Translate

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A GLOBALIZAÇÃO E OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS


A GLOBALIZAÇÃO E OS MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS
Prof. Gilvan Teixeira
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br


                Historicamente, sempre houve a migração do homem de um lugar para outro. Já na Pré-História, tudo leva a crer que grupos humanos deslocavam-se à procura de alimentos ou, então, impelidos por outras questões de sobrevivência. A Idade Antiga, por sua vez, é rica em exemplos de grandes fluxos migratórios. O Êxodo bíblico e a ocupação (“invasão”) bárbara sobre o Império Romano ilustram a assertiva. Na virada da Idade Média para a Moderna, tivemos o chamado “desencravamento” planetário, onde uma grande leva de europeus singrou o Atlântico em direção ao chamado Novo Mundo. No século XIX, tivemos – no caso do Rio Grande do Sul – uma intensa onda migratória, principalmente de alemães e italianos. Conclui-se, portanto, que as migrações de toda ordem antecedem a Globalização.

                Quanto às migrações internacionais, podemos falar em “imigração” (chamada, ainda de movimento de “atração” ou de “afluxo”) e “emigração” (“repulsão” ou “refluxo”). Enquanto a primeira diz respeito à entrada de pessoas no país, a última representa o movimento inverso, ou seja, o de saída de pessoas do país em direção a outro. Resta claro, portanto, que ambos os movimentos representam dois lados de uma mesma moeda. Um inexiste sem o outro. Dentre as principais causas dos fluxos migratórios internacionais, podemos citar os conflitos armados, os desastres ambientais e, principalmente, as questões de ordem socioeconômica. A busca por melhores condições de vida tem sido a grande força propulsora para o deslocamento de pessoas, seja no âmbito interno, seja, ainda, na esfera internacional. As consequências advindas dos movimentos migratórios internacionais são inúmeras. Uma delas, a mais óbvia, diga-se de passagem, é a alteração no número de pessoas dos países envolvidos. Outra é a sobrecarga, por vezes, em relação aos serviços públicos. Não por acaso, tem sido acentuada a resistência, principalmente por parte dos países desenvolvidos no que tange à acolhida dos imigrantes. Estes, quase sempre, são vistos como um verdadeiro problema, portanto mal quistos e indesejados.


                Quanto às migrações internas, podemos destacar o Êxodo Rural (saída do campo em direção à cidade), os Movimentos Sazonais (ou Transumância) e, finalmente, o chamado Movimento Pendular. Quanto ao Êxodo Rural, ao menos no Brasil, hoje perdeu força comparado ao passado. Ao contrário do período que se estendeu, principalmente, entre as décadas de 1930 e 1980, quando o país transformou-se em “urbano”, aos poucos tais migrações vêm se amainando. Já não têm sido tão comuns. O que se vê, hoje, é uma espécie de Êxodo às avessas, onde tem sido comum a “fuga” em direção às zonas mais afastadas dos grandes centros urbanos, fenômeno este motivado pelos altos preços das áreas urbanas, pela violência, pelo trânsito caótico e pela vida comprovadamente estressante em meio à “selva” de concreto em que se transformaram as principais cidades do país. Quanto aos Movimentos Sazonais, podem ser facilmente exemplificados através daquilo que se vê no Nordeste brasileiro. O sertanejo, no período de seca no Sertão, migra em direção à Zona da Mata, seja fugindo da estiagem, seja ainda na busca de trabalho junto às fazendas produtoras de cana-de-açúcar. Quando retorna o período de chuvas no Sertão, o que coincide com o fim da colheita da cana, o sertanejo volta para o local de origem. Finalmente, o Movimento Pendular é aquele onde o sujeito sai, diariamente, de sua cidade em direção à outra para trabalhar, retornando ao término do dia. Tal fenômeno é comum junto às chamadas “regiões metropolitanas”, onde o processo de conurbação é mais acentuado.