RESUMO DAS
AULAS DE SOCIOLOGIA
Prof. Gilvan
Teixeira
e-mail: profpreto@gmail.com
blog:
profgilvanteixeira.blogspot.com.br
Primeiramente,
lembro que o presente material é tão-somente um auxílio, mas não substitui tuas
anotações e, principalmente, atenção às aulas de Sociologia. Vamos lá?
Nosso
primeiro encontro versou sobre o “Trabalho
Infantil”, lembras? Ele é tão antigo quanto o próprio homem, havendo
registro dele já na Idade Antiga (3.500 a.C até 476). Vale lembrar que, por
exemplo, no período em que a escravidão era uma prática socialmente aceitável
(Mesopotâmia, Egito, Grécia, Roma, etc.), o filho de escravo era, via de regra,
também escravo, trabalhando como tal. Na fase do Artesanato (até o século
XV-XVI, aproximadamente), era comum a criança e o adolescente auxiliarem no
trabalho dos adultos, sem qualquer regramento legal que coibisse os excessos.
Na fase da Manufatura (do século XVI ao XVIII), era comum vermos “aprendizes”
trabalhando nas Oficinas a partir dos doze anos de idade. Contudo, foi a partir
da Revolução Industrial (XVIII), especialmente na Europa, que a exploração
sobre o trabalho infantil ganhou força. A situação dos jovens trabalhadores era
cruel, sem qualquer direito assegurado. Incontáveis horas de trabalho,
ambientes insalubres, alimentação precária contribuíam para o triste quadro.
Somente a partir do final do século XIX e início do século XX é que alguns
países passaram a criar leis voltadas à proteção da criança e do adolescente,
fiscalizando – quando não proibindo – o dito trabalho infantil. No Brasil, a
questão do trabalho infantil não diferiu muito do que foi dito acima. Com a
chegada dos primeiros portugueses, a partir de 1500, já temos registros de
jovens sendo explorados em sua força de trabalho. Estima-se, por exemplo, que
cerca de 10% da tripulação das caravelas lusitanas era formada por crianças e
adolescentes. A situação das crianças negras no Brasil também era por demais
difícil. Faltava-lhes não apenas liberdade, mas dignidade e expectativa de dias
melhores. Somente no ano de 1891, tivemos um Decreto que buscou regulamentar o
trabalho infantil. A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), a partir de 1943,
trouxe importante proteção aos trabalhadores como um todo, proibindo o trabalho
infantil (antes dos 16 anos, salvo o “menor aprendiz” a partir dos 14 anos). A
Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
promulgado em 1990, contribuíram de forma significativa para a proteção de
nossas crianças e adolescentes.
Nossa
segunda aula tratou acerca da “Organização
das Nações Unidas” (ONU). Para entende-la, resgatamos a história da
Primeira (1914-1918) e Segunda (1939-1945) Guerras Mundiais. Dissemos que a
Primeira Guerra, assim como a Segunda, teve causas econômicas, políticas,
militares, etc. Na época, formaram-se dois grandes blocos de países: a Tríplice
Entente (Inglaterra, França e Rússia) e a Tríplice Aliança (Alemanha, Império
Austro-Húngaro e Itália). O primeiro bloco venceu o segundo, com um triste
saldo de mais de dez milhões de mortos. Terminada a Primeira Guerra (1918),
assinou-se o Tratado de Versalhes (1919) e criou-se a Liga das Nações, esta com
o objetivo principal de evitar uma nova guerra de grandes proporções. Vimos que
a intenção não vingou, por inúmeros motivos. Um deles é que no período
entre-guerras (1918-1939) a Europa assistiu o avanço do nazismo, alimentado
pelo sentimento de vingança por parte da Alemanha, que não se conformava com as
humilhantes regras trazidas pelo Tratado de 1919. Alguns países voltaram a se organizar em
blocos, Aliados (Inglaterra, França e, mais tarde, União Soviética e Estados
Unidos), de um lado, e, de outro, as potências do Eixo (Alemanha, Japão e
Itália). O mundo assistiu, então, à Segunda Guerra (1939-1945), mais terrível e
avassaladora do que a anterior. Foram mais de cinquenta milhões de mortos e um
incontável número de feridos e mutilados. Principalmente a Europa e o Japão
foram atingidos, com imensuráveis prejuízos econômicos. Diante do caos, foi
criada a ONU (1945), composta pelos países da Terra (quase duzentos). Ela é
composta por vários órgãos, como Assembleia Geral, Conselho Econômico e Social,
Secretaria Geral, Tribunal Internacional Penal. Todavia, o principal deles é o
Conselho de Segurança, órgão composto por um seleto grupo de cinco países
(Estados Unidos, Rússia, China, Inglaterra e França) com poder de “veto”.
