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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO

A MÃO QUE BALANÇA O BERÇO
Prof. Gilvan Teixeira
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br

  

            Quem balança nosso “berço esplêndido”? A quem temos delegado tamanha responsabilidade? O Sete de Setembro, como a Páscoa ou Finados, é um ótimo momento para reflexão acerca da vida ou da morte, da esperança ou da finitude, do porvir ou do ocaso. Qual é a história que desejamos escrever? Qual é o caminho que escolheremos trilhar? Qual é a força que pretendemos atribuir ao passado? Se “determinante”, então teremos de conviver, inevitável e fatalmente, com os descalabros por ele produzidos. Neste caso, sentemos e choremos ante tanta desigualdade social, corrupção, malversação do dinheiro público, indiferença com a educação, saúde e segurança. Porém, se – por outro lado – optarmos por fazer do nosso passado uma fonte inspiradora e propulsora de transformações, aí sim haverá espaço para subvertermos o triste e cruel status quo. A política nacional tem sido palco por onde desfilam “babás” da pior espécie. Desonestas, hipócritas, prepotentes, mentirosas, larápias e corruptas. Assim como a personagem criminosa do filme homônimo, aqueles que deveriam cuidar e servir a este país, o traem, o enganam, o fazem morrer à míngua, roubando-lhe o último suspiro. Tamanha vilania se agrava e se perpetua, alimentada que é por eleitores omissos, ignorantes, avessos à reflexão política e destituídos de memória. Como cães, retornam ao próprio vômito. Feito “corno manso”, traídos são pelas rameiras da política, candidatos que vendem a própria consciência e negociam a dignidade em troca dos votos que levam à dita “Casa do Povo” ou ao Executivo. São sabedores da deslealdade e da perfídia, porém com elas mantêm uma relação de hipocrisia e fingimento. Eleitores que tecem discursos inflamados, porém reproduzem, muito comumente, os mesmos vícios por eles condenados. O Brasil chora, enlutado pela violência desmedida e sem controle, entregue que está ao crime infinitamente mais “organizado” do que o próprio Estado. O país está em prantos ante a fome que assola milhões e milhões de nossos irmãos. A nação se contorce de dor, jogado às moscas frente à vergonhosa precariedade do (des)serviço de saúde pública. O “gigante” se apequena diante do dantesco quadro da educação, onde – enquanto alguns poucos enriquecem – professores são explorados e alunos relegados a uma (de)formação de péssima qualidade. Sobre o berço, a penumbra sombria de uma história marcada pelo descaso, instabilidade política e promiscuidade partidária. Fantasmas, com suas enormes togas negras, como abutres à espreita, sobrevoam a “criança”, aguardando a morte tida como certa. O que era para ser sonho virou pesadelo e o que deveria ser sono tem se transformado em morte. Qual é o futuro que se desenha, senão o triste infortúnio de gerações vindouras natimortas? Mesmo a esperança, ainda que um fiozinho, tem sucumbido sob a insistência doentia de trilharmos por caminhos tortuosos. Queridos amigos e amigas, aprendamos com a história.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Incríveis palavras professor Gilvan, concordo plenamente contigo, principalmente em relação aos eleitores que são avessos a reflexão política e que tem "memória curta". Os eleitores brasileiros pouco ou nada entendem sobre o poder que tem em suas mãos, se existe uma arma contra a corrupção ela se chama: voto consciente. As pessoas que votam deviam se interessar e conhecer ações como a Operação Serenata de Amor ou a Política Supervisionada que acompanham gastos do governo para eleger candidatos com passado "limpo", creio que somente quando a desonestidade e a corrupção forem garantias de não reeleição, nós teremos governantes e representantes mais honestos. Indico um livro que ja tive a oportunidade de ler, chamado: A mais pura verdade sobre a desonestidade, que relata sobre o que leva as pessoas a trapacearem e/ou serem desonestas, infelizmente, se encaixa perfeitamente na realidade brasileira.
    Rubens Polidoro.

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    1. Querido Rubens, primeiramente agradeço pelo comentário. Sou grato, ainda, pela indicação da obra. Finalmente, comungo da mesma preocupação que tens quanto à cultura política neste país tão conturbado. O que, ainda, me convence de que temos jeito, é a existência de jovens (poucos, é verdade...) críticos, com olhar acurado quanto ao que estamos vivendo. Grande abraço.

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