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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

DISCURSO DE FORMATURA DOS JUÍZES DO TRIBUNAL DE MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, SECCIONAL GRAVATAÍ/RS



DISCURSO DE FORMATURA
Gilvan Teixeira
Boa tarde.

            Cumprimento o Professor Paulo Conceição, representando o Tribunal de Mediação e Arbitragem do Estado do Rio Grande do Sul, e, ao fazê-lo, cumprimento toda mesa, convidados e, de forma muito especial, meus queridos colegas. Nossa jornada, da inscrição no Curso à presente Formatura, apesar de não muito longa, como que espelhou a própria vida, com intempéries, dúvidas, embates e, por que não dizer, desconfianças. Apesar disso, ou quem sabe “por isso” – dizem que é em meio ao mar encapelado que nos tornamos melhores – seguimos, teimosamente, em frente, fazendo valer a crença na capacidade do ser humano de transformar a realidade, por mais dura e opaca que possa parecer. Não por acaso, optamos pela nobre tarefa de sermos arautos e, sobretudo, operadores da mediação como forma de dirimir conflitos, opção esta assentada no diálogo e confiança entre as partes, pressupostos indispensáveis para a construção de saídas capazes não apenas de desafogarem o Judiciário, mas, sobretudo, de fortalecerem a teia social por meio de um instrumento de justiça marcado pela celeridade e grande probabilidade de sucesso.

            Ao optarmos pela atuação como juízes mediadores revelamos a intenção de auscultarmos as partes, despojados de ranços e preconceitos. A nobre função, revestida de imensurável responsabilidade, exigirá de cada um de nós competência, equilíbrio, sobriedade, ética, ponderação, respeito ao ordenamento jurídico, bem como estudo e muita organização. Exigirá, ainda, uma constante e sólida parceria, virtuosa cumplicidade e trabalho colaborativo. Eventuais antipatias, dissabores, implicâncias e animosidades precisam ser trabalhadas e transformadas em força propulsora, convergindo para o interesse coletivo e qualificação de nosso trabalho. Quem ganha com isso? Todos! Ganham o TMA e sua seccional. Ganha, sobretudo, o município de Gravataí ao poder contar com um Tribunal mais “humanizado”, acolhedor e sensível às demandas existentes.

            Não poderia encerrar esta singela fala sem elogiar meus colegas. Apesar das inúmeras dificuldades, desencontros e algumas frustrações, não titubeamos. Seguimos em direção ao norte por nós estabelecido, qual seja, o de sermos, de fato e de direito, juízes mediadores. Para isso, contamos com o apoio incondicional de nossos familiares. Por isso, obrigado. Agradecemos, ainda, à Escola Técnica Sul Ensino, instituição que nos acolheu durante toda formação e ofereceu seu espaço para instalação do TMA-Seccional Gravataí. Nosso reconhecimento aos professores Paulo e Elisabete que, competente e pacientemente, nos deram o embasamento teórico necessário. Nossa deferência, ainda, aos colegas da turma anterior pelo apoio, companheirismo e sementes lançadas no caminho.

            Finalmente, desejo muitas bênçãos e sucesso a nós, formandos nesta tarde. Façamos do Tribunal de Mediação e Arbitragem, Seccional Gravataí, uma exemplar ferramenta para solução de conflitos, ferramenta esta que deve representar uma mudança de paradigma, de forma a superarmos a cultura da judicialização tradicional, notoriamente incapaz de dar à sociedade as respostas esperadas. Parabéns!