DEUS NÃO ESTÁ MORTO
Gilvan Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
O filme homônimo[1]
desperta algumas reflexões. Manter a fé e, principalmente, levá-la a outras
pessoas por meio da evangelização tem se revelado um desafio cada vez mais
árduo. Uma profunda e generalizada apostasia vem se fazendo presente, trazida
pelos ares de um processo globalizante incontrolável e imensurável. É flagrante
e notório o esfriamento da fé, especialmente daqueles que se autodenominam
“cristãos”. Preocupados em “dançarem conforme a música” da famigerada
pós-modernidade, onde os tempos se mostram “líquidos”, os novos adeptos do
Cristianismo aderem a uma espécie de mimetismo, onde ao tentarem ser de tudo um
pouco, acabam, ao final das contas, por não serem nada. Pior, não apenas
abdicam de alguma coerência religiosa como ainda, muito comumente, condenam
aqueles que buscam, a muito custo, conservar a tradição de fé. Não por acaso,
algumas religiões, ou segmentos, que buscam manter a essência do pentecostalismo,
catolicismo, islamismo e judaísmo, por exemplo, são vistas de soslaio pela
maioria, quando não abertamente discriminadas e perseguidas. Professar a fé vem
exigindo um esforço hercúleo e uma grande dose de convicção. É titubear, lá
estamos nós na vala comum dos que fazem da religião tão somente um brinquedinho
à mercê dos próprios caprichos, onde entronizamos o ego e perdemos de vista o
verdadeiro sentido da existência humana. Mercantiliza-se a fé, como se
mercantiliza qualquer outra mercadoria. Boa parte das igrejas, não por acaso,
mais se parecem com shoppings ou
centros comerciais. Vende-se e compra-se de quase tudo. O templo que outrora se
transformara em feira e que despertara a indignação de Jesus pareceria um
monastério diante da maioria das igrejas de hoje. Muitos são os pastores e
padres que fazem do púlpito seu palco narcísico e vitrine para venda de DVDs,
camisetas e rosas miraculosas. Têm, ao centro, não a pessoa de Cristo, mas a
própria imagem, engordando a vaidade e, por vezes, recheando a algibeira com a
contribuição dos fiéis. Contudo, boa parte – quero acreditar que a maioria –
dos líderes religiosos, cumpre fielmente com o papel para eles reservado, qual
seja o de levar a mensagem pautada no amor, no respeito, na valorização da vida
e na esperança do porvir, a mesma esperança que, cambaleante, teima em resistir
aos ataques (voluntários ou não, conscientes ou não...) daqueles que, muitas
vezes, em nome de uma pretensa e irresponsável “liberdade de expressão” ofendem
criminosa e despudoradamente os sentimentos e crenças de outrem. Jamais esqueçamos:
quem semeia ódio, dificilmente irá colher amor. Quem planta intransigência,
colherá tolerância? Não se deve – em nome de uma perniciosa, falsa e aleivosa
democracia – tentar “matar” Deus, pois ao fazê-lo atenta-se contra todos
aqueles que, convictamente, nele creem. Há neste mundo, sem dúvida, espaço para
todos: ateus, agnósticos, judeus, muçulmanos, xintoístas, católicos,
protestantes, animistas, budistas, hinduístas... Há espaço para os que dizem
crer e para os que afirmam não crer. O que não deve haver, isto sim, é espaço
para a intolerância e desrespeito ao outro, por maiores que sejam as diferenças. Quero
ver respeitado e salvaguardado o meu (e de muitos outros!) direito de crença
num Deus vivo, glorioso, poderoso e verdadeiro, num Deus amoroso e
misericordioso, num Deus disposto a transformar vidas. Deus não está morto!
Meu Mestre querido, me julgo incapaz de expressar com palavras minha eterna admiração por você. Ótimo texto, grande reflexão. Parabéns! Grande Beijo.
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