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terça-feira, 17 de abril de 2012

GLOBALIZAÇÃO

GLOBALIZAÇÃO
Prof. Gilvan
Blog: profgilvanteixeira.blogspot.com

                Globalização pode ser definida de inúmeras formas. Aqui se adota como conceito, sendo um processo incontrolável, dinâmico e mundial de interdependência, por exemplo, política, econômica e cultural entre os países. Trocando em miúdos: o que ocorre fora de nossa cidade, estado ou país guarda relação, às vezes mais e às vezes menos, com nosso dia-a-dia. Por outro lado, o que fazemos ou deixamos de fazer enquanto indivíduos ou coletividade (país, por exemplo) também se reflete sobre a economia, a sociedade, a cultura e a política de outros povos, por mais longínquos que possam parecer.

                É inegável que o Capitalismo, como modo de produção, fomentou (e foi fomentado, numa relação dita dialética) o processo de globalização. Muitos autores têm assinalado que a origem da mesma encontra-se no período correspondente à passagem da Idade Média para a Moderna, mais precisamente nas Grandes Navegações. À época, vale lembrar, o mundo (em especial a Europa) viveu uma espécie de “desencravamento planetário”, ou seja, restou clara a expansão das fronteiras até então conhecidas. A busca de fontes de matérias-primas e mercado consumidor não apenas reforçou a concentração de riquezas por parte de alguns países, mas instigou o contato – quase sempre nefasto – entre culturas por demais distintas como, por exemplo, a portuguesa e a dos povos que ocupavam o Brasil antes do famigerado “descobrimento”. Mais tarde, já na segunda metade do século XVIII e primeira do XIX, a Revolução Industrial aguçou o processo globalizante. As novas técnicas produtivas e o advento das fábricas, sob o manto do Liberalismo Econômico, permitiram um gigantesco aumento na circulação de mercadorias. O lucro exacerbou-se, fazendo da mais-valia importante argumento em desfavor do Capitalismo. Apesar das lutas operárias, impulsionadas por teorias como aquela defendida nas obras de Marx e Engels, o modelo econômico fundado no mercado não arrefeceu, pelo contrário, expandiu-se pelo mundo afora. A partir de então, não apenas a Inglaterra, mas também outros países da Europa, assim como Estados Unidos e Japão – por exemplo – tomaram a dianteira entre as grandes potências econômicas do mundo. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) inaugurou uma nova Ordem Mundial, onde o Capitalismo e o Socialismo passaram a disputar a hegemonia sobre a Terra. A Guerra Fria, em que pese o conflito ideológico existente, não foi capaz de frear o processo da Globalização. Esta se fortaleceu, mais ainda, a partir da década de 1970, onde o mundo passou a assistir uma Revolução Tecnológica, onde à medida que se avança em direção aos dias de hoje, cresce a interdependência entre os povos da Terra.

                A Globalização traz consigo inúmeras consequências. Não são incomuns paradoxos. Por um lado, os meios de comunicação têm permitido (para quem pode pagar!) o contato instantâneo entre as pessoas, por mais distantes que estejam. Por outro, nunca foi tão flagrante a frieza e superficialidade das relações. Nunca a ciência e tecnologia estiveram tão avançadas, contudo a fome segue sendo uma terrível e vergonhosa “praga” a assolar enormes parcelas da população mundial. Enfim, os avanços trazidos pela Globalização são inegáveis, assim como o são alguns problemas a ela associados. Globalizam-se, por exemplo, culturas e “visões de mundo” de alguns países em detrimento de culturas locais. Exemplo disso é o conceito de “democracia” imposto ao mundo, democracia esta que casa com os ideais capitalistas, mas não, necessariamente, com os ideais de justiça, solidariedade, fraternidade e igualdade. A “fluidez” e os tempos “líquidos” trazidos pela Globalização se, por um lado, dinamizam as relações e as “horizontalizam”, tornando-as em princípio mais democráticas, por outro lado, o excesso de relativismo põe em risco valores e cria uma perigosa insegurança ética.                 

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