Infelizmente, a ONU vem, ano após ano, demonstrando estar muito longe daquele
que deveria ser seu principal objetivo, diminuir a desigualdade entre os
países.
A terceira
aula de Sociologia tratou sobre as “guerras
ao longo da história”. Vimos que elas têm acompanhado, tragicamente, a
trajetória humana, desde a Pré-História. Já na Idade Antiga, são muitos os
exemplos de conflitos, sejam eles “externos” (envolvendo dois ou mais povos
distintos) ou “internos” (envolvendo um mesmo povo). Na Grécia, por exemplo,
tivemos a famosa Guerra de Tróia (1250-1240 a.C) – entre gregos e troianos – e
a Guerra do Peloponeso (431 – 404 a.C), onde atenienses e espartanos
digladiaram-se entre si. Na Idade Média (476 – 1453), tivemos inúmeras guerras
envolvendo senhores feudais ávidos por poder e território, as Cruzadas (uma
guerra dita “santa” pela Igreja) e a Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453), entre
França e Inglaterra. Na Idade Moderna (1453 – 1789), por sua vez, podemos citar
a Independência dos Estados Unidos (1776) em relação à Inglaterra. Finalmente,
na Idade Contemporânea (1789 – aos dias de hoje), podemos exemplificar os
conflitos por meio de guerras como a da Independência do Brasil (1822), frente
a Portugal, a Revolução Farroupilha (1835 – 1845), envolvendo gaúchos e governo
central, Revolução Federalista (1893 – 1895), colocando em campos opostos
chimangos e maragatos. Podemos citar, ainda, a Revolução Russa (1917), as duas
Guerras Mundiais, a Guerra do Vietnã (1964 -1973), o Yom Kipur (1973), as
Malvinas (1982) e a Guerra do Iraque (2003 – 2010). O que as guerras, em geral,
têm em comum? Suas motivações, quase sempre políticas e econômicas, embora, às
vezes, revistam-se de um caráter “religioso”, por exemplo. As consequências de
tantos conflitos são inúmeras. Prejuízos econômicos é uma delas. No ano de
2013, por exemplo, o mundo gastou cerca de 1,75 trilhão de dólares em armas,
sendo que somente os EUA foram responsáveis por cerca de 682 bilhões desse
montante. Porém, o lado mais macabro das guerras diz respeito ao número
incontável de mortos, mutilados, “exilados” e órfãos.
A quarta
aula trouxe à pauta a questão do uso e importância do “petróleo”. Este já era usado na Antiguidade. Existem registros de
sua utilização em 4 mil a.C.. Como pavimento nas ruas de Roma, vedação de
reservatórios entre os incas, construção da Arca de Noé, impermeabilização de
palácios, armas de guerra, embalsamento de corpos... Todavia, foi a partir da
Revolução Industrial (especialmente, a partir da segunda fase, entre 1850 e
1970) que o petróleo ganhou força como principal fonte de energia. Dentre as
principais regiões produtoras, temos o Oriente Médio, Golfo do México, sul dos
EUA, Venezuela e Rússia (Sibéria). Os países que mais produzem petróleo, por
sua vez, são: Arábia Saudita, Rússia, EUA, Irã, México e China. O valor do
“ouro negro” para o mundo pode ser avaliado, infelizmente, pelas inúmeras
guerras a ele relacionadas, como a própria Segunda Guerra (1939-1945), Guerra
do Golfo (1991), Guerra do Iraque (2002) e a Guerra da Síria (2011). Tamanha
dependência em relação ao petróleo tem contribuído, ainda, para as profundas
desigualdades socioeconômicas entre os países (e dentro deles), bem como para
preocupante degradação do meio ambiente, com o aumento da temperatura da Terra
e seus desdobramentos. O Brasil, hoje, vem buscando um “lugar ao sol” junto aos
principais produtores de petróleo, expectativa essa alimentada pela descoberta
e exploração do chamado Pré-Sal. Espera-se que a alegada riqueza se confirme e,
principalmente, contribua para construção de um país melhor, menos injusto e
desigual.