A FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO
Prof.Gilvan
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O Brasil, hoje, é o quinto maior país da Terra, o
terceiro da América e o primeiro do continente latino-americano. Contudo, a
grandeza do território brasileiro é fruto de séculos de história. Quando da
chegada dos portugueses ao Brasil, por exemplo, na virada do século XV para o
XVI, o país tinha proporções muito menores do que as de hoje, limites estes
trazidos pelo famoso Tratado de Tordesilhas. Este fora assinado em 1494. Os
países signatários eram Portugal e Espanha, duas das maiores potências econômicas
e políticas da época. Tamanha era a influência desses países, que se deram ao
direito – sob o olhar conivente da Igreja – de repartirem as terras a serem
descobertas entre eles. O acordo estabelecia que as terras a oeste da linha
imaginária traçada estariam sob o domínio espanhol, enquanto as que estivessem
a leste pertenceriam, por direito, a Portugal. Assim, mesmo antes de ter sido
“oficialmente” descoberto (1500), parte do que hoje é o Brasil já pertencia à
Coroa portuguesa. Ao longo dos anos, inúmeros tratados (como o de Madri em 1750
e o de Santo Ildefonso, em 1777) foram dando ao Brasil os atuais contornos. A
expansão do território brasileiro, vale lembrar, esteve marcado, também, por
inúmeros conflitos – inclusive bélicos – com outros países. Só recentemente
(1903), por exemplo, foi anexado de maneira definitiva o estado do Acre. Ainda
hoje, a busca pelo alargamento territorial é algo presente. Prova disso é a
intenção do país em rediscutir sua fronteira marítima, afinal o Atlântico
guarda um “oceano” de riquezas e recursos naturais, como gás e petróleo.
A ocupação humana e a distribuição populacional
acompanharam o processo de formação do território brasileiro. Desde muito cedo,
os principais aglomerados se fixaram junto ao litoral. Logo após a chegada dos
portugueses, por exemplo, a economia estava fundada no extrativismo vegetal (pau-brasil),
servindo a costa como porto de embarque da mercadoria. Não muito diferente foi
o chamado Ciclo da Cana (séculos XVI e XVII), onde cabia às áreas litorâneas a
maior parte do cultivo da cana-de-açúcar. Já o Ciclo do Ouro (século XVIII),
contribuiu significativamente para a interiorização da população, ávida pelas
jazidas localizadas, principalmente, na região do atual estado de Minas Gerais.
Ainda assim, era (e, de certa forma, continua sendo) enorme a diferença
quantitativa entre a população litorânea e aquela assentada no “interior”
(centro e oeste do país) do território. O deslocamento da capital federal para
Brasília (1961), por exemplo, tinha entre seus objetivos uma maior ocupação
humana das áreas mais centrais do país.
Conclui-se, portanto, ser de fundamental importância
remontarmos ao passado para compreendermos o presente. Não é produto do acaso a
irregular distribuição populacional pelo território nacional. Ao contrário, é
resultado de interesses econômicos e políticas governamentais, muitas delas
equivocadas.
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