DISCURSO DE FORMATURA
Gilvan Teixeira
Boa tarde.
Cumprimento o Professor Paulo
Conceição, representando o Tribunal de Mediação e Arbitragem do Estado do Rio
Grande do Sul, e, ao fazê-lo, cumprimento toda mesa, convidados e, de forma
muito especial, meus queridos colegas. Nossa jornada, da inscrição no Curso à
presente Formatura, apesar de não muito longa, como que espelhou a própria
vida, com intempéries, dúvidas, embates e, por que não dizer, desconfianças. Apesar
disso, ou quem sabe “por isso” – dizem que é em meio ao mar encapelado que nos
tornamos melhores – seguimos, teimosamente, em frente, fazendo valer a crença
na capacidade do ser humano de transformar a realidade, por mais dura e opaca
que possa parecer. Não por acaso, optamos pela nobre tarefa de sermos arautos
e, sobretudo, operadores da mediação como forma de dirimir conflitos, opção
esta assentada no diálogo e confiança entre as partes, pressupostos indispensáveis
para a construção de saídas capazes não apenas de desafogarem o Judiciário,
mas, sobretudo, de fortalecerem a teia social por meio de um instrumento de
justiça marcado pela celeridade e grande probabilidade de sucesso.
Ao optarmos pela atuação como juízes
mediadores revelamos a intenção de auscultarmos as partes, despojados de ranços
e preconceitos. A nobre função, revestida de imensurável responsabilidade,
exigirá de cada um de nós competência, equilíbrio, sobriedade, ética,
ponderação, respeito ao ordenamento jurídico, bem como estudo e muita
organização. Exigirá, ainda, uma constante e sólida parceria, virtuosa
cumplicidade e trabalho colaborativo. Eventuais antipatias, dissabores, implicâncias
e animosidades precisam ser trabalhadas e transformadas em força propulsora,
convergindo para o interesse coletivo e qualificação de nosso trabalho. Quem
ganha com isso? Todos! Ganham o TMA e sua seccional. Ganha, sobretudo, o
município de Gravataí ao poder contar com um Tribunal mais “humanizado”,
acolhedor e sensível às demandas existentes.
Não poderia encerrar esta singela
fala sem elogiar meus colegas. Apesar das inúmeras dificuldades, desencontros e
algumas frustrações, não titubeamos. Seguimos em direção ao norte por nós
estabelecido, qual seja, o de sermos, de fato e de direito, juízes mediadores. Para
isso, contamos com o apoio incondicional de nossos familiares. Por isso,
obrigado. Agradecemos, ainda, à Escola Técnica Sul Ensino, instituição que nos
acolheu durante toda formação e ofereceu seu espaço para instalação do
TMA-Seccional Gravataí. Nosso reconhecimento aos professores Paulo e Elisabete que,
competente e pacientemente, nos deram o embasamento teórico necessário. Nossa
deferência, ainda, aos colegas da turma anterior pelo apoio, companheirismo e
sementes lançadas no caminho.
Finalmente, desejo muitas bênçãos e
sucesso a nós, formandos nesta tarde. Façamos do Tribunal de Mediação e
Arbitragem, Seccional Gravataí, uma exemplar ferramenta para solução de
conflitos, ferramenta esta que deve representar uma mudança de paradigma, de
forma a superarmos a cultura da judicialização tradicional, notoriamente
incapaz de dar à sociedade as respostas esperadas. Parabéns!
Nenhum comentário:
Postar um comentário