A GLOBALIZAÇÃO E OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
Prof. Gilvan
Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Historicamente, sempre houve a migração do homem de
um lugar para outro. Já na Pré-História, tudo leva a crer que grupos humanos
deslocavam-se à procura de alimentos ou, então, impelidos por outras questões
de sobrevivência. A Idade Antiga, por sua vez, é rica em exemplos de grandes
fluxos migratórios. O Êxodo bíblico e a ocupação (“invasão”) bárbara sobre o
Império Romano ilustram a assertiva. Na virada da Idade Média para a Moderna,
tivemos o chamado “desencravamento” planetário, onde uma grande leva de
europeus singrou o Atlântico em direção ao chamado Novo Mundo. No século XIX,
tivemos – no caso do Rio Grande do Sul – uma intensa onda migratória,
principalmente de alemães e italianos. Conclui-se, portanto, que as migrações
de toda ordem antecedem a Globalização.
Quanto às migrações internacionais, podemos falar em “imigração”
(chamada, ainda de movimento de “atração” ou de “afluxo”) e “emigração” (“repulsão”
ou “refluxo”). Enquanto a primeira diz respeito à entrada de pessoas no país, a
última representa o movimento inverso, ou seja, o de saída de pessoas do país
em direção a outro. Resta claro, portanto, que ambos os movimentos representam
dois lados de uma mesma moeda. Um inexiste sem o outro. Dentre as principais
causas dos fluxos migratórios internacionais, podemos citar os conflitos armados,
os desastres ambientais e, principalmente, as questões de ordem socioeconômica.
A busca por melhores condições de vida tem sido a grande força propulsora para
o deslocamento de pessoas, seja no âmbito interno, seja, ainda, na esfera
internacional. As consequências advindas dos movimentos migratórios internacionais
são inúmeras. Uma delas, a mais óbvia, diga-se de passagem, é a alteração no
número de pessoas dos países envolvidos. Outra é a sobrecarga, por vezes, em
relação aos serviços públicos. Não por acaso, tem sido acentuada a resistência,
principalmente por parte dos países desenvolvidos no que tange à acolhida dos
imigrantes. Estes, quase sempre, são vistos como um verdadeiro problema,
portanto mal quistos e indesejados.
Quanto às migrações internas, podemos destacar o Êxodo
Rural (saída do campo em direção à cidade), os Movimentos Sazonais (ou
Transumância) e, finalmente, o chamado Movimento Pendular. Quanto ao Êxodo
Rural, ao menos no Brasil, hoje perdeu força comparado ao passado. Ao contrário
do período que se estendeu, principalmente, entre as décadas de 1930 e 1980,
quando o país transformou-se em “urbano”, aos poucos tais migrações vêm se
amainando. Já não têm sido tão comuns. O que se vê, hoje, é uma espécie de
Êxodo às avessas, onde tem sido comum a “fuga” em direção às zonas mais
afastadas dos grandes centros urbanos, fenômeno este motivado pelos altos
preços das áreas urbanas, pela violência, pelo trânsito caótico e pela vida
comprovadamente estressante em meio à “selva” de concreto em que se
transformaram as principais cidades do país. Quanto aos Movimentos Sazonais,
podem ser facilmente exemplificados através daquilo que se vê no Nordeste
brasileiro. O sertanejo, no período de seca no Sertão, migra em direção à Zona
da Mata, seja fugindo da estiagem, seja ainda na busca de trabalho junto às
fazendas produtoras de cana-de-açúcar. Quando retorna o período de chuvas no
Sertão, o que coincide com o fim da colheita da cana, o sertanejo volta para o
local de origem. Finalmente, o Movimento Pendular é aquele onde o sujeito sai,
diariamente, de sua cidade em direção à outra para trabalhar, retornando ao
término do dia. Tal fenômeno é comum junto às chamadas “regiões metropolitanas”,
onde o processo de conurbação é mais acentuado.
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