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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Processo de Urbanização


O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO
Prof. Gilvan

            Vive-se hoje num mundo globalizado. Uma de suas características é a tendência, cada vez mais acentuada, dos países da Terra – independentemente de pertencerem ao Norte (desenvolvidos), ao Sul (subdesenvolvidos) ou às Economias de Transição (antigos países socialistas) – em caminharem em direção à urbanização, com a população concentrada mais nos centros urbanos e menos no meio dito rural. As causas e conseqüências associadas ao chamado êxodo rural (migração do campo para cidade) são, por certo, inúmeras, como veremos mais adiante.

            A história do chamado mundo ocidental pode ser traçada pela clássica “linha de tempo”. Na Pré-História, bem como nas ditas Idades Antiga, Média e Moderna, a população mundial mostrava-se, especialmente nos períodos mais remotos, por demais rarefeita, ou seja, distribuída na zona rural, sendo as concentrações “urbanas” pouco comuns, quando inexistentes. A Revolução Industrial (a partir de meados do século XVIII e, principalmente, no século XIX) representou um marco no que tange ao processo de mudança do perfil anterior. Desde então, especialmente naqueles países onde a indústria mais cresceu (Europa, algumas poucas regiões da Ásia e da América), a população passou a concentrar-se muito mais no meio urbano que rural, criando-se como que um “ciclo vicioso”, onde as pessoas se dirigiam às cidades porque estas ofereciam mais oportunidades de trabalho e renda principalmente por causa das indústrias, ao mesmo tempo que as indústrias se concentravam mais nas cidades porque lá estava a maior parte da mão-de-obra e do mercado consumidor, ambos, ingredientes indispensáveis à atividade industrial. Assim, na virada da Idade Moderna para a Contemporânea, pode-se falar, finalmente, em urbanização. Sabe-se, contudo, que algumas regiões da Ásia e da África, por exemplo, seguem apresentando características mais rurais do que urbanas.

            A “linha de tempo” do Brasil, por sua vez, no que tange ao processo de urbanização, difere da apresentada anteriormente. Na Pré-História, bem como nos períodos Pré-Colonial (1500-1530), Colonial (1530-1822) e Imperial (1822-1889), é temerário falar-se em urbanização, haja visto o país à época ter características preponderantemente, às vezes totalmente, rurais. É na República (1889 aos dias de hoje) que, finalmente, o Brasil – aos poucos – vais deixando para trás suas características rurais e, cada vez mais, assume ares de um país urbano. Nesse processo, merecem destaque períodos como a chamada Era Vargas (1930-1945 e 1951-1954), o governo JK (1956-1961) e o período da Ditadura Militar (1964-1985), todos eles momentos de enorme crescimento industrial.

            Não se quer aqui, vale lembrar, glorificar e nem tampouco criticar o processo de urbanização, seja ele mundial ou nacional, mas, isto sim, trabalhar sob a ótica da constatação e da análise crítica, observando seus aspectos negativos e positivos, suas causas e conseqüências, suas relações com inúmeras outras questões de ordem econômica, política, social e ambiental, por exemplo.

Gravataí, 2011.

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