DIA DO “TROCA”!
Gilvan Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Meu Deus, o que fora aquilo? Mais parecia pesadelo.
Nunca vira “mulheres” tão feias. Desfiguradas pelo excesso de batom e blush, eram de arrepiar. Nem a pior das
sogras, por mais mal amada que fosse, se compararia “aquilo”. Desesperador.
Mais pareciam personagens daqueles filmes de terror. Por melhor que fosse a
intenção daquelas figuras, com todas aquelas poses por elas tidas como
sensuais, era o verdadeiro quadro da dor. Simplesmente horríveis. Uma pior do
que a outra. Rebolavam daqui e dali, olhavam de soslaio, faziam caretas,
“zoinhos” e “beicinhos”, tudo para chamarem atenção. Não por acaso, não foram
poucos os olhares direcionados para a sacada do Prédio Dois, onde se formou uma
espécie de “gaiola das loucas”, com um grupo de disparatados “travestis” de
ocasião. Guris vestidos de gurias e vice-versa. Verdadeiro deus-nos-acuda. Ao
som de “I Am What I Am”, alguns formandos fizeram do espaço uma discoteca
improvisada, sob o olhar atônito dos mais novos. Duvidasse, naquele momento,
até o corpo – ou o que sobrara dele! – do velho Monsenhor teria se revolvido.
Ao contrário de uma que outra beata desconhecedora do “espírito” daquele
momento, a maioria demonstrara aprovação. Até mesmo alguns professores,
disfarçadamente, pareciam seduzidos pela música a embalar os movimentos da
gurizada do Terceirão. Pezinho p’rá cá, pezinho p’rá lá, no íntimo, queriam
gozar daquela liberdade. Os alunos haviam caprichado no look. Os guris enfiados naquelas saias, vestidos e bustiês, enquanto as gurias lançavam mão
da “indumentária” masculina. Enquanto elas representavam jogadores de futebol
ou “magrinhos” com as calças caídas próximas aos joelhos, os guris – em quase
sua totalidade – trouxeram o que há de mais escandaloso dos bordéis e
meretrícios do centro da cidade. A criatividade correra solta naquela manhã. Inesquecível.
Algo para ficar na memória da escola encravada na Zona Norte da capital
gaudéria. Uma leva de alunos e alunas que deixarão saudade. Histórias que foram
sendo forjadas, também, em meio às salas de aula, à cantina, ao pátio, aos
ginásios, aos corredores e, para alguns é verdade, à Disciplina... Mesmo estes
últimos, por certo, cresceram e nos fizeram crescer. Afinal, ser “humano” é ser
“devir”, eternamente “incompleto” e “complexo”, mas essencialmente “pronto”,
pois imagem e semelhança do Criador. Basta estar vivo para poder ser amado,
deixar-se amar e, de preferência, também amar. Pode haver melhor espaço do que
a escola, além da família, para o exercício do amor, da gratidão e do respeito?
Na escola criamos, recriamos e somos recriados. Formamos e somos formados.
Ensinamos e aprendemos. É ela espaço privilegiado de humanização, de resgate ou
até mesmo de “fundação” do sentido da vida. Exceto o olhar dos bons pais, nada
se iguala ao cuidar do mestre que educa com carinho. O que será de nossos queridos
formandos? Somente o tempo dirá. Entretanto, tempo como o que se foi ou que é, acreditem,
jamais será. Por isso, aproveitem! O dia do “troca” mais do que simbólico ou
ritualístico, é o extravasamento de uma alegria contida, alegria esta que, nós
professores, queremos compartilhar. Parabéns a todos os formandos do Instituto
de Educação São Francisco.
Veja também:
http://www.institutosaofrancisco.com.br/site/artigos_visualizar.php?artigo_autenticacao_=56613ebe7f7714ac9b11db43f55fa0a0
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