nos desígnios de nosso Município. Além de parca, tem sido uma participação de tez partidária. As poucas lideranças que nascem nos movimentos acabam por lançar mão das mesmas práticas que há pouco condenavam. São facilmente cooptados, afastando-se das utopias em troca de um que outro aparente privilégio. Viram a “casaca”, e de ferrenhos opositores se tornam cabos eleitorais, não sem antes terem “mamado” nas já conhecidas tetas do poder. Sonhos são abandonados em troca de algumas moedas advindas do status de estagiário nesta ou naquela repartição pública. Agressor e vítima confraternizam, a ponto da última ver no primeiro não mais um inimigo a ser combatido, mas sim um modelo a ser seguido. A arapuca tem o seu preço. Arrefece-se a paixão pela causa e perpetuam-se as desigualdades. O sopro da necessária e salutar subversão, matéria-prima das grandes transformações, esvanece.

                Há de se elogiar, portanto, a Juventude em Ação. Talvez, um que outro “mas”. Vocabulário às vezes chulo, ofensas pessoais, algumas estratégias quiçá equivocadas... Nada, contudo, que apague o brilho e importância da iniciativa. Há muito que não se via por estas bandas um movimento tão genuíno e original. Jovens fazendo da rua o grande laboratório da práxis libertária e dando real sentido a termos até então engessados pelo discurso acadêmico e morno (para não dizer, “morto”) das instituições de ensino. Cidadania, democracia, inclusão, igualdade, ética... Expressões que ganham vida. Desejo que a Juventude em Ação não se deixe prostituir pelos holofotes e pelo canto enganoso das sereias. Não se venda e nem tampouco se renda ao individualismo egoísta. Seja o “coletivo” a sua bandeira. Use de sua energia para canalizar as demandas que nascem de uma distribuição ignóbil da renda. Represente como que uma poderosa força centrípeta das mais diversas forças vivas da sociedade. A Juventude em Ação pode, num futuro nem tão distante, ser um importante – talvez o principal – movimento de articulação dos “sem vez e sem voz”. Para tanto, necessário é que ela se debruce na reflexão, na discussão, no tensionamento, no poder da palavra e, sobretudo, na ação, pois que é esta última que tem emprestado não apenas o nome ao movimento, mas tem sido o seu próprio norte.

               












2 comentários:

  1. Adorei... Você como professor sabe muito bem explicar a indignação de todos. O Professor deveria ganhar o salário dos Vereadores ou quem sabe de um Deputado Federal, os jovens começaram a abrir os olhos para a Política Brasileira, um grande passo para tentar pelo menos a moralizar um pouco nos 3 poderes. Espero que o Espírito de luta, mesmo que em alguns momentos, eles usem vocabulários chulos mas, eles aprenderam uma lição com a pouca vergonha dos nossos polítcos. Os Jovens querem ética e melhores condições de vida. Parabéns

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  2. Sandra, muito me alegraste com tuas palavras. Acredito que é possível construirmos uma sociedade mais humana, ética e menos desigual. Abraço fraterno e viva a utopia!

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