FRATERNIDADE:
BIOMAS BRASILEIROS E DEFESA DA VIDA
Gilvan Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
A
Campanha da Fraternidade 2017, assim como a do ano anterior, vem ao encontro
não apenas de nosso componente curricular, a Geografia, mas de todos os demais.
É um convite à reflexão propositiva. O tema “Fraternidade: biomas brasileiros e
defesa da vida” ultrapassa a mera questão teórica e sacode a consciência de
cada um de nós, queridos ouvintes. Longe de ser uma discussão “pedante” e
“acadêmica”, a preocupação com nossos biomas é, sobretudo, a preocupação com o
próprio homem. Diz respeito à minha e à tua vida, meu amado. Diz respeito à
nossa família e à nossa comunidade. Diz respeito, ainda às futuras gerações. O
que temos feito com o espaço onde nascemos, trilhamos e descansamos nossa
cabeça? Qual é o tratamento que temos dispensado ao meio em que vivemos? O que
temos feito das maravilhosas dádivas que, ao longo da história, Deus tem
colocado a nossa disposição? Como tem sido a relação da maior obra-prima
divina, o homem, com seu espaço? Formados à semelhança de Deus, contudo, ao
contrário do Criador, temos agido temerária, irresponsável e despotamente. Muito
comumente, colocamos nossa razão a serviço de um hedonismo doentio, narcísico e
materialista, nos distanciando dos mais elementares ensinamentos de Deus. Nosso
olhar estrábico há muito vem se rendendo à catarata da indiferença, fazendo
pouco caso dos frutos do amor. Dom Jaime, num encontro de escolas católicas,
foi enfático ao lembrar que a maior crise da atualidade é de ordem “antropológica”,
ou seja, uma crise de valores. O pano de fundo, sombrio e funesto, por detrás
da “coisificação” do ser humano é o mesmo que tangencia a perversa relação
entre o homem e seu espaço. Sofrem os biomas brasileiros, de norte a sul, do
nascente ao poente. Ameaçados estão não apenas os recursos naturais, a fauna e
a flora, mas também o próprio homem e suas mais diferentes culturas. Afinal,
homem e meio são indissociáveis. Há como que uma imbricação necessária entre
ambos. Pensar em dignidade da pessoa humana sem perpassar pela questão
“espacial” soa como estranho e nada inteligente. Grandes ações são necessárias?
Sim. Políticas de Estado e de governo são, por certo, bem-vindas. Investimentos
em educação, saneamento, mobilidade urbana, reflorestamento, uso racional dos
recursos naturais, etc.. Contudo, a mais urgente e eficaz mudança é “cultural”,
comunitária, familiar, individual. Começa por mim, por ti, por nós, caros
ouvintes. Façamos a nossa parte. Comecemos por nossa casa, trabalho, escola. Comecemos,
sobretudo, pela forma como nos relacionamos com o outro, amando, valorizando,
respeitando... Ao fazê-lo, aí sim estaremos prontos a compreender o verdadeiro
significado dos biomas, bem como nossa inserção e relação com os mesmos.