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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Ordem Mundial

             
A ORDEM MUNDIAL
Prof. Gilvan

            Ordem Mundial, o que significa? Poderíamos defini-la como sendo a relação que se estabelece entre os Estados da Terra, relação esta em todos os campos possíveis, especialmente político, econômico, militar e cultural. Vale lembrar que a relação entre os povos é mutável, pois as relações humanas (e os Estados são formados por pessoas!) mudam. Uma era a relação que tínhamos com nossos pais quando éramos criança, outra é a relação que temos hoje. Semelhantemente, a relação entre os Estados. Antes da chamada “independência” (1822), por exemplo, Brasil e Portugal tinham uma relação pautada no Pacto Colonial, ou seja, era uma relação assentada na subalternidade da Colônia (Brasil) em relação à Metrópole (Portugal). Hoje, sabemos, a relação entre os dois países é completamente diferente, pois são dois Estados soberanos[1].
            Antes da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Ordem Mundial era “multipolar”, isto porque alguns países assumiam um papel de hegemonia em relação  aos demais. Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Japão e União Soviética despontavam como grandes potências, tendo em comum, principalmente, o poder militar que possuíam. A Guerra, contudo, fragilizou tais países, tanto vencedores quanto vencidos. Além do prejuízo humano (milhões de seres humanos perderam a vida, foram mutilados, tiveram suas famílias desestruturadas), sofreram forte abalo econômico e militar. Das cinzas da Segunda Guerra nasceu uma nova Ordem Mundial, “bipolar”, pois que assentada na disputa – principalmente ideológica – entre Socialismo (liderado pela União Soviética) e Capitalismo (liderado pelos Estados Unidos, o grande “beneficiado” com a Segunda Guerra). Foi um período marcado, sobretudo, pela chamada “Guerra Fria”. Tal Ordem (1945 – 1985) ruiu com a crise do bloco soviético, onde assistimos, inclusive, a desintegração da própria URSS (1992). A partir de meados da década de 1980, passamos a ter então uma nova (e atual) Ordem, esta “multipolar” (alguns autores defendem ser “monopolar”), com a hegemonia de alguns poucos Estados (praticamente os mesmos de antes da Segunda Guerra), mas não mais assentados no poder militar e sim no poder econômico, com a formação de poderosos blocos como a União Européia. Contudo, a atual Ordem vem passando por profundas transformações, merecendo destaque a ascensão da China como segunda maior economia mundial[2] e a crise que vem abalando a hegemonia norte-americana.
Porto Alegre, 2011.


[1] Deve-se lembrar, inclusive que o Brasil – do ponto de vista da economia global – exerce um papel de muito maior relevância do que aquele exercido por sua antiga metrópole.
[2] A China ultrapassou o Japão. Este, não bastasse a ascensão de um antigo desafeto ainda vem sofrendo com a “fúria” da natureza (em março de 2011 foi abalado por fortes terremotos).

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