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sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Pensamentos de maio (2022)

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"(...) Mas o Senhor não estava no vento. Quando o vento parou de soprar, veio um terremoto; porém o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto veio um fogo, mas o Senhor não estava no fogo. E depois do fogo veio um sussurro calmo e suave" (1 Reis, 19:11-12). Não são poucas as igrejas que valorizam o "barulho", fazendo lembrar a fúria do vento. Muitos são os "pastores" (o verdadeiro pastor dá a vida pelas ovelhas, não as explora e nem tampouco as ludibria) que levantam a voz e esmurram o púlpito como que jurando serem capazes de abrir, feito terremoto, o chão que os sustenta. Onde está Deus senão e sobretudo no "sussurro calmo e suave"? Sim, Ele encontra-se entre os anônimos a fazerem o bem às viúvas e órfãos, sem holofotes, lantejoulas ou aplausos. Ele está entre os que creem numa Igreja viva, que não se deixa macular pelo brilho do ouro e nem tampouco se rende ao canto da sereia dos que, em nome de interesses inconfessáveis, fazem das congregações um balcão de negócios. A "política", sim tem que estar dentro da igreja, pois que diz respeito à busca de uma sociedade melhor, compromisso este de todos. Porém, a "politicagem" (feito chorume fétido a contaminar as estruturas sociais) não deve ser tolerada, mas abominada pelos que são filhos da Luz. Não por acaso, uma democracia precisa ser laica, sob risco de sucumbir, tal qual ovelha conduzida por lobo em pele de pastor. A todos, em especial aos bons e abnegados líderes espirituais, um abençoado domingo.

"Sou professor, não babá de seu filho!". O óbvio precisa ser dito às famílias, sob risco de seguirmos não apenas adoecendo essa classe há muito maltratada e mal paga, como aprofundando o caos que flagrantemente tomou conta das escolas públicas e privadas. Transferir, sob o olhar omisso dos gestores, a responsabilidade sobre as notas vergonhosamente baixas dos educandos para o professor, soa como desarrazoável e irresponsável. Ao educador cabe o domínio do conhecimento, a metodologia e a mediação do dito processo ensino-aprendizagem. Ao aluno cabe ESTUDAR, sim, estudar (é o que menos tem feito, ao que tudo indica). À família cabe acompanhar, de forma permanente, a vida escolar do infante. O que se vê, infelizmente, são pais mais perdidos do que cego em tiroteio, batendo cabeça na formação de seu rebento e, não bastasse, terceirizando a responsabilidade que lhes cabe. A nota baixa do aluno - mensurada em número, conceito, parecer - é sim, salvo raríssimas exceções, um indicativo de que o mesmo precisa largar um pouco seu mundinho virtual e abrir os olhos para o que é real. A vida é alegria, mas tristeza. É "sim", mas também "não". É vitória, mas derrota. É prazer e também dor. Descansar os dedos, disciplinar o sono e tirar um tempinho para rever os conteúdos trabalhados em aula é como receita da vovó, tão antiga quanto eficaz. Ótima semana de trabalho a todos, em especial aos meus colegas de profissão.

É no Jordão e não no Abana ou no Farpar que precisasamos nos banhar (quem lê, entenda...). Feito criança teimosa, insistimos querendo dar ouvido ao próprio ego, virando à esquerda quando deveríamos ir para o lado contrário. Por que, feito cachorro a lamber o próprio vômito ou porco a revolver-se na lama, teimamos tanto? Já não bastam os inúmeros dissabores? Atentemos, meus queridos e queridas, para o caminho da sabedoria, para o lugar da cura da alma, pois não o fazendo, tal qual Naamã seguiremos tomados pelas feridas que há muito têm nos tirado a paz. Beijo no coração e que Deus nos abençoe!

"Homem, lobo do próprio homem"... A conhecida frase de Hobbes, dita há tanto tempo, segue atual, talvez mais do que nunca. O Estado, segundo ele, surgiu sobretudo para fazer frente à tendência natural de, na busca de nossa sobrevivência e defesa de nossos interesses, nos aniquilarmos mutuamente. Uma espécie de freio necessário à estabilidade e uma forma de garantir certa harmonia da sociedade como um todo. Daí, segundo ele, a necessidade de um Estado forte. Tirando os exageros da teoria e a enorme contribuição que a mesma deu ao surgimento e "legitimação" do Absolutismo Monárquico, precisamos reconhecer que ela nos leva a refletir sobre o país que vivemos. Até quando conseguiremos segurar o "lobo" que existe em nós? Até quando conseguiremos aplacar a fúria do animal que, já sem paciência, pede por vingança? Até quando seremos capaz de manter sob o domínio da coleira jurídica nossos instintos que nascem do dito direito natural? Os limites balizadores da democracia e do famigerado Estado de Direito vêm se esfarelando. As relações sociais, contaminadas pela insana polarização, vêm se deteriorando. As instituições (família, Igreja, Estado, escola...) há muito já não representam o norte que outrora servia de porto seguro. Caminhamos, a passos largos, em direção à selva. Nela, vale lembrar (e que isso sirva de alerta aos que acreditam estar seguros sob suas togas ou sob seus mandatos), vale a lei do mais forte. Quando o lobo sente o cheiro de sangue, nada e ninguém o segura. A turba enfurecida faz coisas impensadas. Abraço no coração de todos, lobos ou AINDA homens...


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