A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO
Prof. Gilvan Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Quem balança nosso “berço
esplêndido”? A quem temos delegado tamanha responsabilidade? O Sete de
Setembro, como a Páscoa ou Finados, é um ótimo momento para reflexão acerca da
vida ou da morte, da esperança ou da finitude, do porvir ou do ocaso. Qual é a
história que desejamos escrever? Qual é o caminho que escolheremos trilhar?
Qual é a força que pretendemos atribuir ao passado? Se “determinante”, então
teremos de conviver, inevitável e fatalmente, com os descalabros por ele
produzidos. Neste caso, sentemos e choremos ante tanta desigualdade social,
corrupção, malversação do dinheiro público, indiferença com a educação, saúde e
segurança. Porém, se – por outro lado – optarmos por fazer do nosso passado uma
fonte inspiradora e propulsora de transformações, aí sim haverá espaço para
subvertermos o triste e cruel status quo. A política nacional tem sido
palco por onde desfilam “babás” da pior espécie. Desonestas, hipócritas,
prepotentes, mentirosas, larápias e corruptas. Assim como a personagem
criminosa do filme homônimo, aqueles que deveriam cuidar e servir a este país,
o traem, o enganam, o fazem morrer à míngua, roubando-lhe o último suspiro.
Tamanha vilania se agrava e se perpetua, alimentada que é por eleitores
omissos, ignorantes, avessos à reflexão política e destituídos de memória. Como
cães, retornam ao próprio vômito. Feito “corno manso”, traídos são pelas
rameiras da política, candidatos que vendem a própria consciência e negociam a
dignidade em troca dos votos que levam à dita “Casa do Povo” ou ao Executivo.
São sabedores da deslealdade e da perfídia, porém com elas mantêm uma relação
de hipocrisia e fingimento. Eleitores que tecem discursos inflamados, porém
reproduzem, muito comumente, os mesmos vícios por eles condenados. O Brasil
chora, enlutado pela violência desmedida e sem controle, entregue que está ao
crime infinitamente mais “organizado” do que o próprio Estado. O país está em
prantos ante a fome que assola milhões e milhões de nossos irmãos. A nação se
contorce de dor, jogado às moscas frente à vergonhosa precariedade do
(des)serviço de saúde pública. O “gigante” se apequena diante do dantesco
quadro da educação, onde – enquanto alguns poucos enriquecem – professores são
explorados e alunos relegados a uma (de)formação de péssima qualidade. Sobre o
berço, a penumbra sombria de uma história marcada pelo descaso, instabilidade
política e promiscuidade partidária. Fantasmas, com suas enormes togas negras,
como abutres à espreita, sobrevoam a “criança”, aguardando a morte tida como
certa. O que era para ser sonho virou pesadelo e o que deveria ser sono tem se
transformado em morte. Qual é o futuro que se desenha, senão o triste
infortúnio de gerações vindouras natimortas? Mesmo a esperança, ainda que um
fiozinho, tem sucumbido sob a insistência doentia de trilharmos por caminhos
tortuosos. Queridos amigos e amigas, aprendamos com a história.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIncríveis palavras professor Gilvan, concordo plenamente contigo, principalmente em relação aos eleitores que são avessos a reflexão política e que tem "memória curta". Os eleitores brasileiros pouco ou nada entendem sobre o poder que tem em suas mãos, se existe uma arma contra a corrupção ela se chama: voto consciente. As pessoas que votam deviam se interessar e conhecer ações como a Operação Serenata de Amor ou a Política Supervisionada que acompanham gastos do governo para eleger candidatos com passado "limpo", creio que somente quando a desonestidade e a corrupção forem garantias de não reeleição, nós teremos governantes e representantes mais honestos. Indico um livro que ja tive a oportunidade de ler, chamado: A mais pura verdade sobre a desonestidade, que relata sobre o que leva as pessoas a trapacearem e/ou serem desonestas, infelizmente, se encaixa perfeitamente na realidade brasileira.
ResponderExcluirRubens Polidoro.
Querido Rubens, primeiramente agradeço pelo comentário. Sou grato, ainda, pela indicação da obra. Finalmente, comungo da mesma preocupação que tens quanto à cultura política neste país tão conturbado. O que, ainda, me convence de que temos jeito, é a existência de jovens (poucos, é verdade...) críticos, com olhar acurado quanto ao que estamos vivendo. Grande abraço.
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