Translate

domingo, 5 de abril de 2015

O SOCIALISMO E AS TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO GEOGRÁFICO


O SOCIALISMO E AS TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Prof. Gilvan
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br

                Apesar de serem muitos os conceitos envolvendo o termo “Socialismo”, quase todos têm em comum a defesa de uma sociedade pautada na igualdade. Contudo, ao contrário do que possa parecer, o próprio conceito de “igualdade” traz consigo opiniões nem sempre concordantes, especialmente se analisarmos tal ideia ao longo da história da humanidade. Platão (Grécia Antiga), por exemplo, tinha um conceito de sociedade ideal distinta da Thomas Morus (século XVI), enquanto este último trazia uma concepção de sociedade perfeita diferente daquela defendida por Karl Marx (século XIX). Vale lembrar, ainda, que ao falarmos em Socialismo, é fundamental que façamos distinção entre os chamados Socialismos “Utópico”, “Cristão” e “Científico” (Marxista), distinção esta trabalhada e discutida ao longo de nossas aulas. Além disso, precisamos, ainda, distinguir os Socialismos Real e Ideal, ou seja, o Socialismo de fato vivenciado daquele que, segundo Marx, deveria ser.

                Independentemente das discussões teóricas ou ideológicas acerca do Socialismo, o certo é que o referido “modo de produção” trouxe profundas transformações no espaço geográfico de uma forma geral e na Ordem Mundial de forma particular. Não por acaso, o mundo do Pós-Guerra (1945) passou a conviver com uma Ordem assentada na chamada “bipolaridade”, onde a Guerra Fria representou o tensionamento entre os mundos Capitalista (sob a liderança dos Estados Unidos) e Socialista (liderado pela ex-União Soviética), enfrentamento este com inúmeras consequências políticas, culturais, econômicas e militares, por exemplo. A Ordem Bipolar (1945 – 1985), aos poucos, foi dando lugar à atual Ordem, onde os antigos países ditos “socialistas” passaram a constituir o grupo das “Economias de Transição”, verificando-se a passagem de uma economia socialista para uma economia capitalista ou, ainda, de uma economia planificada para uma de mercado. Vale lembrar, contudo, que nem todos os autores concordam com tal conceito, haja visto dividirem o mundo de hoje em Norte e Sul. Para entendermos o conceito de Economias de Transição, devemos, antes, lembrarmos o que se entende por “economia planificada” e “economia de mercado”. Sucintamente, a chamada “economia planificada” seria aquela marcada pela centralização, onde o Estado detém o controle sobre os meios de produção (máquinas, terras, fábricas, entre outros). Já a chamada “economia de mercado”, típica do Capitalismo, é aquela marcada, ao menos em tese, pela livre iniciativa, onde o principal objetivo do empreendimento é a busca do lucro.

                Para entendermos as Economias de Transição precisamos, ainda, lançar um olhar sobre a história do Socialismo Real, especialmente, o período que coincide com a chamada crise desse modo de produção. Tomemos a título de exemplo o caso da antiga União Soviética (URSS). Esta, como Estado, surgiu em 1922, especialmente com o expansionismo russo em relação aos territórios contíguos. Vale lembrar que a Rússia foi o primeiro país do mundo a adotar, em 1917, o Socialismo. A história da URSS, como a de qualquer outro Estado, está marcada por altos e baixos, momentos de hegemonia e de crise. Durante muito tempo (período da “Guerra Fria”) ela dividiu a liderança política, militar e ideológica com os Estados Unidos da América. Contudo, entre o final da década de 1980 e início da década de 1990, especialmente durante o governo do presidente Gorbachev, a URSS presenciou um rápido processo de reestruturação econômica e de “abertura” política, com a “perestroika” e a “glasnost”, respectivamente. Aos poucos, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi se desintegrando, sendo que suas repúblicas foram buscando a independência e a autonomia em relação ao governo central.


Um comentário: