VIDA, TAMBÉM NA POLÍTICA
Gilvan Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Trânsito
e política, eis aí duas questões que guardam entre si inúmeras semelhanças, até
porque faces de uma mesma moeda. Enquanto o primeiro ceifa vidas, a segunda
sepulta sonhos. No fundo, o problema não está nem no trânsito e nem tampouco na
política. Está, isto sim, na forma como as relações se travam tanto num quanto
na outra. Ambos têm como pano de fundo – do mesmo tecido que envolve os corpos
gélidos depositados ao fundo dos esquifes – a insensatez, o desrespeito, a
superficialidade e o descaso em relação a outrem. Lançar sobre o trânsito ou
sobre a política a culpa em relação aos disparates e excessos hoje tão comuns –
nem por isso, normais ou dignos de aquiescência – é, no mínimo, pecar pela
ingenuidade. É dar respostas simplistas para questões complexas. Trânsito e
política são produtos de uma história. São construções e realizações humanas.
Representam a nossa “cara”. Cada comunidade tem o trânsito e a política que, de
alguma forma, fez e faz por merecer. O caos que atormenta condutores e
pedestres é da mesma estirpe que alimenta a indiferença em relação ao interesse
público. Os “jeitinhos” e “malandragens” tão conhecidos no trânsito, que para
alguns é sinônimo de orgulho junto a amigos e familiares, têm a mesma raiz das
práticas abomináveis a confundirem o público e o privado. O corpo estendido na
estrada não difere muito daquele outro, jogado às traças nos hospitais ou
presídios. A foice da morte que atinge famílias inteiras nas estradas é a mesma
que alcança crianças, jovens, adultos e idosos, todos esquecidos por um Estado
caro, incompetente, inoperante e corrupto. Tanto num caso como no outro paga-se
caro, muito caro, sem qualquer espécie de retorno. Seja no trânsito ou na política,
sobram teorias e discursos, faltam iniciativas e resultados efetivos.
A
capital dos gaúchos precisa, urgentemente, de vida. Sim, vida no trânsito e na
política. Espero que o espírito que move algumas louváveis iniciativas da sociedade
civil organizada, seja o mesmo a mover a candidatura daqueles que pleiteiam um
assento junto à chamada Casa do Povo. O Legislativo Municipal precisa ser
sacudido por mudanças capazes de fermentarem ações que criem novos paradigmas e
modelos na forma de pensar e agir de todos os munícipes. Mudanças que
ultrapassem a fina casca das aparências. Transformações que redundem e se
traduzam em respeito, sobretudo, às pessoas. Ao respeitá-las, como doce
consequência, vem a reboque o respeito a tudo o mais: à natureza, aos prédios e
monumentos públicos, às tradições, à propriedade alheia, etc. Torço para que as
ideias de homens como o Serginho Neglia
vinguem e deem frutos, muitos frutos. Como ele, acredito no poder da educação
como meio de transformação. Só através dela se vislumbra melhores dias para o
trânsito e a política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário