Translate

terça-feira, 21 de agosto de 2012

FROUXIDÃO PATERNA




FROUXIDÃO PATERNA
Gilvan
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br


                Pode haver algo pior do que uma criança mimada e mal-educada? Algo mais passível de crítica do que um adolescente estúpido, desobediente e avesso às regras, por mais importantes, necessárias e bem explicadas que sejam as mesmas? Pior é se deparar com pais que não exercem o papel que a vida e o ordenamento jurídico lhes reservaram. Pais frouxos. Pais que se deixam levar e amedrontar pelas caretas e ameaças dos menores. É o filho falar e “tá falado!”. Pais que não exercem a autoridade herdada e repassada ao longo de gerações. Pais que envergonham não apenas a estirpe, mas a própria história. Verdadeiros reféns de suas próprias criaturas. Pais que se dobram frente às manias dos pequenos ditadores, que se vergam diante das vontades e caprichos de quem – às vezes – mal sabe limpar o traseiro. Pais que buscam compensar com a omissão ou a condescendência, eventual ou permanente ausência. Pais que em troca de um minuto de atenção, entopem os mais novos com presentes e regalos de todo tipo. Pais que “negociam” a obediência de seus mancebos. Hoje “extorquem”, amanhã serão “extorquidos”. Hoje dão conta das aparências, amanhã o preço a ser pago pode ser alto por demais. Pais que, ao sonharem em criar filhos, criam monstros. Estes últimos, seres destituídos de afeto, respeito, honestidade, alteridade, solidariedade, responsabilidade... A frouxidão paterna tem sido algo comum. Nascida na família, dá os ares da graça na escola, no clube, nas rodas de amigos, nos estádios, nas festas. Como praga, corrói as estruturas da sociedade e apodrece as relações. Filhos mal criados (literalmente falando) põem em risco as próprias relações e as de outrem. Destroem vínculos, sepultam sonhos, enuvecem casamentos e afugentam a confiança. Muitas das peraltices que hoje para o incauto pai são graciosidades, amanhã serão tristes pesadelos. A frouxidão paterna tende a confundir adolescência e delinquência. Pais frouxos veem os abusos e excessos de seus tutelados como “vícios” da idade, acreditando ser deveras sem limite o espaço para a teimosia e o questionamento. Este, comedido, é aceitável, pois que necessário – às vezes – à formação do sujeito. Contudo, quando os caprichos da idade se sobrepõem a tudo e a todos, algo está errado. Entretanto, a frouxidão paterna entorpece os sentidos e feito catarata obscurece a visão. Torna o inaceitável em algo “natural”, o fétido em perfume e o absurdo em algo bom. A frouxidão paterna come à mesa com a apropriação indébita, a drogadição, a mentira, a preguiça, o desrespeito e toda sorte de malefícios. Exige-se postura firme de todos os que exercem a função paterna, sob o risco de engendrarmos seres mutilados do ponto de vista ético e condenáveis do ponto de vista social. 

Leia mais:
http://www.brasilsemgrades.org.br/ws/index.php?option=com_content&view=article&id=639:frouxidao-paterna-por-gilvan-andrade-teixeira&catid=46:artigos&Itemid=179

Nenhum comentário:

Postar um comentário