SOCIOLOGIA
Prof. Gilvan
Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Vimos nas aulas de Sociologia que o Brasil, apesar de
ser um dos países mais ricos e privilegiados do mundo (dimensões gigantescas,
imenso litoral, invejáveis reservas naturais, mescla étnico-cultural, etc.),
ainda é um país subdesenvolvido. A esmagadora maioria da população segue à
margem de uma educação, saúde e segurança de qualidade, por exemplo. Nosso
Estado (em todos os níveis e esferas, Executivo, Legislativo e Judiciário)
segue de mãos dadas a privilégios espúrios e classistas, em detrimento da ética
e dos valores republicanos. Uma das consequências mais sombrias de tamanho
descaso, incompetência e desonestidade estatais é a questão da (in)segurança
pública. No ano de 2017 foram mais de sessenta mil homicídios, a maioria deles
sem a investigação e desfecho esperados num país que se conheça por sério. Não
bastasse tamanha hecatombe, a maior parte dessas mortes atinge um público de
baixa e média faixa etárias, com imensuráveis prejuízos, inclusive, econômicos.
São não apenas mães enlutadas, mas o futuro de gerações inteiras comprometidas
e fadas ao fracasso. Não por acaso, dentre as cinquenta cidades mais violentas
do mundo, em 2017, segundo a OMS, dezessete (ou seja, mais de trinta por
cento!!!) delas são brasileiras. Natal, Fortaleza e até mesmo a capital gaúcha
fazem parte da triste e vergonhosa lista. Outra forma muito comum de violência,
ainda que imersa numa “nuvem” de tabu, é o suicídio. Trata-se de uma violência
contra si mesmo, mas com inúmeras consequências sociais. Segundo a OMS
(Organização Mundial da Saúde), no mundo, o número de suicídios supera, de
longe, por exemplo, o número de vítimas das guerras. Percebe-se, portanto, que
a violência pode aparecer sob várias formas. Nas escolas, por exemplo, têm sido
muito comum os casos de bullying (violência,
física ou não, que ocorre de forma sistemática contra uma determinada vítima),
violência esta que, muito comumente, leva à judicialização das relações, sem
qualquer garantia de solução do conflito. Vale lembrar que, às vezes, a
violência psicológica traz consequências mais profundas e duradouras do que a
violência física, daí a necessidade de ser discutida e combatida. O
enfrentamento a todas as formas de violência passa, também, pela aplicação da
lei (Constituição Federal, Código Penal, ECA, Estatuto da Mulher, Estatuto do
Idoso, Código Civil, etc.), mas urge investirmos em educação de qualidade,
ressocialização dos presos, fortalecimento dos laços familiares, construção de
uma cultura de paz, dentre outros.
Outro assunto por nós trabalhado diz respeito à
“cidadania” e importância do exercício da mesma nas relações políticas. Vimos
que política pode e deve ser discutida, dada sua importância no cotidiano de
cada um. As mazelas existentes (precariedade dos serviços públicos, custo de
vida, falta de oportunidades, etc.) passam, necessária e obrigatoriamente, como
bem lembrava Brecht, pela questão
política. Trata-se de uma real necessidade tal discussão, ainda mais num país
marcado pela fragilidade democrática. A história constitucional do Brasil deixa
claro o tamanho do problema. Dentre as oito Cartas, metade delas foi outorgada
(1824, 1937, 1967 e 1969), ou seja, sem qualquer participação popular. Mesmo as
chamadas Constituições promulgadas em nosso solo (1891, 1934, 1946 e 1988)
deixaram e deixam a desejar no que tange à perfectibilização dos direitos
assegurados. Daí a importância da cidadania, onde faz-se presente o binômio
“direitos-obrigações”, indispensável na construção de uma sociedade plural e
verdadeiramente democrática, onde os valores éticos (universais e atemporais)
sejam preservados e fomentados.