DESASTRES AMBIENTAIS: RESPONSABILIDADE DE QUEM?
Prof. Gilvan
Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Vulcões, terremotos, maremotos, tsunamis, chuvas torrenciais, estiagens intermináveis... Os
chamados desastres ambientais suscitam inúmeras reflexões. A primeira delas:
desastre para quem? Para natureza, em princípio, absolutamente não! Afinal,
vale lembrar, a história de nosso planeta (4,5 bilhões de anos) sempre esteve
marcada pelos “eventos” em questão. Mais do que um problema, eles representam o
próprio “pulsar” da Terra. Denunciam a dinâmica desta última, contribuindo –
não raras vezes – para obtenção do necessário equilíbrio. Os abalos sísmicos
contribuem, por exemplo, para a justaposição das placas tectônicas. Os vulcões,
por sua vez, liberam a poderosa energia do magma concentrado no centro do
planeta. Depreende-se, portanto, da primeira reflexão, que a eventual
catástrofe é para o homem, mas não o é para a Terra. A segunda questão que
surge da discussão diz respeito ao nosso papel frente aos fenômenos naturais.
Por que sofremos? Por que alguns sofrem mais do que outros? Por que, por
exemplo, terremotos de grandes magnitudes produzem poucos estragos em algumas
regiões, enquanto abalos de menor proporção arrasam populações inteiras? Por
que o mesmo tipo de fenômeno passa despercebido aqui, enquanto acolá dizima
povoados, vilas e cidades? O que se vê, na verdade, é que as consequências dos
fenômenos naturais são, quase sempre, diretamente proporcionais à qualidade de
vida dos países envolvidos. Assim, pode-se dizer que, em grande parte, os
chamados “desastres ambientais” são uma questão (também) política. Há uma profunda
e histórica relação entre políticas públicas (ou a falta delas) e as
consequências advindas dos eventos naturais. Países onde prevalece o descaso
com saneamento, saúde, infraestrutura, educação, segurança tendem a sofrer
infinitamente mais do que aqueles onde o Estado mantém uma relação de “coesão”
(respeito) com a sociedade. Portanto, não parece correto e nem tampouco
inteligente lançar sobre a natureza a responsabilidade sobre eventuais (às
vezes não tão eventuais...) desastres materiais e/ou humanitários. Até porque a
Terra seguirá, indiferente, seu curso, de uma forma ou de outra. Ao homem cabe
usar de todos os meios para minimizar os danos decorrentes dos “ajustes” naturais,
meios estes que passam necessariamente por investimentos na qualidade de vida
da população.
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