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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As Economias de Transição


AS ECONOMIAS DE TRANSIÇÃO
Prof. Gilvan

            As chamadas Economias de Transição correspondem aqueles países que estão passando de uma economia socialista para uma economia capitalista ou, ainda, estão passando de uma economia planificada para uma de mercado. Vale lembrar, contudo, que nem todos os autores concordam com tal conceito, haja visto dividirem o mundo de hoje em Norte e Sul. Para entendermos o conceito de Economias de Transição, devemos, antes, lembrarmos o que se entende por “economia planificada” e “economia de mercado”. Sucintamente, a chamada “economia planificada” seria aquela marcada pela centralização, onde o Estado detém o controle sobre os meios de produção (máquinas, terras, fábricas, entre outros). Já a chamada “economia de mercado”, típica do capitalismo, é aquela marcada, ao menos em tese, pela livre iniciativa, onde o principal objetivo do empreendimento é a busca do lucro.

            Para entendermos as Economias de Transição precisamos, ainda, lançarmos um olhar sobre a história do Socialismo Real[1], especialmente, o período que coincide com a chamada crise desse modo de produção. Tomemos a título de exemplo o caso da antiga União Soviética (URSS). Esta, como Estado, surgiu em 1922, especialmente com o expansionismo russo em relação aos territórios contíguos. Vale lembrar que a Rússia foi o primeiro país do mundo a adotar, em 1917, o Socialismo. A história da URSS, como a de qualquer outro Estado, está marcada por altos e baixos, momentos de hegemonia e de crise. Durante muito tempo (período da “Guerra Fria”) ela dividiu a liderança política, militar e ideológica com os Estados Unidos da América. Contudo, entre o final da década de 1980 e início da década de 1990, especialmente durante o governo do presidente Gorbachev, a URSS presenciou um rápido processo de reestruturação econômica e de “abertura” política, com a “perestroika” e a “galsnost”, respectivamente. Aos poucos, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi se desintegrando, sendo que suas repúblicas foram buscando a independência e a autonomia em relação ao governo central. Seguindo o processo inverso, tivemos o caso da Alemanha. Esta, após ter saído vencida na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi dividida em duas: Alemanhas Ocidental e Oriental, estando a primeira sob o controle dos países capitalistas e a última sob a égide dos países socialistas, em especial a URSS. Durante muito tempo (até 1989), o que outrora era um único país passou a estar dividido através, por exemplo, de um ignóbil muro (em Berlim), alijando famílias e deixando profundas cicatrizes até hoje mal curadas. A queda do muro de Berlim, apesar de simbólico, marcou a reunificação dos Estados, sendo a Alemanha reunificada a maior potência econômica do mundo europeu.

            No que tange à passagem do Socialismo para o Capitalismo, temos os países que mais avançaram (Hungria, Polônia, República Tcheca, por exemplo), os que menos avançaram (Coréia do Norte e Cuba, por exemplo) e um caso que podemos considerar como sendo “especial”, qual seja, o da China. Esta, por um lado (político), segue por demais arraigada ao modelo “socialista” de governar. Por outro lado, especialmente o econômico, tem ela avançado a passos largos em direção ao Capitalismo, sendo hoje uma das maiores economias globais.      

Porto Alegre, 2011.


[1] Podemos falar em Socialismos Real e Ideal. O primeiro é aquele que, de fato, ocorreu. O último é um modelo teórico e “perfeito” de Socialismo, modelo este que, na prática, jamais aconteceu, apesar de algumas vagas tentativas como, por exemplo, a Comuna de Paris (século XIX). Pode-se falar, ainda em Socialismos Utópico, Cristão e Científico. Para nós, merece destaque o último, tendo destaque a figura de Marx como sendo seu grande expoente.

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