DIA
INTERNACIONAL DE COMBATE À CORRUPÇÃO
Gilvan
Teixeira
e-mail:
profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
O
dia 09 de dezembro foi escolhido pela Organização das Nações
Unidas como Dia Internacional de Combate à Corrupção. Iniciativa
esta interessante e seguida por muitos países, estados e municípios.
Cachoeirinha, por exemplo, por meio da Lei Municipal nº 4574, de
2019, decidiu por fazer
desse Dia um momento de reflexão voltada à conscientização dos
munícipes sobre a importância do controle social e da necessidade
de ampliação dos instrumentos destinados ao combate à impunidade.
O que é, afinal, “corrupção”? Inúmeras são as formas de
defini-la, tamanha sua variedade e complexidade. Dentre os conceitos
interessantes acerca do termo, destaco aqueles que associam a
corrupção à “deterioração”, “putrefação”, “modificação
ou adulteração das características originais de algo”. Não por
acaso, a corrupção é fétida, exala o mau cheiro da miséria
criada e aprofundada por ela. Mesmo a aparente limpeza dos corredores
e gabinetes de palácios, prefeituras, assembleias, câmaras e
tribunais é incapaz de neutralizar o azedume cadavérico que brota
das práticas espúrias que, histórica e diuturnamente, maculam as
relações de poder. A corrupção, sabemos, é um câncer em
avançado processo de metástase, que corrói o tecido social e lança
por terra qualquer esperança de dias melhores. Mostra-se presente e
estruturada nas organizações governamentais, intergovernamentais
(ONU, por exemplo), esportivas (FIFA, CBF, etc.), em governos dos
mais distintos matizes ideológicos (liberais, neoliberais,
socialistas, sociais-democratas, “direita”, “centro”,
“esquerda”…), partidos políticos, sindicatos patronais e de
trabalhadores, Poderes do Estado (Legislativo, Executivo,
Judiciário), órgãos de controladoria (Tribunais de Contas,
corregedorias), agências ditas “reguladoras”, conselhos de toda
ordem, empresas públicas e privadas… A lista é interminável,
como o são as formas em que a corrupção se manifesta. Feito
camaleão, essa praga faz uso de um diabólico mimetismo para se
reforçar e perpetuar em nosso meio. Coopta pessoas e as corrompe sem
nenhum pudor e não o conseguindo, as aniquila. Simples assim! Faz
uso dos aparelhos do Estado, impudica e descaradamente, sob o manto
da flagrante omissão – quando não o conluio – daqueles que, por
dever ético e/ou legal, deveriam zelar pelos princípios
republicanos. A corrupção, por certo, é a mãe dos maiores e mais
cruéis males da humanidade. Ela mata, oprime, humilha, aniquila
sonhos, destrói famílias, apodrece relações. Ao beneficiar alguns
poucos, prejudica a imensa maioria. O ouro que reveste a pocilga dos
corruptos, muitos deles togados e engravatados, contrasta com a
desesperança das verdadeiras joias (muitas delas iletradas,
calejadas, desdentadas) a madrugarem nas filas de hospitais, a
chorarem sobre o corpo do ente querido vítima da insegurança e
incompetência públicas, a vegetarem em meio a um ensino pífio, a
disputarem espaço num transporte sem o mínimo de conforto, a
buscarem o pão necessário à subsistência da família. A corrupção
se retroalimenta por meio, também, de práticas que por vezes soam
pequenas. Manifesta-se nas relações familiares, de amigos, de
trabalho, de consumo, na escola… Como identificá-la? Como
combatê-la? Inexiste receita, contudo o caminho passa necessária e
obrigatoriamente pelo “meu”, pelo “teu”, pelo “nosso”
posicionamento ético. Este precisa ser categórico, não
tergiversar, ser inegociável ainda que prejudicial aos interesses particulares. Somente assim construiremos um país melhor,
um estado menos injusto e uma cidade verdadeiramente para todos!
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