RELAÇÕES SOCIAIS E
INSTITUIÇÕES DE PODER
Prof. Gilvan
Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
Blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Nem
sempre é fácil ou prazeroso seguir regras, não é mesmo? Ainda assim, elas são
necessárias, indispensáveis numa sociedade, desde as mais simples (povos da
floresta, por exemplo) às mais complexas. Obviamente, numa sociedade
democrática, as regras precisam ser oportunas, justas, factíveis e necessárias,
por exemplo, jamais violando direitos humanos básicos e fundamentais. As
principais instituições responsáveis por ditarem as regras são a família (mais
antiga dentre todas), a Igreja, o Estado e a escola. Importante lembrar,
contudo, que algumas dessas regras são erga omnes (as do Estado) e
outras não.
As
regras, assim como quem as dita, passaram e seguirão passando por mudanças. Não
surpreende! A família no mundo ocidental, por exemplo, no passado era vista
como uma instituição “natural”, “biológica” e “imexível”, diferentemente da
concepção moderna que vê a família de forma muito mais ampla, abrindo espaço
para as relações monoparentais e homoafetivas, por exemplo. Hoje, a instituição
“família” é vista nas chamadas sociedades democráticas como “cultural”, “histórica”
e, portanto, “mutável”. Todavia, a família hodierna e a de tempos pretéritos
têm em comum o fato de serem espaços “paradoxais”, onde podem preponderar o
respeito, o amor e o afeto ou, por outro lado, podem ser fonte de dor e
sofrimento. Infelizmente, a maior parte da violação de direitos contra mulheres,
idosos e crianças, por exemplo, ocorrem no seio familiar.
Outra
instituição do mundo ocidental que mudou muito foi a Igreja (católica). Deixou
para trás o triste, vergonhoso e inaceitável papel que exercia na Idade Média
para se tornar – apesar dos inúmeros problemas (dos quais nenhuma denominação
religiosa está a salvo, importante dizer) – importante ferramenta de luta pela
justiça social.
As
“mudanças nas regras do jogo” institucional acompanham de forma dialética as
questões de ordem moral. Exemplo disso é a escravização que, noutros tempos,
era tida como aceitável e hoje é vista na maioria dos países como algo hediondo
e criminoso. O próprio Estado que a legitimava, impulsionava e, por vezes,
patrocinava, também foi se modificando ao longo do tempo. Deixou para trás sua
forma “absolutista” e deu lugar ao que conhecemos como Estado de direitos.
Na
construção de uma sociedade democrática têm sido fundamentais as organizações
sociais, como os sindicatos, as ONGs e os grêmios estudantis. Apresentam
problemas? Claro, sem dúvida, afinal refletem – assim como o Estado, a Igreja,
a família, etc. – o que somos enquanto sujeitos e sociedade. Indivíduos e
sociedades eivadas de vícios jamais construirão instituições confiáveis, justas
e solidárias. A responsabilidade da cidade/estado/país que temos é de cada um e
cada uma. Precisamos, como filhos, pais, alunos, professores, empregados,
patrões, eleitores, mandatários de cargos públicos, fazer o nosso melhor.
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