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sexta-feira, 10 de maio de 2013

QUARENTA SEMANAS




QUARENTA SEMANAS
Gilvan Teixeira
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br


                Parece cabala ou algo parecido. Quarenta traz consigo uma inquietante simbologia. Durante quarenta anos, um conhecido povo da Antiguidade perambulou pelo deserto. Quarenta é também o número de semanas da gestação de uma criança.  Coincidência? Acredito que não. O que é, senão um milagre o complexo processo que dá vida a um ser? Período de sonhos, dúvidas, medos, expectativas, ansiedades... Assim como a travessia no deserto. Acima de tudo, período de esperança, em que pese as intempéries, a aspereza do caminho ou a escassez de recursos. Teimosa esperança. Crença na vida. Fé. Difícil entender e, mais ainda, mensurar o amor de mãe. Como explicar tamanha abnegação? Abre ela, muitas vezes, mão de padrões de beleza, de vaidades, do lazer, tudo em nome de um “devir”. A mãe vê o que outros não veem. O que para maioria é deficiência, limitação e problema, para mãe é apenas “diferença”, potencial e missão. Ela ama até mesmo quem não se permite ser amado. Ama o que erra e o que engana, mesmo que o condene. Amor de mãe é incompreensível. Quem mais é capaz, sem titubear, de abrir mão da própria vida em prol de outrem? Deixar de comer em favor de quem tem fome? Rasgar o próprio ventre sem mostrar qualquer arrependimento? Semear durante anos, décadas, sem a certeza da colheita? Abdicar dos prazeres da carne e, ainda assim, sorrir? Pode haver sorriso mais lindo do que o dela? Para a mãe, sim: o do próprio fruto! Quem mais é capaz de chorar uma noite inteira a pensar no filho que se foi ou naquele que não chega e, apesar disso, trazer ao raiar do dia o semblante sem denunciar a tristeza da véspera? Somente a mãe é capaz de acolher a todos, encher a casa aos domingos, cozer, lavar, secar, dobrar, passar e, depois de tudo isso, sentir saudades dos seus tão logo estes se vão. Daí esta singela homenagem às mães, a começar pela minha: Geci, Rosana, Irena, Alma, Clarice, Liane, Cátia, Aline, Carmem, Nair, Élsia, Angelita ... Mães de todas as idades, etnias, ideologias, crenças, nacionalidades, condições socioeconômicas... Mães sadias e enfermas. Mães empresárias, empregadas, aposentadas. Mães extrovertidas ou não. Vegetarianas, alternativas, adeptas das massas, carnes e sopas de todos os tipos. Mães urbanas e rurais. Cultas e analfabetas. Mães que sofrem, que covardemente apanham, que denunciam... Delegadas, presidiárias, médicas, interditadas, odontólogas, desdentadas... Parabéns a todas as mães !!! 

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