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segunda-feira, 9 de julho de 2012

O GRÃO DE MOSTARDA


O GRÃO DE MOSTARDA
Gilvan
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br

               

                Quem não conhece a parábola bíblica do grão de mostarda? Entre as sementes talvez a menor, mas a simbologia... Foi dada a largada oficial para campanha eleitoral, sim porque a campanha “informal” – escancarada e tecnicamente “proibida” – há muito que está nas ruas, sob todas as formas: meios eletrônicos, adesivos de carros, camisetas, “corpo a corpo”, entre tantas outras. Sem falar naqueles que fazem campanha há anos e, pasmem, diariamente, com práticas típicas da pior espécie de se fazer política, qual seja, a da troca de favores. Neste município se troca votos por remédios, lâmpadas, leitos hospitalares, “cargos em comissão”, “funções gratificadas”, estágios remunerados. Bom, deixemos isso de lado. Como ia dizendo, foi aberta a temporada de caça... aos votos. Estes, feito patos, viram alvo. Para conquistá-los, muitos dos candidatos atiram para tudo que é lado. “Conquistar” talvez não seja o termo mais adequado, pois que a conquista – ao menos no plano do amor – pressupõe respeito, espera, paciência, abnegação, altruísmo e mais uma centena de virtudes. O que se vê é uma espécie de “estupro”, tomada à força, onde os valores acima são substituídos por práticas invasivas que atentam contra o bom senso e a paciência dos pobres eleitores. Candidatos mal alfabetizados pousam de doutores, enquanto doutores trocam suas fatiotas por vestes do povo, mais fazendo lembrar lobos em meio às ovelhas. Apela-se para religiosidade, sensualidade, títulos honoríficos. Para Deus e para o Diabo. Para Bíblia e para a numerologia. Tem de tudo. Há os que adotam nomes de super-heróis, mesmo que de comédia “pastelão”. Candidatos e candidatas que investem nas roupas e nas plásticas para ficarem mais apresentáveis, só fazendo aguçar a desconfiança de que, para eles, a aparência precede a essência, a embalagem o conteúdo.

                Para alguns, como eu, a campanha mal iniciou, já terminou. Findou com a desistência da Rosa Maria Lippert, ou simplesmente Rosinha, em concorrer à vereança. Obra do destino ou, talvez, do descuido. Contudo, em que pese a desistência, nossa querida amiga semeou ideias, posicionamentos, reflexões. Fez ressuscitar a crença de que Cachoeirinha pode e deve ser uma cidade mais limpa, justa, fraterna, sustentável, segura, inclusiva, lúdica e, principalmente, feliz. É uma figura rara, daquelas que ao falar, o faz com paixão. Mostra-se convencida e faz convencer de que somente uma educação de qualidade tem o poder de revolucionar esta cidade. Foi-se a campanha, mas as ideias, assim como o grão de mostarda, seguirão firmes, potencialmente transformadoras.

                Cachoeirinha precisa de representantes à altura dos homens e mulheres de bem, munícipes que labutam, pagam seus impostos e tributos, em que pese a contraprestação de serviços públicos essenciais muito aquém do desejável. Representantes que não se alinhem a interesses privados e corporativos espúrios, mas que sejam – de fato – espelhos dos interesses e demandas da coletividade, mesmo que em toda sua complexidade. Nosso Município precisa voltar a crer, a ter fé. Esta, mesmo que no tamanho de um grão de mostarda, é capaz de mover montanhas, de subverter estruturas tão velhas quanto perversas, contribuindo na construção da cidade sonhada por pessoas como ela: Rosinha! 

Um comentário:

  1. Gilvan!!!

    Salve, grande sonhador!!
    Fala bonita que compartilha os mesmos sonhos.
    Grande impulsionador deste "projeto", que por hora repousa,como uma semente, que se alimentada com os nutrientes necessários, poderá vir a brotar e se tornar uma experiência significativa.
    Tudo tem seu tempo,a hora certa de acontecer.Precisamos estudar e refletir muito, para não virmos a nos tornar parte desta cultura enraizada e solidificada.
    Obrigada pelo apoio, pelas reflexões sempre carregadas de conhecimento e pela crença que é possível fazer bem, com ética e dignidade as ações politicas, com clareza do que é público e do que é privado.
    Um super, mega abraço!!!
    Rosinha.

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