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domingo, 4 de dezembro de 2022

Pensamentos de outubro (2022)

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Anular o voto ou optar pelo voto em branco faz parte do jogo democrático. Falacioso é associar tais votos a um ato de covardia ou aquiescência a este ou aquele grupo político. Ao fazê-lo, demonstra-se pouco conhecimento do assunto e profundo desprezo pela liberdade do eleitor em manifestar seu descontentamento frente às "opções" oferecidas a ele. Soa como pouco ou nada razoável, ainda, querer atribuir ao eleitor que vota em branco ou anula seu voto a responsabilidade sobre o desfecho do pleito. Seu direito/obrigação à vigilância e cobrança sobre os eleitos não é menor e nem, tampouco, maior do que qualquer outro eleitor. Os votos em branco ou nulos trazem, isto sim, uma mensagem clara, a do profundo descrédito acerca das "peças" postas sobre o "tabuleiro". São produto, muitas vezes, da falta de confiança não apenas no sistema político flagrantemente viciado, mas também no rol de figuras que buscam abocanhar uma teta no "úbere" estatal. Assim, amados e amadas, sintam-se à vontade de votarem em branco ou, então, anularem o voto, pois que este a ti, e somente a ti, pertence! Faça de teu voto uma mensagem de apoio a este ou aquele candidato, ou, ainda, de protesto aos que disputam o pleito. Importa é que seja um voto consciente, fundamentado naquilo que acreditas. O "cabresto", ainda que sutil, não combina com o verdadeiro espírito democrático. Eleição não é corrida de cavalos, onde se busca saber qual é o favorito. Deveria ser, isto sim, espaço para escolha de projetos para cidade/estado/país. Grande e fraternal abraço.


Alguns poucos países adotam a pena de morte aos condenados por corrupção. Chama atenção que nesses países (marcados, diga-se de passagem, pela precariedade democrática), a corrupção segue representando um sério problema. À primeira vista, portanto, a aplicação da pena capital não é garantia do fim de práticas corruptas, em especial aquelas envolvendo recursos públicos. Por que trago a temática aqui? Infelizmente, o Brasil historicamente vem sendo vítima de corruptos que, ocupando os espaços públicos (em TODOS os Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário), fazem uso do Estado para obtenção de vantagens ilícitas, com sérios prejuízos à população. Enquanto esta segue à míngua, sobrevivendo das migalhas que caem da mesa dos poderosos, alguns grupos criminosos locupletam-se e perpetuam suas práticas sob o olhar cego e viciado de uma legislação que, apesar de farta, pouco ou nenhuma efetividade produz. Fica a triste, lamentável e revoltante sensação de impunidade, além de alimentar-se a ideia de "soluções" radicais, como a pena de morte aos corruptos deste país. Importante lembrar que tal possibilidade é vedada (cláusula pétrea) por nossa Carta Maior, a mesma que, é verdade, vem sendo diuturnamente rasgada por aqueles que deveriam defendê-la e respeitá-la. Contudo, ante à inércia, omissão, condescendência e cumplicidade do Judiciário, por exemplo, inegável é a vontade, cada vez mais forte, de colocar em prática medidas drásticas, ainda que sem eficácia garantida e à margem da lei. O desespero e absoluta falta de esperança tendem alimentar o "mostro" que em nós habita. Uma vez solto, difícil segurá-lo. Tempos difíceis! Grande beijo no coração de vocês.


15 de outubro, Dia do Professor. Motivos para comemorar, talvez. Razões para lamentar, inúmeras. Apesar do discurso recheado de palavras bonitas, motivacionais, elogiosas, na prática a função docente tem sido espezinhada, maltratada, relegada a quase nada. Quanto vale o trabalho do professor? Salários vexatórios, carga horária extenuante, escolas (especialmente públicas) precárias, serviços de apoio capengos ou inexistentes, descaso e permissividade das famílias, apatia e desleixo dos educandos, sindicatos voltados para o umbigo de seus dirigentes, políticas públicas pífias, falta de reconhecimento social... O resultado não poderia ser diferente: caos absoluto na educação, onde há muito a escola deixou de lado sua principal função, a de ensinar. O quadro da dor é pior ainda ao não se vislumbrar no horizonte, mesmo que a longuíssimo prazo, mudanças positivas. O flagrante descaso em relação ao professor atesta a própria mediocridade social, a displicência frente a qualquer projeto sério de desenvolvimento socioeconômico. Denuncia, também, a involução e desumanização, onde a "aparência" destrona a "essência" e a futilidade toma as rédeas da insignificante existência.




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