LIMITES
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Erroneamente, a ideia de “limites” tem sido associada
ao autoritarismo, como se sinônimos fossem. A geração que aí está, ao que se
vê, encara – muito comumente – a imposição de limites com maus olhos. Apregoa,
quase sempre de maneira pouco clara e nada convincente, uma pretensa liberdade,
absoluta, destituída de quaisquer formas de regramentos, mesmo que tênues, que
soem proibitivos ou moralistas. Uma geração que busca fazer valer aquela máxima
dos anos sessenta: “é proibido proibir”. Ululante equívoco, contudo. Contextos
diferentes, o de hoje e o da Tropicália. O atropelo à inteligência e ao bom
senso tem produzido efeitos nefastos. O Estado - aqui entendido enquanto ente
público – tem falhado no que tange à imposição de limites, da mesma forma que a
família. Até porque ambos, vale lembrar, pertencem ao mesmo lado da moeda. Quem
são os gestores, legisladores, juízes, agentes públicos de toda ordem, senão
frutos da família? Quem são os larápios, assassinos, parricidas, estupradores,
senão também frutos dela? O Estado somos nós. Sua falência é a própria falência
da família. Esta é a principal responsável pelo forjamento de homens e mulheres,
de boa ou de má índole. Das entranhas dela saem seres equilibrados ou não,
honestos ou não, responsáveis ou não, dados ao trabalho ou não. Fala-se em
“novas” organizações familiares, como se elas justificassem a inexistência de
limites claros, justos e firmes em relação à prole. A escassez de virtudes e o
deserto ético, por certo, não são apanágios desta ou daquela “classe” ou condição
socioeconômica. São problemas de ordem cultural, espécie de erga omnes negativo, corroendo relações
pessoais e sociais seja na favela, seja nos condomínios de luxo. A frouxidão
estatal diante dos inúmeros e sérios desvios de conduta reflete a própria fragilidade
da autoridade familiar. A desobediência civil e o desrespeito às leis nascem,
sobretudo, dentro de casa, sendo irmãs gêmeas do não reconhecimento da
autoridade familiar. Curiosamente, as estratégias – todas elas fadadas ao
fracasso – para a resolução dos “conflitos” também seguem o mesmo passo, qual
seja o do afrouxamento da regra, quando não o puro e simples “esquecimento” da
mesma. Tudo em nome de um pretenso e falso diálogo. Ora, respeito, ética e
honestidade, por exemplo, são inegociáveis. Abrir mão de valores pétreos representa
cavar a própria cova, obstaculizando qualquer esperança de se construir uma “teia”
social consistente. Soa como irresponsável a relativização de tais valores,
mesmo que em nome de uma aparente paz. Urge o respeito aos limites na família,
na escola, na rua, em todos e quaisquer lugares, ainda que não cobertos pelos “olhos”
da vigilância eletrônica, esta própria resultante da desconfiança reinante e do
“apagão” ético existente. Por óbvio, os limites devem se pautar no respeito à
dignidade da pessoa humana, capazes de promoverem a edificação de uma sociedade
mais justa e menos desigual. Diálogo não pode e não deve ser confundido com
aniquilamento da verdade e da justiça.
Veja também:
http://www.sinepe-rs.org.br/site/informacao/opinioes_52
http://www.institutosaofrancisco.com.br/site/artigos_visualizar.php?artigo_autenticacao_=6b0f80e19c0651fa392b93500b83dda1
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