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domingo, 12 de janeiro de 2025

RELAÇÕES SOCIAIS E INSTITUIÇÕES DE PODER

 

RELAÇÕES SOCIAIS E INSTITUIÇÕES DE PODER

Prof. Gilvan Teixeira

e-mail: profpreto@gmail.com

Blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br

 

 

            Nem sempre é fácil ou prazeroso seguir regras, não é mesmo? Ainda assim, elas são necessárias, indispensáveis numa sociedade, desde as mais simples (povos da floresta, por exemplo) às mais complexas. Obviamente, numa sociedade democrática, as regras precisam ser oportunas, justas, factíveis e necessárias, por exemplo, jamais violando direitos humanos básicos e fundamentais. As principais instituições responsáveis por ditarem as regras são a família (mais antiga dentre todas), a Igreja, o Estado e a escola. Importante lembrar, contudo, que algumas dessas regras são erga omnes (as do Estado) e outras não.

            As regras, assim como quem as dita, passaram e seguirão passando por mudanças. Não surpreende! A família no mundo ocidental, por exemplo, no passado era vista como uma instituição “natural”, “biológica” e “imexível”, diferentemente da concepção moderna que vê a família de forma muito mais ampla, abrindo espaço para as relações monoparentais e homoafetivas, por exemplo. Hoje, a instituição “família” é vista nas chamadas sociedades democráticas como “cultural”, “histórica” e, portanto, “mutável”. Todavia, a família hodierna e a de tempos pretéritos têm em comum o fato de serem espaços “paradoxais”, onde podem preponderar o respeito, o amor e o afeto ou, por outro lado, podem ser fonte de dor e sofrimento. Infelizmente, a maior parte da violação de direitos contra mulheres, idosos e crianças, por exemplo, ocorrem no seio familiar.

            Outra instituição do mundo ocidental que mudou muito foi a Igreja (católica). Deixou para trás o triste, vergonhoso e inaceitável papel que exercia na Idade Média para se tornar – apesar dos inúmeros problemas (dos quais nenhuma denominação religiosa está a salvo, importante dizer) – importante ferramenta de luta pela justiça social.

            As “mudanças nas regras do jogo” institucional acompanham de forma dialética as questões de ordem moral. Exemplo disso é a escravização que, noutros tempos, era tida como aceitável e hoje é vista na maioria dos países como algo hediondo e criminoso. O próprio Estado que a legitimava, impulsionava e, por vezes, patrocinava, também foi se modificando ao longo do tempo. Deixou para trás sua forma “absolutista” e deu lugar ao que conhecemos como Estado de direitos.

            Na construção de uma sociedade democrática têm sido fundamentais as organizações sociais, como os sindicatos, as ONGs e os grêmios estudantis. Apresentam problemas? Claro, sem dúvida, afinal refletem – assim como o Estado, a Igreja, a família, etc. – o que somos enquanto sujeitos e sociedade. Indivíduos e sociedades eivadas de vícios jamais construirão instituições confiáveis, justas e solidárias. A responsabilidade da cidade/estado/país que temos é de cada um e cada uma. Precisamos, como filhos, pais, alunos, professores, empregados, patrões, eleitores, mandatários de cargos públicos, fazer o nosso melhor.

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