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terça-feira, 9 de outubro de 2012

ESPAÇO URBANO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO



ESPAÇO URBANO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Prof. Gilvan
blog: profgilvanteixeira.blogspot.com.br


                O processo de urbanização como que hibernara por muito tempo. Para que se tenha ideia, no final do século XVIII, apenas 3% da população mundial vivia nos “centros urbanos”. Já no início do século XX, o percentual chegava a 14%. Para tamanho avanço, foi imprescindível a chamada Revolução Industrial, esta ocorrida principalmente entre meados dos séculos XVIII e XIX. Na década de 1950, aproximadamente 29% da população da Terra vivia nas cidades, enquanto hoje este número ultrapassa 50%. Estudiosos afirmam que em 2050, cerca de 70% das pessoas viverão nos centros urbanos. Apesar do flagrante crescimento da população urbana, vale lembrar que o processo tem se mostrado desigual e heterogêneo. Assim, por exemplo, enquanto na Europa cerca de 73% da população vive nas cidades, já na África o percentual é de pouco mais de 40%. Na América Latina e Caribe, quase 80% das pessoas vivem nos centros urbanos, enquanto na Ásia tão-somente 41% da população vive fora do campo. Resta clara, portanto a relação existente entre o processo de urbanização e crescimento econômico, crescimento este nem sempre seguido – na mesma proporção – de melhoria na qualidade de vida da população.

                Como poderíamos definir “processo de urbanização”? Este pode ser conceituado como a transformação dos espaços naturais e rurais em espaços urbanos, concomitantemente à transferência da população do campo em direção à cidade. Contudo, ao contrário do que possa parecer, na prática a definição do que seja “espaço urbano” nem sempre é tão simples. Alguns municípios brasileiros, por exemplo, superdimensionam o chamado perímetro urbano como forma de aumentarem a arrecadação.

                Sob o ponto de vista histórico, o processo de urbanização é uma fenômeno bastante recente. Na Idade Antiga, por exemplo, apesar da existência de algumas grandes civilizações (Mesopotâmia, Egito, Roma, etc.), mesmo elas possuíam características preponderantemente rurais. Na Idade Média, o poder do senhor feudal contrastava com a força relativamente inexpressiva do Rei, sendo aquele período marcado pela descentralização e agrarismo. Na Idade Moderna, finalmente começaram a surgir alguns centros urbanos mais expressivos, em especial na Europa. Contudo, foi na Idade Contemporânea (principalmente a partir da Revolução Industrial, como já dito) que o processo de urbanização se acentuou.

                Segundo alguns autores, o processo de urbanização deriva, principalmente, dos chamados fatores “atrativos” e “repulsivos”. Enquanto os primeiros diriam respeito especialmente aos países ditos desenvolvidos, os últimos estariam vinculados aos países subdesenvolvidos. Para tais autores, os fatores atrativos estariam relacionados à força centrípeta exercida pelas cidades em relação ao campo, como a oferta de empregos. Já os fatores repulsivos diriam respeito, por exemplo, aos inúmeros problemas que acabariam por “expulsar” o homem do campo em direção às cidades, como a concentração fundiária.

                Uma das características marcantes do processo de urbanização é o surgimento das chamadas “aglomerações urbanas”, também conhecidas como regiões metropolitanas. Estas são formadas pelo conjunto de cidades conurbadas. Merecem destaque, ainda, as megalópoles, ou seja, duas ou mais metrópoles ligadas por verdadeiros “corredores” de serviços, a tal ponto de passarem a impressão de serem uma coisa só. Apesar dos inegáveis avanços associados à expansão urbana, esta também traz seus, por assim dizer, “efeitos colaterais” como, por exemplo, a favelização de enormes parcelas da população, a precariedade dos serviços públicos, a agressão ao meio ambiente, entre outros.

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