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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

DEUS NÃO ESTÁ MORTO


DEUS NÃO ESTÁ MORTO
Gilvan Teixeira
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br


                O filme homônimo[1] desperta algumas reflexões. Manter a fé e, principalmente, levá-la a outras pessoas por meio da evangelização tem se revelado um desafio cada vez mais árduo. Uma profunda e generalizada apostasia vem se fazendo presente, trazida pelos ares de um processo globalizante incontrolável e imensurável. É flagrante e notório o esfriamento da fé, especialmente daqueles que se autodenominam “cristãos”. Preocupados em “dançarem conforme a música” da famigerada pós-modernidade, onde os tempos se mostram “líquidos”, os novos adeptos do Cristianismo aderem a uma espécie de mimetismo, onde ao tentarem ser de tudo um pouco, acabam, ao final das contas, por não serem nada. Pior, não apenas abdicam de alguma coerência religiosa como ainda, muito comumente, condenam aqueles que buscam, a muito custo, conservar a tradição de fé. Não por acaso, algumas religiões, ou segmentos, que buscam manter a essência do pentecostalismo, catolicismo, islamismo e judaísmo, por exemplo, são vistas de soslaio pela maioria, quando não abertamente discriminadas e perseguidas. Professar a fé vem exigindo um esforço hercúleo e uma grande dose de convicção. É titubear, lá estamos nós na vala comum dos que fazem da religião tão somente um brinquedinho à mercê dos próprios caprichos, onde entronizamos o ego e perdemos de vista o verdadeiro sentido da existência humana. Mercantiliza-se a fé, como se mercantiliza qualquer outra mercadoria. Boa parte das igrejas, não por acaso, mais se parecem com shoppings ou centros comerciais. Vende-se e compra-se de quase tudo. O templo que outrora se transformara em feira e que despertara a indignação de Jesus pareceria um monastério diante da maioria das igrejas de hoje. Muitos são os pastores e padres que fazem do púlpito seu palco narcísico e vitrine para venda de DVDs, camisetas e rosas miraculosas. Têm, ao centro, não a pessoa de Cristo, mas a própria imagem, engordando a vaidade e, por vezes, recheando a algibeira com a contribuição dos fiéis. Contudo, boa parte – quero acreditar que a maioria – dos líderes religiosos, cumpre fielmente com o papel para eles reservado, qual seja o de levar a mensagem pautada no amor, no respeito, na valorização da vida e na esperança do porvir, a mesma esperança que, cambaleante, teima em resistir aos ataques (voluntários ou não, conscientes ou não...) daqueles que, muitas vezes, em nome de uma pretensa e irresponsável “liberdade de expressão” ofendem criminosa e despudoradamente os sentimentos e crenças de outrem. Jamais esqueçamos: quem semeia ódio, dificilmente irá colher amor. Quem planta intransigência, colherá tolerância? Não se deve – em nome de uma perniciosa, falsa e aleivosa democracia – tentar “matar” Deus, pois ao fazê-lo atenta-se contra todos aqueles que, convictamente, nele creem. Há neste mundo, sem dúvida, espaço para todos: ateus, agnósticos, judeus, muçulmanos, xintoístas, católicos, protestantes, animistas, budistas, hinduístas... Há espaço para os que dizem crer e para os que afirmam não crer. O que não deve haver, isto sim, é espaço para a intolerância e desrespeito ao outro, por maiores que sejam as diferenças. Quero ver respeitado e salvaguardado o meu (e de muitos outros!) direito de crença num Deus vivo, glorioso, poderoso e verdadeiro, num Deus amoroso e misericordioso, num Deus disposto a transformar vidas. Deus não está morto!




[1] God’s Not Dead é um filme de drama cristão, datado de 2014, dirigido por Harold Cronk.

Um comentário:

  1. Meu Mestre querido, me julgo incapaz de expressar com palavras minha eterna admiração por você. Ótimo texto, grande reflexão. Parabéns! Grande Beijo.

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