TIM TONES
Gilvan Teixeira
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blog:
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Alguém lembra do personagem do saudoso Chico Anysio?
Todo aquele discurso acalorado antes de passar a sacolinha. A música entoada
pelo coral de inocentes crianças: “Tim
Tones, glória Tim Tones...”. Por que a lembrança? Os diversos meios de
comunicação de todo país, ao longo da semana, têm noticiado a obrigatoriedade
de pagamento, por parte dos “mensaleiros” – José Dirceu, Delúbio Soares, José
Genoíno, etc. –, das multas arbitradas pela Justiça. Não demorou muito para que
os “fiéis” seguidores das lideranças condenadas criassem uma corrente para
angariar fundos para saudar o débito. O fato, por si só, já daria pano para
manga, mas vai lá, cada louco com sua mania... Afinal, cada um faz o que julgar
melhor com o seu dinheiro. O que mais chama atenção, contudo, é a declaração de
bens dos condenados. Não sei se é de rir ou chorar. Acredite, os nobres
senhores mal têm onde caírem mortos... Um puxadinho aqui, um terreninho acolá.
Nada, absolutamente nada, que possa chegar aos pés da dívida a ser paga. Não é estranho?
Para qualquer imbecil e idiota soaria como engodo tal situação. Para a Receita
Federal – que nos extorque ano após ano retirando de nosso salário fatia vital,
como se aumento de patrimônio fosse –, ao que parece, nada há que chame atenção.
Absolutamente normal. Ainda ontem – será que ainda não? – frequentavam
restaurantes caros, vestiam ternos finos, viajavam mundo afora, patrocinavam
festas para a grã-finagem, esbanjavam dinheiro (público, muito provavelmente...).
O que aconteceu? Onde foi parar todo o dinheiro que dava suporte a tudo aquilo?
Ora, minha casa vale mais do que a do José Dirceu e a do Genoíno juntas...
Inacreditável! Logo eu, professor, servidor público de um município que, é
duvidar, mal aparece no mapa. Como a maioria dos meus colegas, mal consigo
honrar minhas contas: água, luz, telefone, mensalidades escolares, IPTU, IPVA,
um que outro carnê de loja... Isso sem falar em alimentação, combustível, etc.
O Imposto de Renda referente a 2012, por exemplo, tive que pagá-lo ao longo de
todo ano passado. A mesma Receita que me abocanha na “fonte”, me obriga a pagar
– com base numa vergonhosa tabela que, não sei por que cargas d’água, entidades
como o Ministério Público e OAB não conseguem reverter – o que não tenho. Por
outro lado, os serviços públicos, sem quase nenhuma exceção, são um verdadeiro
escárnio ao contribuinte, obrigando-nos a pagar por saúde, segurança, ensino
privadas. Viajar de avião com toda família, só em sonho... Confesso que já
pensei, também, em passar a “sacolinha”. Quem sabe, né? Vai que algum maluco se
condoa com minha via crúcis... Apesar
de tudo, não invejo os “mensaleiros”. Tá bom, no máximo, gostaria de ter o
número do telefone do contador deles. Deve ser mágico, uma espécie de Midas às
avessas, capaz de transformar, quando necessário, ouro em poeira. Quem sabe,
ainda, um grande plantador de “laranjas”? Afinal, neste país, ao que parece,
tudo é possível.