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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Regionalização da Terra


A REGIONALIZAÇÃO DA TERRA
Prof. Gilvan (profpreto@gmail.com)

            Regionalizar é, por óbvio, dividir em regiões, ou seja, dividir levando-se em conta as semelhanças ou diferenças físicas, humanas, econômicas, etc., entre os espaços da Terra. Ao dividirmos nosso planeta, podemos fazê-lo levando em conta, por exemplo, critérios naturais (clima, relevo, vegetação e hidrografia) ou sócio-econômicos. Quando dividimos a Terra a partir de critérios naturais, temos os continentes, divisão esta por demais singela, pois que as mudanças ocorrem de forma lenta, sendo perceptíveis somente quando diante de escalas temporais bastante largas (milhões de anos). Por outro lado, a regionalização da Terra a partir de critérios sócio-econômicos, mostra-se bastante complexa, pois que as mudanças, além de, às vezes, rápidas, geram dúvidas e exigem um permanente grau de informação.

            Antes da Segunda Guerra Mundial (1939-45), por exemplo, a Regionalização da Terra podia ser feita da seguinte forma: países dominantes, de uma lado, e países periféricos ou dominados, de outro, ou seja,  uma regionalização “bipolar”. Como já vimos, o referido conflito mudou a chamada geopolítica do mundo, nascendo de suas cinzas uma nova divisão, esta assentada em Países de Primeiro (capitalistas desenvolvidos), Segundo (socialistas) e Terceiro (capitalistas subdesenvolvidos) Mundos.  Tal regionalização deixava às claras a própria Ordem Mundial do momento, onde a Guerra Fria opunha os modos de produção capitalista (assentado na chamada “livre iniciativa”) e socialista (forjado sobre uma economia planificada e estatal). A partir de meados da década de 1980, passamos a ter uma nova Regionalização, com um mundo dividido em Norte (países desenvolvidos), Sul (países subdesenvolvidos) e Economias de Transição (antigos países socialistas).

            A definição do que seja um país do Norte ou do Sul, por exemplo, nem sempre é tarefa fácil, especialmente naqueles casos onde o IDH do país sob análise encontra-se num patamar intermediário, como o Brasil (alguns autores o colocam no grupo de IDH elevado!). Não bastasse isso, a regionalização que hoje se tem, corre o risco de sucumbir frente às crises globais como a que hoje assistimos, podendo nascer (se é que já não nasceu!) tanto uma nova Ordem Mundial, como uma nova Regionalização. A Europa, por exemplo, vive hoje uma séria crise econômica, com características parecidas com aquela que há poucos anos abalou a maior economia do planeta.

           
Porto Alegre, 2011.

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