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quinta-feira, 5 de abril de 2012

ROSAS: ESPINHOS QUE ENSINAM

ROSAS: ESPINHOS QUE ENSINAM
Gilvan
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com


Quem já não cravou um espinho no dedo? Dói, não há como negar. Espinho de uma rosa, então...  A dor nasce não apenas da carne ferida, mas talvez da inegável decepção de ver tão bela e romanceada flor ferir a mão de quem a plantou, cuidou e regou. Passado o susto, logo se vê que aparente traição nada mais é do que ensinamento para a vida. Nem poderia ser diferente. A natureza da rosa é eterna. Apesar dos espinhos, não é ela quem fere. Somos nós, pobres mortais, que nos deixamos ferir, mesmo que inconscientemente. Alguns chamam de destino tal sina. Os espinhos da rosa têm enorme e especial jeito de ensinar. Ensinam que o amor é sempre belo, apesar de – às vezes – amargo e sofrido. Amor nem sempre se confunde com prazer. O desconforto é, por vezes, necessário. O amor exige, não muito raro, abnegação, renúncia, arrependimento. Requer um “voltar atrás” de vez em quando. Amar é falar a verdade, mesmo que para tanto se corra o risco de arrefecer a relação. Esta, quando sólida, como rocha, aguenta até mesmo as mais duras intempéries. Eventuais abalos, muito antes de revelarem fraqueza, denotam força, revelam confiança e só reforçam a certeza de que se está em porto seguro. A rosa, com seus espinhos, revela nossa natureza, humana. Revela, ainda, nossos paradoxos, fraquezas, ambiguidades e incertezas. A dor que nasce dos espinhos, por mais lancinante que para alguns possa parecer, é como que “dor de crescimento”. Não fosse ela, os dias, os aprendizados... tudo, absolutamente tudo, passaria despercebido. Seríamos eternamente ingênuos, nanicos do ponto de vista ético e espiritual. Precisamos dos espinhos da rosa. Cachoeirinha necessita semear flores que motivem crianças, jovens, adultos e idosos a construírem sonhos. Hoje, de areia quem sabe. Amanhã, talvez, sonhos que se transformem em novas verdades. Não certezas do tipo totalitário, mas relativas. Não verdades que, como ervas daninhas, sufocam as demais. Mas convicções que fomentem o embate de ideias e instiguem a tomada de decisões que sejam, de fato, coletivas. Deseja-se que os espinhos despertem para a vida, desacomodem, subvertam. Espera-se que, ao final, seja a rosa lembrada pelo aroma que exala e, sobretudo, pelos espinhos que ensinam.
                 

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