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terça-feira, 16 de julho de 2013

O OUTRO LADO DA COSTELA


O OUTRO LADO DA COSTELA
Gilvan Teixeira
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br





                Quinze de julho. Dia do homem. Você sabia? Eu, sinceramente, não. O comércio, no afã desesperado de enfiar seus produtos goela abaixo, cria e reforça datas como a de hoje (ontem?). Ora, como se todos os dias não nos pertencessem. No princípio era o Verbo, lembra? Na Pré-história era o homem das cavernas. Durante a Antiguidade, quem eram os reis, faraós e profetas? Na Idade Média, eram os senhores feudais quem davam as cartas. A Modernidade foi marcada pelos mecenas, enquanto na Contemporaneidade somos nós, os homens, que seguimos à frente das grandes empresas, agremiações partidárias e clubes de futebol. Não fossemos nós, o que seria delas? Eva, sem Adão... Inimaginável. Corpo sem costela. Insustentável. Bambo, ao sabor do vento. São os homens o alicerce, o sustentáculo, o provedor. Daí não haver espaço para a dor, para o choro e para o sorriso fútil. Nossa insensibilidade foi tecida pelas agruras do tempo, pelas guerras travadas em campo aberto e junto às trincheiras. O ar sisudo, o forjamos ante a eterna ameaça do potencial concorrente. Traçamos um círculo imaginário em torno de nossa casa e de nossa família e, com unhas e dentes, afastamos tudo e todos que representem risco ao que julgamos ser nosso. Não admitimos fraqueza e condenamos a covardia. Quinze de julho, que nada. Somos senhores do tempo. Subjugamos o medo e afugentamos as forças etéreas ou terrenas, jamais demonstrando qualquer titubeio frente ao desconhecido. Somos faca na bota. Ainda mais para estas bandas do Sul, onde peão é peão e prenda é prenda, onde ximango e maragato não se misturam. Cabe a nós a última palavra, nem que seja para... aquiescer (minha mulher acabou de chegar neste momento!). O que nos torna especiais é a possibilidade de nos vermos em nossa “cara metade”. O que é nossa labuta perto das dores do parto? O tempo que aparentemente perdemos a espera da mulher amada, envolta em suas compreensíveis vaidades, em nada se compara com a longa espera gestacional. Mulheres guerreiras, valentes, multifuncionais. Não fossem vocês, estaríamos perdidos, incapazes que somos de cuidar para que o leite não se espraie pelo fogão, de enrolar as meias ou de achar as próprias cuecas. Somos tolos, isto sim. Morremos mais cedo, nos matamos mais fácil e nos corrompemos por quase nada. Ano após ano, geração após geração. Teimamos em não aprender com os erros do passado. Quebramos prefeituras e insistimos em discursos que pouco mais produzem do que cuspe e mau hálito. Pensando bem, ter um dia em alusão a nós já é muito. Quase um exagero. Quiçá, presente de uma mulher. Viva o nosso dia! Parabéns a todos os homens... 

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