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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Pensamentos de abril (2022)

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Ser Gestor (com letra maiúscula) e simplesmente estar à frente de uma Direção, Secretaria, Conselho dito de direitos ou governo, por exemplo, são coisas completamente diferentes. O que motiva alguém assumir a gestão de um espaço público? Que interesses o move? Uma vez assumida a gestão, como se dá a relação com as pessoas e, principalmente, com o interesse público? Comporta-se como verdadeiro servidor ou, ao contrário, procura servir-se do espaço que ocupa? Como chegou à gestão? Fruto do mérito e da competência ou resultado de uma indicação política voltada a atender interesses escusos ou em nome de uma governabilidade" que mais faz lembrar um prostíbulo, onde vende-se até a alma em troca de algumas moedas? As decisões tomadas atendem a quais interesses? A de grupelhos e "amigos do rei" ou aos da população em geral, ainda que os "dividendos" políticos não se deem em forma de votos na próxima eleição? Gente ocupando e se locupletando de espaços públicos (cargos e funções) tem sido comum. O resultado não poderia ser pior! Mal uso de recursos públicos levando a um interminável número de processos e, o que é mais grave, à precarização cada vez mais acentuada dos serviços prestados à população. Ser Gestor (olha aí a inicial maiúscula...) é, sem dúvida, assumir riscos. Um deles é responder, quiçá, por uma ou outra decisão, por uma ou outra conta que não fecha (a contabilidade pública é complexa, quando não confusa). Importante, contudo, que inexista dolo ou que os erros apontados não sejam fruto de omissão ou da incompetência, por exemplo. Ainda assim, sabemos, deve haver apuração e, se for o caso, a responsabilização do Gestor. Porém, existindo dolo, que seja o miserável execrado da vida pública, severa e exemplarmente punido para que a condenável prática não se repita por meio de outros. Gestão, portanto, é coisa séria. Nela não deve haver espaço para aventureiros, vigaristas, mal intencionados, preguiçosos ou incompetentes. Ótima sexta-feira e sigamos lutando por uma gestão pública de qualidade, do Chuí ao Oiapoque. Beijo no coração!

Empoderamento tem sido uma expressão por demais usual. O que dizer do desempoderamento ou desapoderamento do professor? Involuiu-se, portanto. Impressão que fica é que o educador está abaixo do "cu do cachorro", situação esta ratificada, por exemplo, pela flagrante desvalorização salarial, só suportável (por enquanto...) devido à extenuante carga horária assumida pelos profissionais da educação. Corre-se, desesperadamente, de uma escola para outra, com jornadas de cinquenta, sessenta horas semanais para, ao final de cada mês, conseguir, milagrosamente, sobreviver. De um lado a crescente e infindável burocracia (que, em nada contribui no processo de aprendizagem), de outro o completo desprestígio social. De um lado, a pressão para que os professores dominem as ditas "ferramentas digitais" e plataformas de toda espécie (que, diga-se de passagem pouco mais fazem do que abarrotar os bolsos de algumas empresas do mercado), de outro a indisciplina correndo solta, sob o olhar omisso e condescendente de gestores e famílias. Não por acaso, são muitos os professores que fogem da sala de aula como o diabo foge da cruz. Negócio, por vezes, é lutar, qual fera na disputa da carniça, por aqueles espaços menos "tensos" dentro da escola. É duvidar, vende-se a própria mãe... Multiplicam-se os "laudados", com "delimitação de tarefas", representantes nos incontáveis "conselhos" (que, da mesma forma que a burocracia e as ferramentas digitais, por vezes, pouco ou nenhum resultado prático têm oferecido...) e por aí vai... Por vezes a saída é, ainda, apelar para os "santos" ou deixar-se apadrinhar por um "político" (na pior acepção da palavra), matando dois coelhos com uma só cajadada: foge-se da sala de aula e engorda-se o salário por meio de uma "função gratificada", prática esta que compromete o quadro funcional da escola e alimenta a ignóbil política do coronelismo. Há luz no final do túnel, que não seja um trem vindo na direção dessa classe tão sofrida? Até quando seguirão os professores sendo menosprezados? Até quando continuarão "terceiros" questionando a ação professoral? Por que não o fazem, também, com médicos, engenheiros, magistrados? Como fica a autoridade acadêmica dos educadores? De nada vale? Não quer o educador ser lembrado apenas num singelo dia de outubro, numa eventual matéria jornalística ou numa "homenagem" na Câmara (é duvidar, sai o vereador e não o professor na foto!). Quer ser, sobretudo, respeitado profissionalmente, ocupando o lugar que há muito lhe foi retirado. Maus professores existem? Sem dúvida, assim como médicos, advogados, motoristas, comerciantes... Sejam eles identificados e expurgados do "mercado" ou do serviço público, fazendo valer os inúmeros instrumentos existentes (CLT, Regime Jurídico, etc.), ainda que contra um ou outro corporativismo doentio e irresponsável. Aos bons profissionais, sem dúvida a maioria, o reconhecimento que lhes é devido.

