MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
Prof. Gilvan
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O deslocamento de grupos de pessoas acompanha a própria
trajetória da humanidade. Na Pré-História, por exemplo, ao que tudo indica, eram
bastante comuns os movimentos migratórios, até porque os homens à época eram,
na sua maioria, nômades. A busca de comida e abrigo era importante fator instigador
do deslocamento do homem, tanto do Paleolítico, quanto do Neolítico ou, ainda,
do período posterior, conhecido como Idade dos Metais. Na Antiguidade, inúmeros
são os relatos de movimentos migratórios. Alguns deles, vale lembrar, trazidos
na Bíblia como, por exemplo, o do Êxodo, onde os hebreus deixaram o Egito dos
faraós em direção à chamada Terra Prometida. Na Idade Média, por sua vez,
tivemos – por exemplo – as Cruzadas, onde milhares de pessoas aventuraram-se por
terras desconhecidas em nome da Guerra santa, envolvendo cristãos e mouros
(adeptos do Islamismo). Na Modernidade, entre os séculos XV e XVIII, como
esquecer do “Desencravamento Planetário”, já trabalhado em aula, onde os mundos
europeu e americano passaram a dar ensejo ao Pacto Colonial, sendo por demais
comuns os movimentos migratórios de portugueses, espanhóis, ingleses, entre
outros, em direção ao chamado Novo Mundo. Teve, ainda, levas e levas de
africanos sendo comercializados como mão-de-obra escrava, sendo obrigados a
abandonarem seu continente de origem. Na Idade Contemporânea, finalmente, não
tem sido incomum as migrações[1]
de todos os tipos, sejam elas externas (imigrações e emigrações) ou internas
(Êxodo Rural, Movimento Pendular, etc.).
As causas dos movimentos migratórios são inúmeras e,
não raras vezes, complexas. Merecem destaque questões bélicas (guerras civis e
entre países), econômicas (crises econômicas que impulsionam a emigração),
religiosas (peregrinações), naturais (cataclismos como, por exemplo,
terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas), entre outras. No que tange às
consequências, as migrações alteram, por exemplo, o quadro populacional dos
países (população absoluta e população relativa) e da distribuição das pessoas no
interior dos mesmos. Mais do que isso. Os movimentos migratórios tendem a
tensionar positiva ou negativamente a qualidade de vida de um país. Podem, por
um lado, aumentar as desigualdades sociais, como podem – por outro –
representar um ganho para as indústrias e para a economia do país como um todo.
Os movimentos migratórios podem ser “externos” ou “internos”.
Quanto aos primeiros, pode-se falar em imigrações e emigrações, conforme o
fluxo de entrada ou saída de pessoas, respectivamente, de um país. Já os “internos”
são as migrações ocorridas no interior do próprio país, podendo ser citados a
título de exemplificação, o Êxodo Rural (saída do campo em direção à cidade), a
Transumância (também conhecida como Movimento Sazonal, pois ocorre em
determinadas épocas do ano, sendo relativamente comum no Nordeste do Brasil,
envolvendo o Sertão e a Zona da Mata) e o Movimento Pendular (é o vai-e-vem
diário ocorrido, por exemplo, nas regiões metropolitanas, onde contingentes de
pessoas saem de suas cidades para trabalharem em outra, retornando ao final do
dia).
Os movimentos migratórios (internos e externos)
tiveram e seguem tendo uma enorme influência no quadro populacional do Brasil,
com indisfarçáveis reflexos nos campos econômicos, social, político, etc. Daí a
necessidade de debruçar-se sobre o tema, sob um olhar crítico, objetivando não
apenas a compreensão do fenômeno em questão, mas a busca de saídas que
viabilizem a construção de uma sociedade menos desigual.
[1]
Aqui entendidas como movimentos migratórios. Alguns autores preferem usar o
termo “migrações” apenas para os movimentos migratórios que ocorrem no interior
do próprio país.
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