DISCURSO FORMATURA EJA 2015-1
Prof. Gilvan
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Boa noite!
Saúdo à mesa, aos convidados e, de
forma muito especial, aos formandos. Nada pode e, nem tampouco, deve nos
separar de nossos sonhos. Nem surto de meningite, nem crise econômica, nem
instabilidade política, nem mesmo o tempo... Este, por sinal, talvez por ser “eterno”,
é sábio. Passamos nós, ele não. Passam as dificuldades, as paixões, os mandatos.
O tempo permanece incólume. Pode, aparentemente, tardar, porém certa e
inevitavelmente chegará. Prova disso, é que estamos aqui. Não por acaso, o
tempo postergou a presente Formatura. Sabem por quê? Assim como o bom vinho,
envelhecido em barris de carvalho, vocês são especiais. Por isso a demora.
Perderia muito da graça o casamento sem o tradicional atraso da noiva, ou a
viagem sem a expectativa da criança que, a cada curva, inquire os pais sobre o
ponto de chegada. Esta Formatura não é diferente. Chegou na hora certa, no
momento e do jeito que deveria chegar. Olhem para vocês, formandos. Estão
lindos! Seus semblantes denunciam uma incontida alegria a disputar espaço com a
esperança de ser este momento um divisor de águas, cuja ponte é a força de vontade
de cada um e cada uma de vocês. Quanta correnteza, heim? Quantas quedas e
galhos pelo caminho, muitos deles – feito mãos inimigas – tentando vos
submergirem? Pedras de todo tamanho e forma a machucarem não apenas o corpo,
mas por vezes a própria alma, numa vã tentativa de vos fazerem desistir. Resolutos,
contudo, vocês persistiram, apesar de cansados. Fizeram dos obstáculos,
intransponíveis muralhas ante o pessimismo e o derrotismo. Transformaram os
“nãos” da vida em antídoto contra as agruras típicas de um país que não
valoriza o conhecimento e a pesquisa, um país que teima em sabotar o presente
em nome de um futuro que jamais chega. Um país que precisa de vocês, como
estudantes, trabalhadores, pais e mães de família, cidadãos e cidadãs. Sejam o
que sejam, façam o que façam, jamais abram mão da ética, do respeito, da
solidariedade e cumplicidade com o “outro”. Não escamoteiem a verdade e
resistam ao canto da vaidade que, em nome de interesses espúrios, faz adoecer a
sociedade. Guardem na memória o que há de melhor de seus familiares, amigos,
colegas e professores. Destes, jamais esqueçam, ainda, os ensinamentos. Não
tanto os cálculos, a gramática ou um que outro conceito da Geografia, mas,
sobretudo, o apego à vida e à certeza de que um novo horizonte é possível, mais
feliz, sadio e fraterno! Sejam felizes.
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