Firula.. Seja no futebol, seja na educação, não funciona. Apesar da atraente plasticidade, a firula não atinge, nem de perto, o objetivo: o gol dentro das quatro linhas, a aprendizagem na educação. Há muito, a escola vem apostando na firula. Mais vale o professor fazer "embaixadinhas" com as incontáveis ferramentas digitais à disposição do que dirigir-se em direção ao que deveria ser a meta do ensino, rasgando a zaga da ignorância, driblando a barreira do vergonhoso atraso intelectual e fazendo um golaço para o desenvolvimento socioeconômico do país. Privilegia-se a aparência, em prejuízo da essência. O "botox" propiciado por empresas milionárias, além do alto custo para as famílias, mostra-se incapaz de promover a melhoria na qualidade de ensino. Nunca se fez tanta firula na escola e nunca se aprendeu tão pouco! O saber acadêmico do professor, que o torna singular sob o ponto de vista profissional, dá lugar aos arranjos tecnológicos. Mais faz lembrar um operador de máquina, olvidando o protagonismo que lhe cabe. Antes, referência! Depois, "mediador"! Hoje? Amanhã? A "revolução" da educação faz lembrar um amargo Kinder Ovo. É tudo, menos chocolate! O que se espera da escola? Aprendizagem ou maquiagem? O excesso desta, via de regra, esconde a realidade que, no caso do ensino, é inegavelmente caótica. O que se prega não é, por óbvio, uma escola que dê as costas para as inovações tecnológicas, mas que estas não sejam um fim em si mesmas. A qualidade de ensino de uma instituição escolar deve estar centrada, principalmente, nos seus profissionais e jamais nos penduricalhos e firulas que, como iscas, levam o peixe à morte. Beijo no coração!

Portanto, dá-me sabedoria para que eu possa governar (...) com justiça e saber a diferença entre o bem e o mal (...). Deus gostou de Salomão ter pedido isso (...)". Ao que tudo indica, Cachoeirinha caminha para um novo pleito. A sabedoria salomônica tem passado ao largo da cidade. Entra ano e sai ano, entra governo e sai governo, as cartas são sempre as mesmas. Famílias conhecidas seguem fazendo dos espaços públicos extensões de seus quintais, perpetuando-se por meio de um coronelismo assentado no medo e na troca de favores. Até quando Cargos em Comissão (CCs) e Funções Gratificadas (FGs) serão distribuídas sem qualquer critério técnico ou de merecimento, mas a bel-prazer de interesses eleitoreiros e caprichos pessoais? Cachoeirinha não é uma pocilga, portanto passou da hora de avançarmos em direção aos verdadeiros ideais republicanos, onde prepondere a impessoalidade, legalidade, moralidade, eficiência... Discursos não são suficientes e nem, tampouco, promessas vazias. Precisamos de ações concretas, de bons resultados na saúde, segurança, mobilidade, educação, cultura, geração de renda... Sirvam os votos nas urnas como chama na pira a queimar os tristes e históricos vícios da cidade, depurando o que presta daquilo que é imprestável, o que serve daquele que "se serve".

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