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terça-feira, 3 de julho de 2018

RESUMO DAS AULAS DE FILOSOFIA (UNIVERSITÁRIO - EJA)

RESUMO DAS AULAS DE FILOSOFIA
Prof. Gilvan Teixeira
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br
  
Primeiramente, lembro que o presente material é tão-somente um auxílio, mas não substitui tuas anotações e, principalmente, atenção às aulas de Filosofia. Vamos lá?

Nosso primeiro encontro tratou sobre o tema “ideologia e dominação social”. Ideologia pode ser definida como a “doutrina das ideias”, portanto pode ser positiva ou negativa. Será boa quando contribuir para compreensão da realidade e transformação social, de modo a se ter uma sociedade menos injusta e mais solidária. Por outro lado, será negativa quando ofuscar a realidade, levando à indiferença e apatia social, alienando o sujeito e reforçando as desigualdades existentes. Marx (1818 – 1883), em geral, tinha um olhar pessimista em relação à ideologia, vendo-a como algo negativo, servindo ela para mascarar e perpetuar as profundas desigualdades promovidas pelo Capitalismo. Segundo ele, o Capital (dinheiro) utiliza de seus “aparelhos ideológicos” (Estado, meios de comunicação, escola, igreja, etc.) para manter a exploração do patrão (burguesia) sobre o empregado (proletariado). Para Marx, a ideologia não apenas aliena o trabalhador, mas oculta a “luta de classes”, esta o grande motor da História, segundo ele. Procurei, em nossas aulas, mostrar que para compreender a teoria marxista, faz-se necessário debruçar-se sobre o período histórico em que viveu. A Inglaterra daquela época (meados do século XIX), nem de perto se parecia com o país que hoje conhecemos. Convivia-se à época com um processo de industrialização que fechava, por completo, os olhos aos direitos dos trabalhadores, onde eram comuns jornadas de trabalho extenuantes, baixíssimos salários e total inexistência de garantias trabalhistas. É nesse contexto que Marx precisa ser “lido”, daí sua crítica ao Capitalismo e à “mais-valia”.

A segunda aula tratou acerca da chamada “teoria do conhecimento”. Diz respeito à área da Filosofia que busca investigar “o que é o conhecimento”, bem como a “possibilidade de conhecermos” algo. Enquanto o senso comum diz, com certeza, ser possível conhecer, a Filosofia, por sua vez, traz muitas dúvidas sobre tal possibilidade. Independentemente da corrente filosófica que se adote, há em comum a ideia de que para que exista conhecimento são necessários três elementos: sujeito, objeto e relação entre os dois. A Teoria do Conhecimento trata desse último elemento. Quanto aos “tipos” de conhecimento, temos o Falso (quando a representação feita pelo sujeito não está de acordo com o objeto) e o Verdadeiro (quando a representação está de acordo). Estudamos algumas “correntes” que tratam sobre o assunto. Quanto à possibilidade do sujeito conhecer o objeto, o “ceticismo” nega que seja possível conhecer a verdade. O “dogmatismo” diz, com certeza, ser possível conhecer a verdade. Já o “criticismo” alega ser possível, mas desde que estejam presentes as condições necessárias para fazê-lo. Outra questão que tratamos na mesma aula diz respeito ã pergunta: é a razão ou a experiência (sentidos) a fonte do conhecimento? O “empirismo” afirma que o conhecimento provêm da experiência, sendo um de seus teóricos John Locke (1632-1704). Já o “racionalismo” alega que o conhecimento nasce é da razão, dos princípios lógicos, até porque os sentidos podem levar ao erro. Finalmente, o “apriorismo” busca, digamos, conciliar as duas teorias anteriores, tendo em Kant (1724-1804) um de seus principais expoentes.

Nossa terceira aula tratou sobre a chamada “Filosofia Popular”, onde trabalhamos com algumas ideias de Russel (1872-1970). Segundo ele, a Filosofia está numa situação intermediária entre a Teologia e a Ciência. Enquanto esta última trata das “certezas” nascidas do método, a primeira trata das “certezas” nascidas do dogma. A Filosofia, por sua vez, trata de lançar perguntas e questionamentos, dúvidas e mais dúvidas que servem de “matéria-prima” para teologia e para Ciência.


Finalmente, em nosso último encontro conversamos sobre o “homem em relação aos outros”, usando como referência teórica Thomas Hobbes (1588-1679). Vimos que o homem, ao longo de toda história, sempre envolveu-se em conflitos. Na Pré-História, a grande briga era pelo fogo. A Antiguidade (Grécia, Roma, etc.), Idades Média (guerras feudais, Inquisição, etc.), Moderna (dominação europeia na América, etc.) e Contemporânea (Revoluções Farroupilha, Federalista, duas Guerras Mundiais, etc.) estão recheadas de conflitos entre os homens. Por quê? Segundo Hobbes, o “homem é lobo do próprio homem”, por isso tantas guerras e conflitos de toda ordem. Ainda segundo o autor, para que problema seja resolvido ou amainado, o homem precisa abrir mão de sua liberdade e repassá-la ao Rei. Este, com poderes concentrados em suas mãos (Estado Absolutista) pacificaria a sociedade. Ainda hoje, em que pese tanto tempo ter se passado, a discussão segue atual. Como estabelecer um “contrato social” sem prejuízo das liberdades individuais? Ainda mais numa sociedade que convive com o seguinte paradoxo: de um lado, demandas que são cada vez mais “globais” (terrorismo, tráfico de drogas, meio ambiente, etc.) e, de outro, uma geração cada vez mais egocêntrica e individualista. 

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